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Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.

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Empresas investem em tecnologia para cumprir Lei de Proteção de Dados

Adequação às novas exigências também é oportunidade de negócios para birôs

Maria Cristina Frias

A cerca de 16 meses da entrada em vigor da Lei Geral de Proteção de Dados, empresas começam a investir em tecnologia e treinamento para se adaptar às novas regras.

O Serasa Experian aportará cerca de R$ 7 milhões para adequar softwares e processos internos. A companhia já segue a lei europeia sobre o tema, segundo o CEO José Luiz Rossi.

“As legislações são bastante parecidas, salvo algumas nuances. Por isso, já estamos praticamente prontos”. 

O SPC Brasil também tem feito adaptações nos últimos meses. “Começamos a treinar nossas equipes já antecipando a sanção da lei”, afirma o superintendente de novos negócios Magno Lima.

A regulação é também oportunidade de negócio para o birô, que investirá R$ 20 milhões em uma plataforma de processamento de dados para auxiliar a adaptação de micro e pequenas empresas.

Essas companhias não conseguem fazer grandes investimentos em tecnologia e não têm capacidade técnica nessa área, afirma Lima.

Smartphone com aplicativos de redes sociais
Normas exigem que usuário dê consentimento para coleta, armazenagem e processamento de dados - Eric Baradat/AFP

Subsidiárias de multinacionais e empresas brasileiras que compartilham dados com  unidades na União Europeia são as mais preparadas, afirma Ricardo Barretto Ferreira, do escritório Azevedo Sette.

“As normas são as mesmas para todos, independentemente de atividade ou porte. Mas ainda falta regulamentação para detalhar as exigências”, diz.

O veto presidencial à criação de uma autoridade fiscalizadora é problemático para João Emílio Gonçalves, gerente-executivo de política industrial da CNI (Confederação Nacional da Indústria).

”Ela teria um papel importante de disseminação de boas práticas durante a adaptação”.

 

Vendas de farmácias desaceleram, mas sobem 7,3%

As vendas de farmácias subiram 7,36% no acumulado de janeiro a agosto deste ano, segundo a Abrafarma (entidade das varejistas).

O crescimento está abaixo das projeções realizadas pelo setor, afirma Sergio Mena Barreto, presidente-executivo da associação.

“Projetávamos uma elevação de 9% a 10% para 2018, mas já consideramos que não será possível.”

A alta foi de 9% em 2017. Medicamentos isentos de prescrição é a categoria que mais cresce (15,19%), enquanto os genéricos mantêm o ritmo mais lento, de 4,27%.

A expansão do setor seria menor, não fosse o aumento do número de inaugurações de lojas, afirma Barreto.

“Ainda estamos longe de uma desaceleração orgânica. As redes estão em 950 cidades e o Brasil tem 6 mil municípios. Há muito potencial.”

“Teremos inaugurado 40 lojas até o fim deste ano”, afirma Julio Mottim Neto, presidente do grupo Dimed, dono das farmácias Panvel.

“O ano está mais difícil que 2017. Mesmo assim, tivemos alta de 8% até junho. Conseguimos manter as margens de lucro, mas aumentamos o foco na redução de custos.”

 

União arrecada R$ 92 milhões com venda de imóveis 

O governo vendeu até o momento 16 de imóveis da União neste ano, por R$ 92,4 milhões. O montante é 96% maior do que o angariado em 2017, quando foram vendidos 26 imóveis.

O Ministério do Planejamento conseguiu repassar à iniciativa privada 43% das propriedades ofertadas.

“Vender faz sentido, o Estado não precisa de imóveis para além daquilo que dá suporte a sua atividade.

Além disso, os aluguéis estão baratos, a 0,3% do valor do bem ao mês”, afirma Alberto Ajzental, da FGV.

“Ter terrenos não costuma ser vantajoso, imobiliza verba e tem custos. No caso de um prédio, pode ser mais barato vendê-lo e pagar aluguel, se o gasto não exceder 10% do valor do imóvel ao ano”, diz João Rocha Lima, da USP.

Há um edital aberto até 19 de outubro, que oferece oito terrenos em Brasília avaliados em R$ 390 milhões em troca de um edifício de ao menos 14,7 mil m².

 

Cabeamento alterado

A fabricante de cabos Prysmian vai investir R$ 25 milhões em sua planta em Poços de Caldas (MG) até meados do ano que vem, segundo João Carro Aderaldo, à frente da empresa no país.

A fábrica pertencia à concorrente General Cable, adquirida pela companhia em junho deste ano.

“A chegada da General Cable alterou um pouco nossos planos de investimento”, afirma Aderaldo.

“Tínhamos o projeto de transferir as nossas atividades fabris de Santo André (SP) para Sorocaba (SP), um aporte de R$ 150 milhões. Foi preciso, porém, levar uma parte das linhas para Minas”, diz Aderaldo.

A unidade em Poços de Caldas deverá centralizar a fabricação de fios e cabos de média tensão, utilizados principalmente em ambientes industriais, em obras de infraestrutura de maior porte e por concessionárias de energia, diz ele.

R$ 2 bilhões
foi o faturamento aproximado da Prysmian no Brasil em 2017

1.200
são os funcionários

 

Automação A Unihealth, de logística hospitalar, investirá R$ 17 milhões até 2019 em máquinas e infraestrutura de armazenagem em São Paulo e no início de suas operações na Colômbia e no Equador.

Maromba carioca A rede de academias de ginástica Bluefit investirá cerca de R$ 15 milhões na construção de cinco unidades no Rio de Janeiro. Os pontos serão inaugurados ainda neste ano.

Educação O Itaú Social e a Fundação Carlos Chagas lançam nesta segunda (8) um edital de R$ 3,68 milhões para financiar 14 projetos de pesquisa ligados a problemas do ensino fundamental. 

 

com Felipe Gutierrez, Igor Utsumi, Ivan Martínez-Vargas e Diana Lott

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