Uma liminar de um juiz federal do Rio ordenou a suspensão da compra de um remédio de Cuba pela Bio-Manguinhos/Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz).
A ação foi movida pela farmacêutica Blau e cabe recurso. A fundação entrou com embargos para contestar a decisão.
A fundação firmou, em 2004, um processo de transferência de tecnologia para nacionalizar a produção de alfaepoetina, utilizada para tratar doenças renais crônicas, e atender o SUS.
A Blau afirma, no processo, que a compra sem pregão ocorre a preços superiores aos praticados no mercado.
Alega também que a dispensa de licitação só é possível na fase de transferência tecnológica, que a própria Fiocruz diz ter se encerrado: hoje, apenas o princípio ativo é importado.
“Com o fim da transferência, o pressuposto para a aquisição da alfaepoetina caducou”, diz o magistrado Dimitri Vasconcelos Wanderley na decisão.
O juiz ressalta que a importação pela Fiocruz pode ocorrer em alguma medida para que se conclua a nacionalização.
“A Blau montou, antes do convênio com Cuba, uma fábrica em Cotia (SP) para atender à demanda doméstica”, diz Marcelo Hahn, CEO da farmacêutica, que formula o remédio em sua planta.
“Fomos obrigados a procurar outros mercados e hoje exportamos para 22 países.”
O Ministério da Saúde fez, em 2017, uma compra emergencial no setor privado para garantir o abastecimento. A Blau foi uma das vencedoras e tem atendido o governo.
A pasta afirma que obedece a todos os trâmites burocráticos, que desde 2017 publica pregões para aquisição do medicamento, o que já gerou economia de R$ 125 milhões.
Blau reduz preços de forma predatória, afirma Fiocruz
A Bio-Manguinhos/Fiocruz afirma, em nota, que cumpre a decisão e que já interpôs embargos de declaração.
A fundação diz que produz e fornece a alfaepoetina ao SUS e que essa iniciativa é decorrente de processo de transferência de tecnologia, cujo contrato está em vigor.
“O preço do medicamento é previamente estabelecido junto ao Ministério da Saúde, não havendo distorções com os praticados no mercado”, afirma a entidade.
“O que se tem é uma prática predatória da Blau que, sistematicamente, reduz o preço em relação ao da Fiocruz para angariar o mercado público a favor do seu interesse de natureza comercial e privada.”
A diretoria de Bio-Manguinhos diz que convocará a imprensa para prestar contas sobre os investimentos já feitos.
Unicesumar investe R$ 55 mi em campi e terá EAD nos EUA
A UniCesumar investirá R$ 55 milhões em 2019 na abertura de um novo campus em Campo Grande e na construção de um edifício para seus cursos da área da saúde em Maringá (PR). A empresa abrirá ainda uma operação em Miami.
O maior aporte, de R$ 35 milhões, será feito no Paraná. As obras começarão nesta semana e deverão ser concluídas no fim do ano que vem.
“O novo prédio terá 12 mil metros quadrados de área construída e será anexo ao complexo principal. O ano letivo de 2020 já começará com o local em funcionamento”, afirma William de Matos Silva, sócio da marca.
Em Campo Grande, a empresa deverá inaugurar um centro para disciplinas presenciais ainda em 2019.
“Temos EAD (ensino a distância) ali hoje, com dez cursos autorizados. O aporte será de cerca de R$ 20 milhões em um prédio já pronto”, afirma o executivo.
A operação de Miami, a primeira internacional da UniCesumar, terá graduações EAD voltadas ao público brasileiro. O valor do investimento não foi revelado.
120 mil
são os alunos
Jeans feitos em casa
A marca de roupas Levi’s deverá expandir sua produção de roupas e acessórios no país para 40% do seu portfólio em 2019. Hoje, 70% dos produtos são importados.
“Vamos ampliar a estratégia porque, além de reduzir o impacto do câmbio, conseguimos diminuir o prazo de planejamento dos estoques de oito meses para sessenta dias”, diz o diretor da empresa, Rui Araújo Silva.
“Não produziremos tudo localmente, mas faremos toda a linha de bonés, cintos e carteiras no país, e uma de roupas infantis também.”
A companhia reajustou neste semestre seus preços em 5% após dois anos sem aumentos, exceto os das camisetas, afirma o executivo.
“Pagamos a mercadoria na cotação do dia em que o produto chega ao país”, diz ele.
Os acessórios da Levi’s, que antes eram licenciados a outras marcas, passaram a ter produção, distribuição e venda centralizada.
Os aportes para 2019 somarão R$ 6 milhões, destinados à expansão de seu centro de distribuição no país, à abertura de cinco lojas próprias e a um novo sistema digital para lojas parceiras.
81
são as lojas no Brasil
Turismo digital
A agência de turismo online Zarpo vai investir cerca de R$ 25 milhões no ano que vem. O aporte será destinado principalmente ao desenvolvimento de tecnologias para a marca.
“Temos buscado personalizar as ofertas de pacotes de acordo com o usuário e temos usado recursos de inteligência artificial para isso”, diz o CEO da marca, Eloi Dechery.
A empresa deverá crescer por volta de 20% em receita neste ano, estima ele. “O primeiro semestre foi fraco e exigiu que uma estratégia de preços mais agressiva, mas os resultados desde julho tem sido bons”, diz.
A todo gás A Estre Ambiental investiu R$ 15 milhões para gerar energia elétrica a partir dos gases da decomposição de lixo. A usina de biogás é capaz de atender uma cidade de cerca de 60 mil habitantes.
Céticos Um em cada três consumidores que não fará compras na Black Friday aponta a descrença nos descontos oferecidos como principal motivo da decisão, de acordo com pesquisa Ebit/Nielsen.
Alta do dólar A receita do setor óptico dos últimos doze meses caiu 1,7% em relação ao período anterior, segundo a Abióptica (do setor). “Cerca de 95% do negócio depende de importações” diz o presidente Bento Alcoforado.
Roupa nova A Zinzane, de varejo têxtil, planeja abrir mais dez lojas até o fim deste ano, além de cinco já inauguradas. O aporte total nas novas unidades é de R$7,5 milhões. Serão abertas cerca de 180 vagas.
Futuro O escritório TozziniFreire terá uma nova área dedicada a tecnologia e inovação. A equipe multidisciplinar contará com dez sócios de práticas como cibersegurança e mercado de capitais.
Fiel do balanço O faturamento das empresas do mercado de fidelidade atingiu R$ 3,25 bilhões no primeiro semestre de 2018, uma alta de 9,8% em comparação com o mesmo período de 2017, segundo a Abemf (do setor).
com Felipe Gutierrez, Igor Utsumi, Ivan Martínez-Vargas e Diana Lott
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