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Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.

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Indústria da fundição deverá crescer 6% neste ano, estima segmento

Demanda do setor automobilístico contribuiu para resultado positivo até agosto

Maria Cristina Frias

A produção da indústria de fundição cresceu 4,4% no acumulado deste ano até agosto, segundo a Abifa (do setor). A projeção do setor é que essa alta chegue a 6% em 2018.

O aumento foi de 7,3% em agosto na comparação com o mesmo período de 2017.

Operario mostra peca para freio de trem antes de ser resfriada no setor de  fundicao da fabrica MIC S.A. Metalurgia  que faz pecas para o setor de ferrovias e automobilistico.
Setor encerrou 2017 com US$ 6,7 bilhões (R$ 26,4 bilhões no câmbio atual) de receita bruta - Eduardo Knapp - 21.nov.16/Folhapress

“O bom momento das montadoras é determinante. O segmento automobilístico responde por 58% da nossa demanda. A alta só não é maior devido à tendência de redução de peso de peças”, diz Roberto João de Deus, da associação.

O faturamento das companhias do ramo também deverá subir, de acordo com ele.

“Encerramos o ano passado com US$ 6,7 bilhões [R$ 26,4 bilhões no câmbio atual] de receita bruta. Neste ano, tudo indica que superaremos a marca dos US$ 7 bilhões. [R$ 27,6 bilhões].”

O resultado, porém, ainda não é suficiente para que o nível de produção chegue a patamares pré-crise.

“Nossa receita será 30% maior, mas é sobre uma base baixa. Ainda temos uma ociosidade que beira os 35%”, afirma Wilson de Francisco Jr., diretor da Lepe, que fornece principalmente para montadoras de caminhões e tratores.

A empresa, que chegou a ter cerca de 800 funcionários, emprega hoje 350, e congelou os seus investimentos mais pesados.

“Vamos aportar R$ 7 milhões em maquinário em 2019. Temos um terreno para uma nova planta, mas a obra só será iniciada se o bom momento persistir”, diz ele.

 

Potência do ventilador

A fabricante de eletroeletrônicos Mondial vai investir cerca de R$ 35 milhões em maquinário e desenvolvimento de produtos nas suas plantas na Bahia e no Amazonas em 2019. Os recursos são próprios.

“Nosso portfólio é de 300 produtos e nossos carros-chefe são as linhas de ventilação e cozinha. A previsão é ter ao menos 40 novas versões no mercado no ano que vem”, diz o sócio da empresa, Giovanni Cardoso.

“Investiremos 70% a mais do que em 2018. Na fábrica em Manaus o aporte será na linha de aparelhos de som com alta potência e vídeo. Em Conceição do Cacuípe (BA), o foco serão produtos voltados à cozinha.”

A alta do dólar reduziu as margens da companhia, mas a receita da Mondial deverá crescer 10% em 2018, diz ele.

“Fazemos todo o desenvolvimento e os moldes no Brasil, mas terceirizamos 40% da produção para fábricas no exterior”, afirma o executivo.

“As multinacionais do ramo estão com o freio de mão puxado. Nossa tomada de decisão é feita aqui e estamos otimistas com o mercado local. Há um potencial grande de crescimento após a crise.”

3.000
são os funcionários

 

Aos candidatos
Heitor Klein, presidente da Abicalçados

A volta da alíquota do Reintegra (programa que desonera exportadores) para 2% é uma das demandas do setor calçadista aos presidenciáveis, segundo Heitor Klein, presidente da Abicalçados. 

O incentivo foi reduzido para 0,1% em maio, quando o governo adotou um pacote de medidas para compensar o subsídio ao diesel. “Recorremos ao Judiciário para manter o valor de 2%. Tivemos sucesso em alguns casos”. 

A ampliação e dragagem do porto de Rio Grande também é pleiteada. É o terminal o mais próximo aos 
produtores gaúchos.

“O calendário de aportamento é incerto, por isso muitas empresas transportam a carga até o porto de Santos, às vezes para embarcá-la no mesmo navio”.

US$ 628 milhões
foram as exportações de 2018*

46%
das exportações são de fabricantes do RS*

300 mil
são os empregos diretos

Demandas da indústria de calçados aos presidenciáveis

  • Redução da carga tributária e simplificação dos procedimentos de recolhimento
  • Adoção de políticas de geração de emprego, para reativar a demanda do mercado interno

 

No limite do aporte

A cooperativa agroindustrial catarinense Copercampos vai investir cerca de R$ 50 milhões em sua própria operação até o fim de 2019, segundo o diretor-presidente, Luiz Carlos Chiocca.

Quase 70% do montante será destinado à abertura de unidades de armazenamento de grãos em Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Outros R$ 15 milhões irão para linhas de produção de ração e projetos de energia solar.

“Não podemos gastar mais porque prejudicaria nosso endividamento, ainda que seja muito baixo. Nossa meta é investir no máximo 3% ou 3,5% do faturamento da empresa”, diz Chiocca.

“Começamos o ano preocupados, com a sensação de que 2018 seria pior que 2017. O aumento de preços dos grãos e cereais, porém, melhorou bastante a situação. Teremos alta na receita, algo perto de 7%, mas com rentabilidade um pouco menor.”

R$ 1,375 bilhão
foi o faturamento em 2017

1.500
são os funcionários

 

Pausa... O número de aquisições no Brasil caiu 18% no terceiro trimestre deste ano, em relação ao mesmo período de 2017, segundo a TTR, que monitora as transações. Foram 263 negócios. Os 12 maiores totalizaram R$ 20 bilhões.

...e retomada Há uma desaceleração natural por causa das eleições, mas é possível que algumas negociações sejam destravadas ainda em 2018, diz Maria Cristina Cescon, sócia do escritório de advocacia Cescon Barrieu.

Em breve “Temos visto muitos interessados nos setores de engenharia e construção. O Brasil é um país que certamente demandará atividade na área de infraestrutura e há estrangeiros de olho”, afirma a advogada.

 

com Felipe Gutierrez, Igor Utsumi, Ivan Martínez-Vargas e Diana Lott

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