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Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.

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Cooperativa de crédito vai investir R$ 500 milhões em 2019

Ao menos metade do montante será destinada a desenvolvimento de tecnologia

Maria Cristina Frias

O Sicoob, sistema de cooperativas financeiras, vai investir cerca de R$ 500 milhões no próximo ano em seu plano de expansão, segundo o presidente, Henrique Castilhano Vilares.

Ao menos metade do montante será destinada a desenvolvimento de tecnologia.

“Uma das principais ações será customizar nosso software para que ele possa ser comercializado a outras cooperativas em países do Mercosul”, afirma ele.

A companhia também aplicará recursos em detecção de fraudes e lavagem de dinheiro e em interfaces que permitem a programadores de fora da empresa criarem aplicativos que se comunicam com o seu sistema.

 

A marca também planeja seguir sua expansão de número de agências pelo país. A rede tem hoje 2.854 locais.

“Prevemos a inauguração de cerca de 300 pontos no ano que vem. Já estamos em 1.680 municípios e queremos chegar a mais 250.”

O Sicoob estima que terá um crescimento superior aos 15% em 2018. Para 2019, a previsão é de 21% de alta no lucro líquido.

A instituição financeira tem hoje 4,3 milhões de cooperados e quer aumentar a parcela de empresas em sua carteira de clientes —que atualmente é de aproximadamente 35%.

R$ 18,12 bilhões
é a receita em 2018 até setembro

R$ 4,9 bilhões
é o lucro líquido acumulado

41,2 mil
são os funcionários

 

Total de multas por informação privilegiada bate recorde em 2018

A soma das multas aplicadas pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) por uso de informação privilegiada no mercado de títulos em 2018 é de R$ 47,7 milhões.

É o recorde de valores para esse tipo de penalidade. Um caso que envolve cinco ex-executivos da PDG Realty impulsionou o resultado.

Um único condenado terá que pagar mais de R$ 13 milhões —é a segunda maior multa para uma pessoa física na história, atrás de uma imposta ao empresário Eike Batista, de R$ 21 milhões, no ano passado.

Há um cálculo para determinar a pena —três vezes o benefício obtido, com correção monetária.

O relator pode dar descontos se entender que há atenuantes, segundo Thiago Giantomassi, sócio do Demarest.

“As circunstâncias são levadas em conta: a posição da pessoa na hierarquia da empresa, o controle que ela tinha da informação, o lucro que ela obteve etc.”

A investigação e comprovação dessa conduta é difícil e custosa, segundo Leandro Chiarottino, sócio do escritório Chiarottino e Nicoletti.

“As provas são itens como comprovantes de comunicação entre executivos e análise do comportamento deles no mercado de capitais, com comparações com o passado.”

 

Jerusalém ou Tel Aviv

Uma mudança da embaixada do Brasil de Tel Aviv para Jerusalém não faria com que as vendas para Israel subissem, diz Fernando Lopes, presidente da Câmara Brasil-Israel de Comércio e Indústria do Rio de Janeiro.

“É uma questão política, nós vemos [a troca de endereço] com bons olhos, mas o que vai facilitar o comércio é a isenção de tarifas.”

O Brasil tem déficit comercial com Israel —neste ano, exportou US$ 269 milhões (cerca de R$ 1 bilhão na cotação atual) e importou US$ 917 milhões (pouco mais de R$ 3,44 bilhões).

As negociações sobre alíquotas e tarifas acontecem entre o Mercosul e Israel, segundo Lopes.

 

Ritmo decrescente

A receita das empresas de capitalização tem aumentado em 2018, mas desacelerou ao longo do ano. Entre janeiro e setembro, a alta foi de 2,6%, mas no primeiro semestre, a subida havia sido maior, de 5,6%.

Os dados são da FenaCap (federação do setor). 

Incertezas relacionadas à política fizeram o segmento crescer a um ritmo mais lento, segundo Carlos Alberto Correa, diretor-executivo da entidade.

“É um ano de eleição, isso colaborou para a diminuição da expansão.”

Títulos de capitalização não são corrigidos pela inflação, mas pela taxa de referência e, em geral, rendem menos que a poupança.

 

Teto compartilhado

A Via Varejo, dona do Ponto Frio e das Casas Bahia, vai começar a abrir unidades dentro de lojas de outras marcas.

Serão quiosques, menores que uma operação convencional e com estoque reduzido. A companhia já tem sete lojas nesse formato, mas todas localizadas em shopping centers. 

As duas primeiras inaugurações serão do Ponto Frio, nesta quarta (21), em parceria com a rede de móveis e decoração Etna, em São Paulo.

Na semana seguinte, duas lojas do atacadista Assaí receberão quiosques das Casas Bahia, segundo Fabio Araujo, gerente de novos negócios da Via Varejo.

“Com esses modelos ampliamos nossa capilaridade de mercado. Vemos um potencial muito grande e agora vamos entender como funcionam na prática”, afirma.

Além de aproveitarem o fluxo de clientes nas lojas, as unidades vão servir como ponto de retirada para itens comprados online, diz o executivo.

Raio-X
Via Varejo

R$ 19,46 bilhões
era a receita líquida até o 3º trimestre deste ano

988
são as lojas no país

 

Ida... A HM Engenharia investirá R$ 10 milhões Campinas (SP) como contrapartida a um empreendimento de 2.380 unidades na cidade. 

...e volta Cerca de R$ 4 milhões irão para o BRT (sistema de transporte rápido por ônibus) do município. O aporte no projeto imobiliário é de R$ 300 milhões.

Entrave O modelo de remuneração nos hospitais, em que se paga por serviço, é o principal obstáculo para o setor segundo 43,1% dos executivos consultados pela Anahp (associação setorial).

Nos rincões Oito em cada dez transações pagas com cheque são feitas em cidades do interior, segundo a empresa de análise de crédito MultiCrédito. A maioria (60,2%) é de R$ 1.000 a R$ 10 mil.

 

Hora do café

 

com Felipe Gutierrez (interino), Igor Utsumi e Ivan Martínez-Vargas

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