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Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.

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Camargo Corrêa deverá ser a próxima a fechar acordo com a AGU e a CGU

Além da empreiteira, 18 empresas ainda tentam fechar um trato similar

Maria Cristina Frias

Depois de a Andrade Gutierrez fechar um acordo com a AGU (Advocacia Geral da União) e o Ministério da Transparência e a CGU (Controladoria Geral da União), a próxima da fila é a Camargo Corrêa.

A expectativa no governo é que um acerto formal com a empreiteira, que admitiu crimes na Lava Jato, seja assinado no início de janeiro. O valor do pacto é estimado em R$ 1,2 bilhão, mas poderá chegar a R$ 1,4 bilhão porque as negociações não se encerraram.

Além da Camargo, 18 empresas ainda tentam fechar um acordo semelhante.

Logomarca da empreiteira Camargo Corrêa em túnel na cidade de São Paulo - Paulo Whitaker - 30.jan.18/Reuters

O TCU (Tribunal de Contas da União) não assina junto com os outros dois órgãos porque não dá quitação. Se mais à frente o TCU encontrar uma diferença, ela terá de ser paga à parte.

O total acordado compreende pagamentos em decorrência de lucros indevidos obtidos pela companhia, restituição de propina e multas administrativas estabelecidas pelas Leis Anticorrupção e de Improbidade.

Em agosto de 2015, a Camargo fechou um acordo de leniência com o Ministério Público por R$ 700 milhões, valor considerado baixo.

A Andrade Gutierrez, que também admitiu crimes de corrupção apurados na Operação Lava Jato, selou seu entendimento com a CGU e a AGU na semana passada e vai pagar no total R$ 1,49 bilhão. 

A soma considera o valor de R$ 1 bilhão estipulado há dois anos no acordo fechado com o Ministério Público Federal e acrescenta R$ 490 milhões.

 

O que estou lendo
Marcelo Barbosa, presidente da CVM

O tema não sai da cabeça dele nem na hora do lazer.

“Billion Dollar Whale” (Baleia de Bilhões de Dólares), de Tom Wright e Bradley Hope, é a leitura atual de Marcelo Barbosa, presidente da CVM (Comissão de Valores Monetários), a xerife do mercado.

O livro, cujo subtítulo é “O Homem Que Enlouqueceu Wall Street, Hollywood e o Mundo Inteiro”, conta a história do golpista malaio Jho Low, que usou seus contatos para ludibriar financistas, autoridades e celebridades. 

Foi um roubo de centenas de milhões de dólares em uma firma de investimentos que atingiu uma escala global. 

“O enredo flerta com o absurdo em vários momentos. É um excelente trabalho de investigação dos autores”, afirma Barbosa.

Billion Dollar Whale
Tom Wright e Bradley Hope, Ed. Hachette Books, R$ 78, 400 pags. 

 

Compras pelo país

O Grupo Sabin, de laboratórios médicos, vai investir ao menos R$ 170 milhões em seu plano de expansão no próximo ano, segundo a presidente da empresa, Lídia Abdalla.

O aporte será 30% superior ao de 2018, e direcionado à instalação de 15 novas unidades e a eventuais aquisições de outras empresas.

A marca fez cinco compras neste ano. A última delas, fechada na última sexta (21) foi do laboratório RA, no Distrito Federal, onde também está sediada a adquirente.

“É uma unidade especializada em diagnóstico por imagem que faz 15 mil exames por mês, em Tabatinga, cidade satélite de Brasília, onde temos forte presença”, afirma ela.

“Continuaremos a crescer tanto orgânica quanto inorganicamente em todas as regiões. Miramos operações médias em cidades que tenham mais de 300 mil habitantes e sistema de saúde estruturado.”

A área de genética receberá boa parte dos aportes, segundo a executiva. 

R$ 830 milhões
foi a receita em 2017

271
são as unidades

 

Melhora de médio e alto padrão

O lançamento de imóveis residenciais cresceu 33% nos dez primeiros meses de 2018 segundo a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) e a Abrainc (associação das incorporadoras).

A retomada nos projetos de alto e médio padrão ajudou a impulsionar o setor. Após perderem espaço para projetos do Minha Casa, Minha Vida nos anos de recessão, tiveram alta de 73,9% até outubro.

O volume de novos empreendimentos do programa de habitação subiu 23,3% no mesmo período, segundo as entidades.

 

Peixe paulista

A indústria de pescados Frescatto vai expandir seu centro de distribuição em Recife e planeja instalar uma fábrica em São Paulo no próximo ano, segundo o diretor-executivo da companhia, Thiago de Luca.

“Vamos aumentar nossa capacidade de armazenagem no Nordeste com mais um local próximo do atual. A ideia é inaugurar no fim do ano”, afirma ele.

“Temos dois investimentos contingenciados devido à situação da economia, mas que deverão ser retomados com o crescimento do PIB: a reforma da fábrica principal, no Rio de Janeiro, e a instalação da planta em São Paulo.”

Os aportes somam cerca de R$ 12 milhões. A companhia deverá crescer 4% em receita em 2018.

R$ 575 milhões
foi o faturamento da marca em 2017

 

Previdência...  A Prefeitura de São Paulo contava com a aprovação da reforma da Previdência na Câmara Municipal em primeiro turno por 28 votos. Acabou sendo por 33.

...no município Uma vez aprovada em primeira votação, a expectativa, segundo interlocutores do prefeito Bruno Covas, é que passará na segunda, na próxima quarta (26).

Em mandarim A Odonto Excellence vai abrir suas primeiras franquias na China e na Espanha em 2019. A marca opera hoje em quatro países e tem cerca de 630 unidades.

 

Hora do café

com Felipe Gutierrez, Igor Utsumi e Ivan Martínez-Vargas

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