Mercado Aberto

Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Mercado Aberto

Vendas externas para países do G20 atingem maior nível nos últimos 8 anos

Índice acumulado até agosto de 2018 registrou o maior volume de exportações da última década

Maria Cristina Frias

A exportação brasileira para os países do G20 até agosto deste ano é a maior registrada em volume na última década. Em valor, é o maior patamar desde 2011.

Houve uma alta de 2,3% em toneladas e 8,8% em dólares nos primeiros oito meses deste ano, segundo o Mdic (Ministério da Indústria e Comércio).

Michel Temer cumprimenta o presidente chinês Xi Jinping com bandeiras dos dois países ao fundo
Michel Temer cumprimenta o presidente chinês Xi Jinping em reunião antes do início do encontro do G20 em 2016 - Iwasaki Minoru - 2.set.2016/AFP

“Há um crescimento econômico sincronizado das principais economias do mundo. É um fenômeno que, desde a Segunda Guerra Mundial, só ocorreu 3 ou 4 vezes”, diz Diego Bonomo, gerente-executivo da CNI (Confederação Nacional da Indústria).

“Houve um aumento de preços das commodities e isso eleva as exportações. A China, que é grande compradora, teve um aumento marcante e representa quase 25% das vendas”, diz Lia Valls, pesquisadora do Instituto Brasileiro de Economia da FGV.

O incremento mais expressivo nas manufaturas ocorreu nas partes de aeronaves e em óleos combustíveis.

O resultado também foi impulsionado pela retração de concorrentes, como da Argentina, que teve quebra da safra de soja, segundo José Augusto de Castro, presidente da AEB (Associação de Comércio Exterior).

A alta do dólar, porém, ainda que favoreça as vendas externas, tem um efeito restrito.

“A taxa de câmbio em commodities é um fator de rentabilidade, não competitividade”, diz Castro.

“Nos outros mercados, para transações pontuais é ótima, mas para as que ocorrem com frequência, não tanto. Os contratos de manufaturados a médio prazo consideram outra cotação.”

 

Carne mais barata deixa inflação de supermercados estável em agosto

A inflação dos supermercados paulistas não subiu em agosto e fechou o mês em 0,02%, segundo a Apas (do setor).

O aumento do dólar, que tem pressionado os preços de alimentos que possuem farinha de trigo na sua composição, por exemplo, foi compensado pela queda do leite e de carnes e aves no período.

“As proteínas vinham em altas sucessivas, agravadas pela paralisação dos caminhoneiros. Agora, a produção já foi normalizada e a tendência é de deflação no curto prazo”, afirma Thiago Berka, economista da entidade.

Caso a moeda americana siga em alta, contudo, a inflação poderá crescer, segundo ele.

“Os estoques são de 90 dias, em média. A mercadoria adquirida pelos comerciantes com o dólar a R$ 3,80 será reposta com o câmbio próximo a R$ 4,20.”

“Ainda não precisamos reajustar preços, mas isso poderá acontecer em dois meses se o real cair mais. Importamos muitos produtos orientais, por exemplo”, diz o diretor da rede Hirota, Hélio Freddi.

 

Além do planejado

A rede varejista Condor vai investir cerca de R$ 80 milhões em duas unidades em Curitiba, segundo o presidente, Pedro Joanir Zonta.

A previsão inicial da rede, de inaugurar quatro lojas em 2018, será concluída nesta quinta (19), com a abertura de um hipermercado em Mafra (SC). É possível, porém, que o número seja ultrapassado.

“Temos outras duas que queremos abrir, mas não sabemos se teremos tempo ainda neste ano. Talvez fique para o início [de 2019]”, diz ele.

“Ainda não definimos o número de aberturas para o ano que vem. Temos muitos projetos nas prefeituras, mas que dependem de alvarás. É algo burocrático que pode levar 1, 2 ou, em alguns casos, 5 anos.”

Todas as novas unidades possuem painéis fotovoltaicos, uma forma de reduzir os gastos com energia, segundo Zonta. “No hipermercado de Mafra, a geração será de cerca de 35% do consumo energético da operação.”

R$ 4 bilhões
é o faturamento anual aproximado da Condor

 

Demandas da saúde privada

Representantes de presidenciáveis vão receber, na quarta (19), propostas de entidades de setores da saúde como hospitais, operadoras, farmacêuticas. Entre os convidados estão equipes das campanhas de Novo, PDT, PSDB, PT e Rede.

As sugestões foram separadas em oito eixos, de judicialização de tratamentos a parcerias entre público e privado, segundo Claudio Lottenberg, presidente do Icos (Instituto Coalizão Saúde) e do UnitedHealth Group no Brasil, dono da Amil.

A integração dos prontuários de pacientes e a regulamentação da telemedicina são duas das questões mais urgentes, afirma.

“O prontuário eletrônico é imprescindível, seria um dos primeiros pontos que recomendaríamos. Gastamos uma fortuna com procedimentos redundantes, é mais simples de implementar do que se imagina e teria um retorno enorme.”

Alguns dos principais pontos que serão apresentados aos presidenciáveis

  • Aumentar capilaridade da atenção primária com equipes multiprofissionais
  • Fortalecer soluções digitais como prontuários eletrônicos e monitoramento remoto
  • Implantar novos modelos de remuneração;
  • Aumentar escala e eficiência das redes de atenção
  • Realizar consultorias virtuais entre profissionais de diferentes níveis de especialização

 

Criatividade para vender

A venda de panetones deverá crescer 5% neste ano em volume, segundo a Abimapi (da indústria do setor).

A alta foi de 13% no ano passado, quando a comercialização do doce movimentou R$ 600 milhões.

“A estimativa inicial era de um 2018 mais forte, mas o desemprego alto e o baixo crescimento econômico nos fizeram rever as expectativas”, afirma o presidente da associação, Cláudio Zanão.

A alta do dólar neste ano, que encarece derivados da farinha de trigo, deverá influenciar os preços do produto natalino.

“Haverá um repasse de custo ao consumidor, e isso significa alguma perda de volume. A alternativa das marcas é trazer novidades de sabores e de tamanhos ao cliente. Tem fabricante que fará panetone integral.”

 

com Felipe Gutierrez, Igor Utsumi, Ivan Martínez-Vargas e Diana Lott

Tópicos relacionados

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.