O governo de São Paulo publica nesta sexta-feira (14) um decreto que determina que passagens rodoviárias, ferroviárias e aquaviárias sejam emitidas de forma eletrônica.
“O consumidor poderá fazer a compra na internet sem ter de passar obrigatoriamente pelo guichê físico da empresa, como costuma ser atualmente”, diz o secretário da Fazenda, Luiz Claudio Rodrigues de Carvalho.
O bilhete eletrônico servirá como nota fiscal.
A norma entra em vigor em janeiro de 2019 para os serviços de transporte interestaduais que tenham São Paulo como origem ou destino, e em julho para os trechos intermunicipais.
A regra foi elaborada com a participação de empresas de transporte dos setores envolvidos, de acordo com a secretaria da Fazenda.
A transição do papel para o eletrônico deverá ser totalmente concluída pelas viações em até um ano.
A estimativa da gestão estadual é que a nova regra facilite a fiscalização de 1.534 empresas e arrecade cerca de R$ 387 milhões de tributos ao ano. A projeção é que sejam emitidos ao menos 100 milhões de documentos ao ano.
A Abrati (associação das viações) afirmou à coluna que boa parte de suas associadas “já usam o sistema eletrônico, principalmente as maiores.”
Dólar e disputa comercial elevam exportação de cerâmicas
A desvalorização do real e a disputa comercial entre Estados Unidos e China têm impulsionado a exportação de revestimentos cerâmicos, segundo fabricantes do setor.
“Há uma expectativa forte de que haja uma sobretaxa [dos EUA] para o quartzo [utilizado nos revestimentos]. Isso tem levado a um aumento da demanda”, diz Paulo Freitas, diretor da Guidoni, que exporta 90% de sua produção.
“Nosso crescimento foi de 40% em volume em julho e agosto. Várias empresas lá fora já buscam mais fornecedores por entenderem que não poderão depender dos chineses daqui a 6 ou 12 meses.”
A alta do dólar também tem contribuído, sobretudo para quem já tinha canais de venda no exterior, segundo Luiz Antônio Lanzi, presidente da Cerâmica Lanzi.
“Tivemos um incremento de 55% em receita [no acumulado] até julho deste ano. As vendas externas representavam 6% do faturamento em 2017 e passaram para 10%.”
Os maiores ganhos são em receita, de acordo com José Donizete Marsola, do grupo Fragnani. “O volume nos últimos meses permaneceu o mesmo, mas o valor em reais subiu até 30%.”
“As vendas em volume para o exterior representam 15%, mas um quarto do resultado operacional já vem de exportações”, diz Rogério Longoni, da Eliane Revestimentos.
Voo baixo
O preço de passagens aéreas deverá cair 3,7% em 2019, mas a queda deve ser compensada pela alta do dólar, segundo a consultoria de turismo corporativo Carlson Wagonlit Travel.
“O consumidor não sentirá a redução no preço final”, diz o diretor da filial brasileira Fernando Michellini.
O acordo de céus abertos firmado por Brasil e EUA, que retirou limites à oferta de voos, aumentará a concorrência no setor e pressionará os preços.
Também contribuirá para a baixa o uso cada vez mais frequente de aviões com maior autonomia de voo, o que reduz custos operacionais, afirma Michellini.
Uma alta na procura por assentos especiais na classe econômica é esperada no próximo ano.
“Além do conforto, esses bilhetes atraem as empresas porque em geral incluem despacho de bagagem e alterações sem multa”, diz.
Verba para o lixo
O mercado de coleta de lixo e limpeza urbana voltou a crescer como consequência da redução da inadimplência a partir de 2017, de acordo com levantamento da Abrelpe, que reúne empresas do setor.
“As prefeituras chegaram a ter uma dívida de R$ 12,5 bilhões com as empresas no início de 2017. Mesmo com a economia em marcha lenta, esse valor recuou para cerca de R$ 9 bilhões”, afirma Carlos Silva, presidente da entidade.
A inadimplência média atual é de aproximadamente 15%, segundo a associação.
“É um índice alto, mas bem próximo da média histórica, que gira em torno dos 12%. Nas melhores situações, esse índice chega a 10%”, diz.
Os valores aplicados na destinação de resíduos sólidos subiram 4% no ano passado. Serviços como varrição de calçadas e limpeza, manutenção e conservação de parques receberam 6,4% a mais que no ano anterior.
Corte de pessoal
O saldo de empregos do mês de julho do varejo paulista é o pior desde 2015, de acordo com a FecomercioSP.
Foram 175 demissões a mais que o número total de contratações. No mesmo período de 2017, a diferença entre os dois índices foi positiva —6.205 admissões.
A incerteza do cenário eleitoral e a paralisação dos caminhoneiros contribuíram para o desempenho excepcionalmente ruim do primeiro semestre, afirma Jaime Vasconcellos, assessor econômico da entidade.
A expectativa é que o típico aquecimento da segunda metade do ano, causado pelas vendas do Natal e pelo recebimento do 13º terceiro, compense parte das perdas , diz Vasconcellos.
“Não teremos geração de empregos significativa. A grande maioria das vagas abertas no último trimestre do ano é temporária.”
Dieta local A Schär, fabricante italiana de alimentos sem glúten, investiu R$ 15 milhões na compra da paranaense Beladri e em uma expansão na planta para nacionalizar parte de seus produtos.
Sorria A Align, fabricante americana de aparelhos ortodônticos com impressão 3D, abriu um escritório em São Paulo. A empresa pesquisa, agora, locais para instalar uma fábrica no país.
Chefe em falta O principal desafio dos CEOs é desenvolver líderes, segundo 57% dos 40 executivos entrevistados pelo Experience Club no Fórum CEO Brasil. Cerca de 30% deles diz não possuir lideranças na empresa.
com Felipe Gutierrez, Igor Utsumi, Ivan Martínez-Vargas e Diana Lott
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