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Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.

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Setor de autopeças projeta alta de 29% nos investimentos

Empresas não pretendem aumentar a capacidade de produção; ociosidade está acima do patamar histórico

As empresas de autopeças deverão investir 29,2% mais em seus negócios neste ano, segundo uma consulta feita pelo Sindipeças (sindicato que representa a indústria) a seus associados.

A estimativa é de um aporte total de R$ 2,39 bilhões —volume ainda bastante inferior ao anterior à crise, em 2013, de R$ 4,53 bilhões, diz Dan Ioschpe, presidente da entidade e também do conselho da fabricante Iochpe-Maxion.

mecânico troca disco de freio
Projeção de crescimento do setor já foi revista para a metade, segundo sindicato - Ze Carlos Barretta - 19.jul.2011/Folhapress

“O investimento será principalmente em melhoria de processos e em automação, porque capacidade produtiva excedente ainda é uma característica do setor”, diz ele.

O sindicato lançará nesta semana um programa para fomentar aportes em eficiência e inovação tecnológica nas companhias.

“A ociosidade da indústria neste momento está entre 30% e 35%. Em geral, o adequado fica em torno de 15% a 10%”, afirma Ioschpe.

A previsão é que o setor de autopeças cresça 14,3% em 2018, o que equivaleria a um faturamento nominal de R$ 89,4 bilhões.

“Este ano começou com uma expectativa muito grande de retomada no segmento que, no fim, não se concretizou”, diz Marcelo Sanches, diretor da fabricante Dayco na América do Sul.

A empresa não investirá em aumento de capacidade, apenas em melhorias internas, afirma o executivo.

“Há ainda um crescimento em relação a 2017, mas enquanto esperávamos alta de 10% a 12%, temos hoje uma variação de 3% a 6%.”

 

Projetos fora da gaveta

O grupo hoteleiro ICH, dono da bandeira Intercity, vai inaugurar duas unidades até o início de 2019, afirma Alexandre Gehlen, sócio-fundador da companhia.

O aporte previsto é de R$ 70 milhões e os recursos são de family offices (estruturas de famílias abastadas para gestão de patrimônio) e investidores que compram cotas pelo sistema de condo-hotel.

Um dos empreendimentos ficará em São Leopoldo (RS) e será aberto até outubro. O outro, em Campina Grande (PB), começará a funcionar em março do ano que vem.

“O plano é ter mais dez hotéis até 2020, o que exigirá um investimento de R$ 350 milhões”, diz Gehlen.

 

A maior parte dos projetos foram desenhados quando o setor estava em alta, há cinco anos. O mercado se deteriorou, mas voltou a crescer em 2017, impulsionado por uma melhora na ocupação, afirma.

“O maior problema é recompor as tarifas. As margens, que eram de 40%, hoje estão abaixo de 20%, e com a Intercity não é diferente.”

39
são os hotéis do grupo

 

Antecipação de restituição de IR sobe até 25%, segundo bancos

A demanda por antecipação da restituição do Imposto de Renda (IR) aumentou em 2018, segundo os principais bancos.

Foram R$ 440 milhões emprestados a 171 mil clientes  no Banco do Brasil até a última quarta (8), um aumento de 3% em relação ao ano passado, afirma Paulo Henrique dos Santos, gerente-executivo da área de financiamentos.

“Cerca de 60% a 65% dos contratantes trocam dívidas mais caras, como as do cheque especial, por essa linha.”

O número de contratos assinados pelo Santander até o início de agosto passou de 39 mil para 47 mil, uma alta de 19%, diz o superintendente executivo Eduardo Jurcevic.

“A área de crédito como um todo tem crescido até um pouco acima da antecipação [da restituição do IR] para nós, mas esta é uma modalidade que acompanhou o movimento favorável das concessões neste ano”, afirma.

No Itaú, os valores contratados subiram 5,9% e a quantidade de contratos, 1,9%. O Bradesco registrou um aumento de 25% do número de clientes que optaram pela antecipação, mas não informa a variação em volume.

A maior procura ocorre de março a abril, mas a antecipação é oferecida pelas instituições pelo menos até setembro.

 

Nacional no seu quadrado

O número de espectadores nas salas de cinema caiu 8% no primeiro semestre. Foi uma reversão de tendência —durante os piores anos da crise, o setor cresceu.

A Copa explica a piora, segundo Luana Rufino, superintendente de análise da Ancine, a agência do setor.

Filmes com potencial para atingir grandes públicos são lançados no meio do ano, no começo do verão dos Estados Unidos. Essa também é a época da Copa do Mundo.

Já o cinema nacional cresceu, mesmo se excluídos os fenômenos de bilheteria. Foi o primeiro semestre em que uma cota de tela flexível vigorou.

Até o ano passado, as salas precisavam reservar ao menos metade de um dia para a produção nacional. Agora, podem destinar uma única sessão.

“Pequenos distribuidores, que não conseguiam entrar no circuito, participam dessa forma. Notamos melhora do número de lançamentos”.

Havia receio de que os filmes nacionais ficassem marginalizados nos piores horários, mas, segundo Rufino, o resultado é de alta de espectadores.

 

Pontos pela compra do mês

O programa de fidelidade Dotz investirá R$ 27 milhões em tecnologia e publicidade até abril de 2019. 

O objetivo é ampliar parcerias com cadeias de varejo físico na capital paulista, um modelo de atuação já aplicado em 12 cidades pelo país.

“Pensamos inicialmente em alianças com grandes grupos de supermercados, mas vimos que teríamos uma cobertura melhor com varejistas de alcance regional”, diz o presidente Roberto Chade.

A companhia aportou R$ 3 milhões no primeiro contrato desse tipo no início deste ano, celebrado com uma rede de mercados de vizinhança.

 

Combo O grupo Royal Palm investiu R$ 120 milhões em um hotel em Campinas (SP) localizado dentro do complexo da empresa que inclui um centro de convenções. A inauguração foi na última sexta (10).

Novos ares A Líder Aviação desembolsou U$ 5,25 milhões (cerca de R$ 20, 2 milhões) na aquisição do jato HondaJet. A estimativa é que a aeronave esteja disponível para fretes até o fim do ano.

 

com Felipe Gutierrez, Igor Utsumi, Ivan Martínez-Vargas e Diana Lott

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