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Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.

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Pela 1ª vez, 'atacarejo' é tipo de loja mais frequentado por brasileiros

Esses pontos foram visitados por 60% dos consumidores em 2018

Maria Cristina Frias

As lojas de atacado supermercadista que também atendem famílias se tornaram o comércio de autoatendimento mais frequentado no país, segundo a Nielsen, que audita o setor.

Os pontos de “atacarejo”, como são conhecidas as empresas, foram visitados por 60% dos consumidores neste ano, contra 58% dos supermercados de rede, a modalidade de comércio mais prevalecente até o ano passado.

Gôndola de supermercado em São José dos Campos (SP) - Nilton Cardin - 28.mar.17/Folhapress

A alta se deu a partir de 2015. O segmento era o terceiro mais frequentado, atrás dos hipermercados, há três anos.

“Durante a crise, esse canal atendeu a novas necessidades de preço. Depois da recessão, no entanto, o consumidor não deixou de frequentar essas lojas”, afirma Roberto Butrageño, diretor de atendimento de varejo da Nielsen.

A tendência é que dois tipos de comércio de autoatendimento sigam em alta: “atacarejo” e pequenas lojas de conveniência, segundo Ricardo Roldão, sócio da rede que leva seu sobrenome e presidente da Abaas, associação do setor.

“Os hipermercados vão fechar ou mudar de conceito. Ano a ano, a participação e o faturamento deles só cai.”

O crescimento do “atacarejo” deverá ser mais lento no futuro, segundo Everton Muffato, sócio da empresa que tem seu sobrenome.

“Algumas regiões já atingiram sua maturidade e não suportam novas lojas desse tipo. Antes era mais fácil decidir onde abrir pontos. Agora tem menos espaço.”

 

Aos candidatos
Nelson Leite, presidente da Abradee

A revisão do tratado da usina binacional de Itaipu precisa ser abordada ainda em 2019, na avaliação do setor de distribuição de energia.

O acordo firmado entre Paraguai e Brasil expira em 2023, mas as empresas pedem urgência na definição dos termos para a compra do excedente de energia do vizinho.

“As distribuidoras fazem planejamento de cinco anos. Em 2018, já fazemos as aquisições para 2023”, afirma Nelson Leite, presidente da Abradee (do setor).

A redução dos subsídios embutidos na conta de energia elétrica, pagos pelo consumidor, é outra demanda das companhias para o próximo governo federal.

“Uma diminuição no valor das tarifas de luz faria a inadimplência do setor cair também”, diz Leite. 


Demandas das distribuidoras de energia a presidenciáveis

  • Criação de política pública de incentivo a mobilidade elétrica
  • Incentivos a investimentos em tecnologia e inovação

3,7 %
é a participação do setor no PIB

R$ 243 bilhões
foi o faturamento no ano passado

196,3 mil
são os empregos diretos

R$ 16,1 bilhões
são os investimentos anuais

Fonte: Abradee

 

Comida sem fila

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) praticamente zerou a fila de pedidos para registro de novos produtos alimentares.

A autarquia possuía 640 petições à espera de análise em setembro de 2017 e, agora, esse número caiu para 3, segundo Thalita Lima, gerente-geral da área no órgão.

Entre as categorias que precisam de aprovação estão fórmulas para nutrição, probióticos, itens com propriedades funcionais ou voltados para crianças.

Parte do avanço se deve a uma norma que criou uma categoria, a de suplementos alimentares, que passou a ter regras específicas e retirou alguns itens da fila de alimentos.

Além disso, foram feitas mudanças internas na Anvisa, como simplificação de requisitos no processo e adoção de trabalho à distância dos servidores, só permitido caso haja aumento de 20% na produtividade, diz Lima.

O tempo médio de análise, porém, ainda não caiu. Segue em 366 dias para novos registros.

 

Vagas para qualificados

Apesar do crescimento lento da economia, há profissões e cargos com demanda reprimida no país e salários em tendência de alta para 2019, segundo a Robert Half.

Os profissionais de desenvolvimento de software para aparelhos móveis são os que deverão ter a maior alta salarial, de acordo com a consultoria de recrutamento. 

A remuneração média desse trabalho, que parte de R$ 6 mil nas empresas de pequeno porte e chega a R$ 11 mil nas maiores, deverá subir para até R$ 13 mil em 2019.

A posição de gerente de planta fabril também passa por bom momento e poderá ter alta de 10% na remuneração média, que atualmente tem como piso R$ 11 mil.

“Esse crescimento é influenciado pelo bom momento da indústria automobilística, que descongelou projetos. Mesmo assim, os salários estão mais baixos que os pagos antes da crise”, diz Maria Sartori, gerente da consultoria.

“Haverá leve melhora no valor pago a profissionais mais qualificados, que têm taxa de desemprego menor, de 5,7%.”

 

com Felipe Gutierrez, Igor Utsumi, Ivan Martínez-Vargas e Diana Lott

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