Mercado Aberto

Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Mercado Aberto

Setor farmacêutico e governo se desentendem por causa de lixo

Decreto do Ministério do Meio Ambiente vai regulamentar o tema

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Pela primeira vez, o Ministério do Meio Ambiente decidirá sozinho como será a logística reversa de um setor da economia, o de medicamentos.

A política de resíduos sólidos determina que as associações podem chegar a um consenso sobre quem deverá pagar pelos serviços de recolhimento dos produtos usados e pelo descarte ou destino correto.

A indústria de medicamentos discutiu durante sete anos, mas não apresentou uma proposta, segundo Zilda Veloso diretora do departamento responsável pelo tema do Ministério do Meio Ambiente. 

Medicamentos em farmácia na cidade de São José dos Campos (SP). - Lucas Lacaz Ruiz - 11.abr.17/Folhapress

“Negociações para um acordo setorial estão encerradas. Um decreto vai regulamentar a logística reversa. Ponto final.”

O texto está aberto a consultas. “Aperfeiçoamentos viáveis podem ser incorporados, mas serão avaliados dos pontos de vista técnico e jurídico.”

Fabricantes não estão satisfeitos, segundo Nelson Mussolini, presidente do Sindusfarma (sindicato da indústria).

Deveria haver uma classificação de remédios que determinasse quais podem ser descartados de forma comum ou de maneira específica, diz.

“Técnicos do ministério são simplistas, acham que se deve incinerar tudo, mas há especificidades que precisam ser levadas em conta.”

Custos e falta de aterros e incineradoras também são apontados como problemas.

O texto é obscuro, segundo Sérgio Mena Barreto, presidente da Abrafarma, que representa as drogarias.

“Uma cidade de 1 milhão de pessoas precisará ter 33 pontos de coleta. Quais serão essas farmácias? Elas vão se autoeleger? O governo colocou um bode na sala para que o setor construa algo de verdade.”

A divisão de custos não está nítida, segundo Fabrício Soler, do Felsberg Advogados. “Em qual proporção a indústria vai pagar pelo transporte do medicamento usado? A alocação deveria ser mais precisa.”

 

Zema reestrutura operação e estuda fechar mais lojas no próximo ano

O grupo Zema, controlado pela família do governador eleito de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), não vai expandir sua rede varejista no próximo ano, segundo o presidente, Cezar Chaves.

A companhia brasileira anunciou nesta quinta-feira (22) a venda da sua divisão de postos de combustíveis à francesa Total.

As lojas responderam por cerca de 30% da receita da empresa em 2017, contra 60% do negócio de gasolina.

A marca faz uma reestruturação das operações de varejo. São 429 hoje, ante 439 em abril.

“Não vamos abrir unidades em 2019. Podemos fechar as que estão no vermelho ainda no próximo ano”, afirma o executivo.

Há 50 pontos com rentabilidade abaixo da esperada.

A aquisição dos postos, negociada por oito meses, foi fechada por cerca de R$ 500 milhões. O grupo Zema não definiu o destino do montante.

“Avaliamos que a volatilidade de preços dos combustíveis dificultaria nosso mercado. Além disso, a empresa precisaria realizar altos investimentos para fazer frente aos competidores maiores”, diz.

R$ 4,4 bilhões
foi o faturamento do grupo no ano passado

R$ 2,56 bilhões
foi a receita bruta da divisão de combustíveis em 2017

R$ 1,267 bilhão 
foi a receita das lojas no período

5.300
são os funcionários

 

Novas bandeiras de coworking

O grupo IWG, dono das empresas de escritórios compartilhados Regus e Spaces, planeja trazer outras três marcas para o Brasil no ano que vem, segundo o diretor-executivo Tiago Alves.

 

Duas delas, a Nº 18 e a Signature by Regus, são de alto padrão, enquanto a outra, HQ, tem perfil de baixo custo.

“O investimento feito nos empreendimentos nos dois últimos anos, em parceria com os proprietários dos imóveis, foi de R$ 80 milhões. Para o ano que vem, chegará à casa de R$ 100 milhões”, afirma.

O plano do IWG é acelerar a expansão em 2019 e abrir cerca de 30 unidades, 12 a mais que o número deste ano.

O valor injetado pela própria companhia varia de acordo com o projeto. O faturamento no país é estimado em cerca de R$ 500 milhões.

“Além de consolidar a presença em São Paulo e Rio, nosso foco em 2019 com Regus e Spaces serão cidades que não estavam em nosso radar no primeiro momento, como Goiânia, Belém, Manaus e São José do Rio Preto (SP).”

74
são os escritórios da Regus e da Spaces no Brasil

 

Sinais paradoxais

Os executivos e empresários estão menos dispostos a buscar crédito hoje que há um ano, aponta pesquisa do birô Boa Vista SCPC.

Entre as grandes companhias, 68% dizem que não devem fazer empréstimos. A maioria das médias e pequenas afirma o mesmo.

A intenção de investir, no entanto, aumentou, segundo Vitor Meira França, economista do Boa Vista.

“A expansão de negócios com capital próprio é limitada, e nesse momento, é isso que as empresas sinalizam que vão adotar com mais intensidade. Isso significa que a retomada deverá ser tímida e lenta.”

Entre os executivos que vão recorrer a crédito, menos da metade afirma que planeja fazer novos aportes.

 

Músculo amadurecido

A indústria brasileira de suplementos alimentares deverá terminar 2018 com uma alta de 8% a 8,5% no faturamento, segundo a Brasnutri (associação setorial).

Há um processo gradual de desaceleração do crescimento nos últimos anos. 

O incremento foi de 9,5% em 2017, e chegou a ser de 10% no ano anterior.

O ritmo menor está ligado a um amadurecimento do segmento, segundo Synésio Batista da Costa, presidente da entidade.

“Lá atrás foi um primeiro salto, o mercado praticamente não existia há seis ou sete anos”, diz ele.

“A indústria americana é 10,5 vezes maior que a nossa. Não almejamos alcançar esse patamar, mas certamente existe muito espaço para crescer em volume total e per capita.”

 

Olha... O porto de Santos receberá, na próxima terça (27), o maior navio de fertilizantes de sua história, segundo a operadora logística Rumo.

...o pesado A vinda da embarcação foi negociada pela companhia. O navio saiu em outubro da China com 71 mil toneladas de sulfato de amônio.

Franquias A rede espanhola de estética Não+Pelo vai abrir cinco lojas no estado de São Paulo até janeiro —serão, ao todo, 78 em funcionamento.

 

Hora do café

com Felipe Gutierrez (interino), Igor Utsumi e Ivan Martínez-Vargas

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.