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Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.

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Aquisições de escolas de ensino básico deverão aumentar em 2019

Companhias com atuação no ensino superior têm se interessado em compras colégios

Maria Cristina Frias

A nova onda de consolidação no setor de educação, que envolve a compra de colégios de ensino fundamental e médio, deverá se intensificar nos próximos meses, segundo especialistas.

“Neste ano, entre 50 e 60 escolas foram compradas. Deverão ser de 70 a 80 em 2019. As margens desse nicho são boas e é um mercado visado pelos principais grupos educacionais”, diz Ricardo Jacomassi, da TCP Latam.

As companhias que concentram a atuação no ensino superior são as que mais têm se interessado em fechar negócio na educação básica.

Sala de aula dos alunos em colégio particular em São Paulo - Eduardo Knapp - 18.ago.17/Folhapress

“Há uma saturação do crescimento das faculdades via fusões e aquisições, já o ramo das escolas é muito fragmentado”, afirma.

“Essas empresas maiores vão capitanear as compras no segmento, mas temos recebido consultas de empresas internacionais que não investiram em universidades, mas querem se posicionar no país”, diz Rogerio Gollo, sócio da PwC.

As redes de escolas regionais e os colégios grandes de renome são os alvos principais. Os investidores têm se interessado por São Paulo e as grandes capitais do Nordeste, como Salvador e Recife, segundo Gollo.

“É um negócio que precisa de escala, o que exclui pequenas compras”, diz.

“Acreditamos que haverá uma migração para cidades de porte médio com elevado poder aquisitivo em 2019, como Londrina (PR), Campinas (SP) e Ribeirão Preto (SP)”, afirma Jacomassi.

 

Para pensar rápido

A Flytour vai investir cerca de R$ 50 milhões em desenvolvimento de tecnologia e em capacitação de funcionários no próximo ano, segundo o presidente do grupo, Christiano Oliveira.

“O aporte será maior que o feito neste ano e visa a aumento de produtividade e redução de despesas”, afirma.

Neste ano, a companhia unificou a gestão de suas operadoras turísticas MMT e Flytour. Para 2019, o objetivo é agilizar a tomada de decisões em suas oito unidades de negócio.

“As entregas de resultados e as análises de metas são trimestrais hoje, mas nossa intenção é passar a fazer ajustes semanais”, diz ele.

A marca, que projeta fechar 2018 com alta de 14% em receita, estima crescer 10% em faturamento no próximo ano.

“É importante um câmbio mais estável, neste ano os pacotes internacionais sofreram por conta do câmbio.”

R$ 5,5 bilhões
foi a receita bruta em 2017

 

Água e óleo

A Abrapp (associação dos fundos de pensão) vai tentar demover o novo governo da ideia de fundir Susep (Superintendência de Seguros Privados) e Previc (de previdência complementar).

A possibilidade agrada a algumas pessoas da ala econômica do presidente eleito Jair Bolsonaro e é vista com preocupação pelos planos de previdência fechada, segundo Luís Ricardo Martins, presidente da Abrapp.

A entidade ainda aguarda uma brecha para conseguir se reunir com a equipe de transição, mas vai propor a criação de uma agência de poupança de longo prazo, que reúna os produtos da Previc e alguns da Susep, como PGBL, diz ele.

“Você não pode, nessa eventual fusão, ter um único órgão para fiscalizar e tratar de produtos financeiros e Previdência porque eles têm políticas regulatórias e de fomento totalmente diferentes”, afirma.

“A Previc ainda é muito jovem [criada em 2009]. A atividade meio [dos fundos de pensão] é sim capitalização, mas nossa atividade fim é pagar benefício, estamos mais no campo social.”

 

O clima no campo

O faturamento das vendas de planos de seguro rural no ano que vem deverá crescer 20% e alcançar R$ 2,2 bilhões, prevê a FenSeg (Federação Nacional de Seguros Gerais).

Esse produto depende muito do valor que o governo deverá dar de subvenção —e a expectativa é que haja um salto de R$ 370 milhões para R$ 450 milhões, segundo Joaquim Neto, da comissão de seguro rural da entidade.

São poucas as seguradoras que trabalham com o setor, mas o número aumentou, diz Neto: “Havia 10 empresas que vendiam planos para o campo no começo do ano passado, e hoje são 14”.

O ramo é considerado complexo, pois envolve a análise de clima e é necessário fazer resseguro para todos os contratos, segundo ele.

Como se prevê um aumento de safra, há possibilidades de que mais operadoras passem a atuar. Os agricultores também devem se interessar mais, com receio de secas ou de muita chuva.

 

Compras de... O número de aquisições feitas no Brasil cresceu 4% nos 11 primeiros meses deste ano, em relação ao mesmo período de 2017, segundo a consultoria PwC. Ao todo, foram 600 transações, 62 delas em novembro.

...fim de ano  O volume ainda é inferior à média de 715 operações registrada de 2010 a 2015. Dois terços das transações de 2018 ocorreram na região Sudeste e o setor de tecnologia da informação foi o que mais teve vendas (126).

Hora do boleto O preço do aluguel residencial na capital paulista subiu 0,31% em novembro deste ano, na comparação com outubro, segundo o Secovi-SP (sindicato da construção). No acumulado de 12 meses, há estabilidade.

 

Hora do café

com Felipe Gutierrez (interino), Igor Utsumi e Ivan Martínez-Vargas

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