Mercado Aberto

Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.

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À espera de ampliação do mercado livre de energia, comercializadoras crescem

Expectativa de poder vender para clientes residenciais amplia número de corretoras

Maria Cristina Frias

A migração para o mercado livre de energia, em que os clientes podem escolher seu fornecedor, desacelerou neste ano, mas o número de corretoras que comercializam os contratos subiu 11,4%.

Há a expectativa de uma abertura desse setor. A regra atual permite somente às grandes empresas adquirir de quem bem entenderem.

Lucas Lacaz Ruiz/Folhapress

Uma proposta de lei tramita no Congresso para ampliar a base de consumidores.

“O mercado se prepara para essa mudança e espera que aconteça a curto ou médio prazo”, diz Rui Altieri, presidente do conselho CCEE (câmara de comercialização).

A entidade tem hoje 251 corretoras em carteira, e outras 43 aguardam autorização para ingressar.

No ambiente de negociação, além de vendas para clientes finais, há também movimentação entre as comercializadoras, segundo Altieri.  

A adesão é simples porque não há barreiras de entrada nesse setor, segundo Reginaldo Medeiros, presidente-executivo da Abraceel (associação dos comercializadores).

“É um mercado aberto, pequenas e grandes empresas ingressaram no passado recente. Com uma ampliação e consumidores, será desenvolvida uma especialização pelo tipo de cliente final.”

A Electra Energy, uma comercializadora, tem analisado de forma mais minuciosa as empresas com quem fecha contratos, segundo o diretor-presidente Claudio Alves.

“Ficamos atentos às garantias de crédito de quem compra e se aqueles que nos vendem energia têm condições de entregar os volumes.”

 

Mais comida na rua

A rede de restaurantes Giraffas tem buscado elevar seu tíquete médio com uma reformulação na oferta de pratos. A ideia é aumentar o consumo das classes A e B.

“Esse valor é de R$ 26 e cresceu 6% neste semestre. Não reajustamos os preços atuais, a estratégia é fazer lançamentos com maior valor agregado”, diz o CEO, Carlos Guerra.

A empresa viu sua receita cair mais de R$ 100 milhões nos últimos quatro anos, mas projeta crescer 7% em 2018 e abrir 40 franquias em 2019. São 400 atualmente.

“Tivemos um terceiro trimestre muito bom e caminhamos para ter o melhor fim de ano desde 2014.”

A prioridade para 2019 será ampliar o número de lojas de rua, que representam 10% dos pontos da rede.

“Desenhamos uma operação em contêiner para cidades de até 200 mil habitantes. Queremos ter ao menos 20 delas em 2019.”

A companhia vai encerrar sua operação fora do país neste ano. O último restaurante internacional da marca funciona em Miami.

R$ 670 milhões
foi a receita da rede em 2017

 

SLC Agrícola prevê aporte de R$ 260 milhões na próxima safra

A produtora agrícola SLC vai investir cerca de R$ 260 milhões até o fim de 2019, segundo o presidente, Aurélio Pavinato.


Os recursos serão utilizados para aumentar em cerca de 13% a área plantada na próxima safra, afirma. Só em uma fazenda arrendada na divisa entre Mato Grosso do Sul e Goiás serão 40 mil novos hectares.

O capital é próprio e será aportado em máquinas, corretivos para o solo e novas estruturas de armazenagem e secagem de grãos.

“Este ano tem sido o melhor da história da empresa porque conseguimos controlar custos e uma excelente produtividade de soja e algodão”, diz ele.

“Tivemos perdas com milho na última safra por causa da seca, sobretudo no Paraná e Maranhão, e, agora, teremos um ganho de produtividade, além de maior área plantada. O cenário é bastante positivo.”

Raio-X SLC Agrícola

R$ 887,7 milhões 
foi a receita líquida no 1º semestre deste ano

R$ 337,5 milhões
foi o lucro líquido no mesmo período

2.450
são os funcionários diretos fixos

 

Aos candidatos

Guilherme Afif Domingos 
presidente do Sebrae

Um sistema tributário com menos impostos e a ampliação do Simples Nacional são as principais demandas do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) aos presidenciáveis.

“A proposta de unificação dos tributos federais deveria incluir o ICMS. Esse imposto   deveria ser simplificado de maneira brutal para impedir a guerra fiscal entre estados”, diz o presidente da entidade, Guilherme Afif Domingos.

“Outra prioridade é aumentar a concorrência no sistema bancário. O crédito hoje não chega ao microempresário”, afirma ele.

A entidade defende a regulamentação das empresas simples de crédito, constituídas para emprestar capital a pequenos negócios.

Principais demandas do Sebrae aos presidenciáveis

Uniformizar o Simples Nacional, com a eliminação das diferenças entre estados

Eliminar as diferenças de alíquota de ICMS entre estados

Regulamentar o funcionamento das empresas simples de crédito

27%
é a parcela do PIB representada por micro e pequenas empresas

54,5% 
dos postos de trabalho são gerados por negócios de micro e pequeno porte

Fonte: Sebrae

 

Vem viver outra vez ao meu lado

Clientes de supermercados que, durante a recessão, optaram por marcas menos conhecidas voltaram a escolher produtos famosos, segundo sondagem do Sincovaga, sindicato dos varejistas de alimentos.

A maioria (70%) dos que trocaram de marca agora retornou às antigas opções.

Isso aconteceu de maneira intensa no setor de higiene e limpeza, mas também com mercearia, laticínios e bebidas, segundo Alvaro Furtado, presidente da entidade.

“A mudança é incipiente, o consumo ainda não se recuperou totalmente, mas já se pode dizer que existe uma tendência e, se o desemprego cair, a expectativa do setor aumentará”, afirma.

Os entrevistados ligam o conhecimento da marca à qualidade, segundo a pesquisa.

 

Hora do café

com Felipe Gutierrez, Igor Utsumi e Ivan Martínez-Vargas 

 

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