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Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.

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Venda direta de combustível volta a ser debatida pelo setor

Para associações do etanol, estudo da Fazenda não implica liberação de comercialização

Maria Cristina Frias

Entidades empresariais ligadas à produção, distribuição e venda de etanol que se opõem à venda direta para postos consideram que o Ministério da Fazenda será contrário à medida.

A ANP (agência nacional do petróleo e combustíveis) realizou, em agosto, discussões sobre novas regras para a comercialização.

A liberação da venda direta sem mudanças na tributação poderá gerar distorções no mercado de etanol hidratado, segundo nota da Fazenda. Um grupo de três secretarias fará um relatório com proposições para a questão.

Lila em postos de combustível na Vila Guilherme, em São Paulo - Adriano Vizoni - 31.mai.18/Folhapress

“A ideia é só discutir a venda direta, mas não necessariamente aprová-la”, diz Elizabeth Farina, diretora-presidente da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar).

A entidade é contrária à mudança, pois considera que as usinas herdarão impostos pagos por distribuidoras.

Já há sonegação nos postos, o que coloca os que estão em dia com o fisco em desvantagem. Isso seria ampliado com uma alteração da regra, diz Paulo Miranda, da Fecombustíveis (de postos).

“A Fazenda está preocupada com o PIS/Cofins. Ela resolverá isso se tributar na fonte, mas, sem distribuidoras, talvez o país inteiro não possa ser abastecido.”

A Plural (entidade dos distribuidores) considera que a pasta vai estudar o tema de forma técnica, e diz, em nota, apoiar o grupo de trabalho.

Para a Feplana (federação dos plantadores de cana), a venda derrubaria preços. “Postos já procuram as usinas para compra, na expectativa da aprovação”, diz o diretor-técnico José Severo.

 

Serviços digitais são o novo livro

A editora Moderna, pertencente ao grupo espanhol Santillana, vai investir cerca de R$ 80 milhões na expansão do Compartilha, sua unidade de serviços digitais para escolas particulares.

Só em 2019, o aporte será de cerca de R$ 20 milhões, segundo Ângelo Xavier, diretor-geral da empresa no Brasil.

“O projeto já atende a 250 mil alunos em 650 colégios no país. Queremos aumentar a quantidade de estudantes em ao menos 10% no próximo ano”, afirma o executivo.

Os recursos serão aplicados em geração de conteúdo e desenvolvimento de plataformas e aplicativos, de acordo com Márcia Carvalho, diretora do programa, que representa hoje aproximadamente 10% da receita do grupo.

O Compartilha oferece às instituições de ensino sistemas de comunicação entre professores e pais, material didático, ambiente de ensino a distância e planejamento de comunicação.

A Moderna deverá encerrar este ano com o faturamento estável no país, estima Xavier.

 

R$ 735 milhões
foi a receita da operação brasileira da editora em 2017

1.200
são os funcionários

 

Alergia a camarão

Representantes da indústria calçadista firmaram um compromisso com importadores equatorianos nesta quarta (21) para trocar informações e tentar superar um obstáculo às vendas para o país, segundo a Abicalçados (do setor).

O Equador tem obrigado empresas brasileiras a certificar a origem dos sapatos e insumos, uma burocracia que causa atrasos, afirma Heitor Klein, presidente da entidade.

“Trata-se de uma retaliação dos equatorianos a uma liminar no Brasil que limita a importação de camarão deles. Nós vamos agora acompanhar essa questão no Judiciário.”

 

Tratamento sueco

A multinacional sueca Diaverum, de cuidados renais e diálise, adquiriu três clínicas, duas em São Paulo e uma em Sergipe, para acelerar seu plano de expansão no país.

A empresa já tinha começado a testar o mercado após comprar dois estabelecimentos, em Aracaju e Guarulhos (SP), no fim de 2017, segundo o diretor-geral Rafael Romanini.

“Ao longo deste ano, nós montamos uma equipe no Brasil e estruturamos nossa operação para continuar com as aquisições”, diz ele. O valor do aporte não é revelado.

A Diaverum já está em países como Chile, Uruguai e Argentina —só nesta última são 35 unidades.

Raio-X
Diaverum

€ 730 milhões
(R$ 3,15 bilhões) foi o faturamento global em 2017

19
são os países em que a empresa opera

330
são as clínicas pelo mundo

 

Cartão capixaba

A fintech Pag, do grupo capixaba Avista, planeja investir cerca de R$ 150 milhões em seu plano de expansão no próximo ano, segundo o diretor-executivo da empresa, Giovanni Piana.

“Nós temos hoje 650 mil clientes com conta digital e cartão de crédito e temos acelerado o ritmo de aprovação. Há ainda outros 2,1 milhões de pedidos pendentes. A ideia é terminar 2019 com 5 milhões de clientes”, afirma.

O montante será aplicado principalmente em infraestrutura tecnológica, desenvolvimento de produtos, logística de entrega e comunicação.

“Passamos a oferecer o cartão de débito para ganhar escala recentemente. Agora, estudamos formatos de programas de fidelidade. O objetivo é implementá-lo no ano que vem”, diz o executivo.

Os recursos virão do caixa da companhia, da controladora e também de acionistas. A fintech estuda, ainda, a entrada de novos investidores com intuito de financiar sua expansão. Os novos acionistas seriam minoritários.

 

Ligado na... A multinacional alemã Bosch investirá R$ 12 milhões em sua divisão de ferramentas elétricas no Brasil até dezembro deste ano.

...tomada O aporte vai para tecnologia, treinamento de funcionários e desenvolvimento de novos produtos para os mercados brasileiro e latino-americano.

Faltou revisão Dois em cada três carros que precisaram de assistência da concessionária CCR entre os dias 14 e 20 de novembro tiveram pane mecânica. Foram contabilizadas 6.000 ocorrências.

 

Hora do café

com Felipe Gutierrez, Igor Utsumi e Ivan Martínez-Vargas

Erramos: o texto foi alterado

Ao contrário do que foi publicado inicialmente no texto "Cartão capixaba", a fintech Pag tem 650 mil clientes, e não 650. A empresa estuda a entrada de novos investidores, minoritários.

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