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Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.

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Atacadão, do Carrefour, vai investir R$ 1,4 bilhão para abrir 20 lojas em 2019

Negócio de 'atacarejo' recebe maiores aportes da multinacional francesa no Brasil

Maria Cristina Frias

O Atacadão, rede supermercadista que atende tanto empresas como clientes finais em um modelo que ficou conhecido como “atacarejo”, vai investir R$ 1,4 bilhão em expansão no ano que vem.

É a mesma soma que será aportada até o fim de 2018, segundo o diretor-executivo Roberto Müssnich.
O dinheiro será empregado na abertura de novos pontos, mas também haverá mudanças nas esteiras e leitores de códigos de barras para agilizar as compras e diminuir filas.

A rede abre 20 unidades por ano, e é essa a previsão para 2019. “Nós compramos o terreno e construímos as lojas”, afirma Müssnich.

 

O Carrefour se tornou o controlador do Atacadão em 2007. Naquele ano, existiam 34 lojas da empresa. Hoje, são 161 unidades para clientes, além de 25 centros atacadistas para fregueses específicos que funcionam com entregas.

O negócio de “atacarejo” recebe as maiores parcelas dos aportes que a multinacional francesa faz no Brasil, segundo o executivo.

O resultado durante a primeira metade deste ano sofreu impacto pela deflação de alguns produtos, diz ele.

“Até agosto, os preços de commodities, como feijão, tiveram baixa. Foi necessário vender mais para ter receita igual à do ano passado.”

Com o fim da queda de preços de alimentos, o desempenho da receita total do Atacadão avançou  na comparação com 2017 —no terceiro trimestre, cresceu 11,2%.

 

  Raio-X
Atacadão

R$ 9,5 bilhões
foram as vendas totais no  terceiro trimestre, alta de 11,2% em relação a 2017

176
são as operações da rede, em todos os estados brasileiros,a maioria delas de autosserviço

42 mil
é o número de funcionários 

 

Cobrança de taxa opõe associação patronal e sindicato em SP

A cobrança da contribuição assistencial dos empregados de supermercados de São Paulo tem gerado controvérsia entre a Apas (associação dos supermercados paulistas) e o sindicato dos comerciários.

Pela convenção coletiva assinada pelo Sincovaga (sindicato dos varejistas de alimentos) e aprovada pelos trabalhadores, uma taxa de até R$ 13 será cobrada de toda a categoria.

“A lei diz que o pagamento é facultativo, mas quem não quis pagar teve de ir às sedes do sindicato e fazer fila até a última sexta (19)”, afirma Ronaldo dos Santos, presidente da Apas.

“Houve empresário que incentivou os funcionários a fazer a fila. Vamos denunciar isso à promotoria”, diz Ricardo Patah, presidente do sindicato dos comerciários.

Cerca de 50 mil empregados pediram a isenção, número acima da média histórica, de 30 mil, segundo ele.

O acordo respeita uma decisão judicial que permitiu a cobrança dessa forma, e não cabe recurso, segundo Álvaro Furtado, do Sincovaga.

“A cláusula inverte a lógica da reforma trabalhista, mas não é ilegal porque mantém o direito de não pagar”, diz Gisela Freire, do Cescon Barrieu.

“Essa parte da convenção só deveria valer para os sindicalizados”, diz Manuela Tavares, sócia do Siqueira Castro.

 

Energia própria

A potência instalada em geração distribuída (quando o consumidor produz a própria energia e gera créditos) praticamente dobrou nos primeiros nove meses deste ano.

Foram 275,23 novos MW (megawatts), segundo dados da Aneel (agência reguladora) compilados pela geradora Zeg, do grupo Capitale Energia. O Brasil tem hoje, no total, 552 MW instalados.

“Quem mais adere são os consumidores com unidades de baixa tensão que nem sempre têm como optar pelo mercado livre [em que é possível escolher de quem comprar energia]”, diz Daniel Rossi, presidente da Zeg.

“Além de supermercados, temos visto muito interesse de redes de drogarias e vestuário.”

O crescimento tem acelerado desde que se tornou possível, em 2016, a reunião de várias empresas em um consórcio ou cooperativa, diz Bárbara Rubim, vice-presidente da ABGD (Associação Brasileira de Geração Distribuída).

“Também passamos a ver mais linhas de bancos para o segmento, mas esse ainda é o maior gargalo do setor.”

 

Aos candidatos
Nelson Mussolini, presidente-executivo do Sindusfarma

O fim do controle de preços dos remédios é a principal demanda do setor farmacêutico aos candidatos a presidente, segundo Nelson Mussolini, do Sindusfarma (sindicato das empresas).

“O governo atual diz que os valores dos medicamentos são baixos graças à tabela, mas isso é bom para quem? O Brasil deixa de investir em inovação e em pesquisa para somente fabricar remédios”, afirma o executivo.

A política, que teve início em 2002, precisa ser modernizada, segundo ele.

Outra medida que eles gostariam de ver implementada é uma isenção mais ampla de tributação —especialmente para medicamentos que não exigem prescrição médica.


Propostas do setor farmacêutico para os presidenciáveis

  • Fim do tabelamento de preços de remédios para incentivar a pesquisa e o desenvolvimento
  • Desoneração tributária de todos os medicamentos

R$ 60,8 bilhões
é o faturamento estimado em 2018

86 mil
são os empregos do setor

 

Hora do café

com Felipe Gutierrez, Igor Utsumi e Ivan Martínez-Vargas

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