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Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.

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Supermercados paulistas têm alta de receita com greve de caminhoneiros

O faturamento do segmento registrou alta de 10,1% no período

Maria Cristina Frias

A paralisação dos caminhoneiros, em vez de comprometer o resultado dos supermercados paulistas, foi determinante para o aumento da receita deles em maio, segundo a Apas (associação do segmento).

O faturamento do setor registrou alta de 10,1% no período, na comparação com o mesmo mês do ano passado.

Mulher observa carnes expostas em supermercado no bairro de Itaquera, na zona leste de SP. - Rivaldo Gomes - 21.mar.17/Folhapress

“Houve corrida das pessoas às lojas por medo do desabastecimento, e isso impulsionou as vendas”, diz Thiago Berka, economista da entidade.

Nos três primeiros dias da paralisação (24, 25 e 26 de maio), houve crescimento de 71% na receita em relação à média dos demais dias do mês. O indicador de vendas de mesmas lojas teve crescimento de 7,65% no mês.

O fato de os estabelecimentos, em sua maioria, trabalharem com estoques de 15 dias foi determinante para que a receita não fosse comprometida, afirma o economista.

“Essa alta tem efeito enganador, já que os impactos da paralisação podem comprometer as vendas posteriores, quando teremos custos logísticos mais altos e possibilidade de ruptura de estoque.”

Na rede Hirota, que tem 32 unidades em São Paulo, maio foi o melhor mês deste ano. 

“O ritmo desacelerou em junho, mas manteve bom movimento por conta dos jogos do Brasil na Copa. Dias de futebol tiveram receita 130% maior que a normal”, diz o gerente-geral Helio Freddi.

A empresa, porém, revisou para baixo sua projeção de crescimento para 2018, de 14,6% para 11,2%.

“A economia avança em ritmo bem mais lento que o previsto. Ainda assim manteremos investimentos [R$ 33 milhões em novas lojas].”

 

Efeito rebote

O prejuízo que o grupo varejista Muffato teve em decorrência da greve dos caminhoneiros foi maior que o ganho nos dias da paralisação, afirma Everton Muffato, um dos sócios da empresa.

“Durante a greve houve problema com hortifrutigranjeiros e açougue, mas a maior falta de mercadoria veio depois”, diz ele.

Estamos com problemas no portfólio até hoje. As vendas aumentaram em maio, mas o consumidor se estocou e em junho o consumo caiu.”

As perdas não impactaram o plano de expansão do grupo, que planeja ter cinco inaugurações até o fim deste ano. Uma loja atacadista será inaugurada nesta quarta (11) em São José do Rio Preto (SP).

O investimento na unidade no interior paulista será de R$ 50 milhões e inclui equipamento para geração solar, que suprirá 71% da demanda energética da loja.

“Teremos mais três Max Atacadistas [bandeira de atacado do grupo] no Paraná até dezembro”, diz Muffato. “O investimento em cada loja será um pouco menor [que R$ 50 milhões], mas perto disso.”

R$ 6 bilhões
foi o faturamento do grupo Muffato em 2017

56
são as lojas, incluindo a nova de São José do Rio Preto (SP)

13 mil
são os funcionários

 

Crescimento sem marca

A venda de medicamentos genéricos cresceu 9,73% em volume nos cinco primeiros meses deste ano, na comparação com o mesmo período de 2017, segundo a Iqvia, que audita a indústria, e a ProGenéricos, que representa o segmento.

O aumento foi ainda maior em receita e chegou a 15,77% até maio. 

“[O desempenho em valor se deu] por um conjunto de fatores, entre eles a elevação de 2,5% nos preços em março”, diz Telma Salles, presidente da entidade.

Houve também um possível impacto devido à alta na venda de genéricos de maior valor agregado e à busca da indústria para recompor margens, afirma.

A previsão é que o crescimento em 2018 mantenha o mesmo ritmo observado até aqui, impulsionado também pelo fim da fila de espera para análise de genéricos pela Anvisa (agência reguladora), que deverá ocorrer até agosto, diz ela.

 

Aqui, como lá

Comércio eletrônico e aviação estão adiantados em relação aos outros setores na conformidade às regras de privacidade de dados, dizem advogados de grandes escritórios.

O Senado aprovou, na terça (10), projeto de lei parecido com o que já vigora na Europa.

Companhias que têm sites que capturam dados naquele continente precisaram se preocupar com o tema antes, diz Tatiana Campello, do Demarest. “Elas já incorporaram as regras do texto brasileiro.”

A medida prevê a criação de uma autoridade específica para a questão. “Quando a agência começar a reforçar as regras, haverá uma segunda onda de empresas que vão dar atenção ao tema”, afirma Fábio Pereira, do Veirano.

 

Para o cérebro A Supera, startup de cursos e materiais didáticos de raciocínio lógico, vai abrir 50 franquias até o fim deste ano. Hoje, são 250 unidades em operação. O investimento por unidade varia entre R$ 119 mil e R$ 229 mil.


Escolas A rede de ensino canadense Maple Bear, cuja operação na América do Sul foi comprada pelo grupo SEB em 2017, vai inaugurar 30 unidades no país no modelo de franquia. O aporte mínimo por local é de R$ 1,5 milhão.

Grande SP A operadora de saúde Amil vai abrir um ambulatório em Guarulhos na próxima segunda (16). O local, que recebeu aporte de R$ 4 milhões, terá capacidade para realizar 30 mil consultas mensais.

 

com Felipe Gutierrez (interino), Igor Utsumi, Ivan Martínez-Vargas e Diana Lott

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