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Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.

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Cobrança ineficaz de taxa do Netflix causa insegurança no setor e pode cair

Diretor da Ancine entrou com um processo para passar a recolher ou revogar taxa

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Uma indefinição sobre a forma de recolher a Condecine (contribuição para a indústria cinematográfica) que incide nas plataformas de vídeo sob demanda (como a Netflix e a Amazon Prime Video) tem criado insegurança no setor.

Há, desde 2012, instruções normativas que determinam a cobrança por cada título que as empresas têm no acervo.

O recolhimento da contribuição, no entanto, nunca foi feito, e não existe uma conta de quanto ele representaria.

O recolhimento da contribuição nunca foi feito - Mike Blake - 22.ago.18/Reuters

Há o entendimento entre as empresas e a Ancine (agência do cinema) de que essa forma de tributar não faz mais sentido —ela foi estabelecida quando os serviços de vídeo online eram ainda negócios incipientes.

Trabalha-se para redesenhar a base de arrecadação —pode ser pelo faturamento, pelo acervo inteiro ou uma forma híbrida.

Até que a regra seja alterada, falta clareza sobre o tema, o que dá insegurança ao setor, segundo pessoas envolvidas na discussão.

O receio se agravou quando um diretor da Ancine entrou com um processo administrativo para, de fato, passar a recolher —inclusive de forma retroativa, de 2012 para cá— ou revogar a norma que obriga a cobrança por título.

A entidade fez duas reuniões na última semana para explicar a situação aos agentes do mercado que disseram não concordar com a regra atual.

Entre os produtores de conteúdo, no entanto, não existe consenso: há quem afirme que a Condecine deve ser cobrada da maneira como está prevista desde 2012, pois isso implicaria receita maior.

 

Da luz ao banho

A Lorenzetti, de chuveiros, aquecedores de água, lâmpadas, louças e metais sanitários, investirá R$ 175 milhões na instalação de uma nova fábrica na região da Mooca, onde a companhia já possui plantas.

“Compramos neste ano um galpão e fizemos ali um centro de distribuição de 25 mil metros quadrados. Agora, vamos adquirir uma área industrial na região. Só em infraestrutura, serão R$ 65 milhões”, diz o CEO, Eduardo Coli.

A nova unidade terá 27 mil metros quadrados de área construída. No montante total, também está prevista a encomenda de maquinário. As obras deverão ser finalizadas em seis meses.

A empresa, que estima crescer 7% em 2018, projeta alta de 10% em receita em 2019.

“Temos a intenção de comprar marcas que tenham expertise em áreas em que não atuamos. No nosso portfólio atual falta piso, por exemplo.”

R$ 1,28 bilhão
foi a receita bruta em 2017

4.600
são os funcionários

 

Alta na demanda e eleição endurecem negociação com galpões logísticos

A melhora na demanda e no humor dos empresários após as eleições tem endurecido as negociações por espaços em condomínios logísticos, segundo empresas que atuam nesse mercado.

Não houve ainda um aumento de preços, mas os benefícios que eram concedidos para atrair locatários começaram a mudar, afirma Giancarlo Nicastro, diretor-executivo da plataforma de informações Siila.

“O mais comum é que os locadores ofereçam agora três meses sem cobrar aluguel, não mais 12, ou reduzam o escalonamento [quando os contratos têm descontos maiores no início, retirados progressivamente]”, diz ele.

“O locador ainda tinha poder de barganha maior no ano passado, sobretudo para obter carência e conseguir reduzir o valor pedido inicialmente”, diz Pedro Ribeiro, da consultoria Peers Consulting.

O endurecimento é mais forte nas regiões com menor vacância. As áreas com maior demanda são as mais próximas à capital paulista, como Cajamar e Barueri, segundo Jadson Andrade, da consultoria Cushman & Wakefield.

 

Jogo é jogo, treino é treino

Empresas brasileiras ainda fazem pouco para reduzir a distância entre teoria e prática quando o assunto é inovação, segundo a EY.

Cerca de 75% das ouvidas pela consultoria afirma que o atual modelo de negócio será colocado em xeque devido a novas tecnologias.

Menos da metade (46%), porém, diz que líderes da companhia têm um grau de conhecimento alto ou muito alto sobre as mudanças.

Foram consultadas 74 empresas, mais de 60% delas com faturamento acima de R$ 500 milhões, nas regiões Sudeste, Sul, Nordeste e Centro-Oeste.

“Não adianta ter um discurso bonito sobre blockchain e inteligência artificial e não ter um ambiente propício para mudanças”, diz Marcelo Godinho, sócio da EY.

“Na prática, o olhar ainda está voltado para o curto prazo, para reduzir custos, e inovação não se restringe a isso. Não adianta ter um escritório novo e falar em cultura de startup se o processo de transformação é desestruturado.”

 

Um passo... O Centro Universitário Celso Lisboa firmou uma parceria para aplicar sua metodologia e gestão na Facha, do Rio. O CEO da Celso Lisboa assumirá o comando.

...por vez A empresa negocia um acordo similar com outras 14 empresas. O plano é criar um grupo de pequenas faculdades e, após captar recursos, adquirir parte delas.

Ginástica Uma em cada quatro empresas não oferece programas voltados a saúde para seus funcionários, segundo a consultoria Scaldelai, que ouviu 200 diretores de RH.

 

Hora do café

com Felipe Gutierrez (interino), Igor Utsumi e Ivan Martínez-Vargas

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