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Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.

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Participação das ações preferenciais na Bolsa cai 5 pontos percentuais em menos de 2 anos

Papel dá prioridade para receber dividendos, mas não tem direito a voto

Maria Cristina Frias

A participação das ações preferenciais no volume de títulos comercializados na Bolsa cai desde 2016, de acordo com dados da B3.

Esse é um tipo de papel que dá ao detentor uma prioridade na hora de receber dividendos, mas os donos não têm direito a voto em assembleias ou participação no conselho de administração.

Transações com esses ativos na Bolsa representavam 41% do total em 2016, e até o dia 6 de dezembro deste ano, equivalem a 36% do volume.

Índices de mercado durante pregão da Bolsa - Diego Padgurschi - 9.mai.15/Folhapress

Essa é uma espécie de título mais volátil, segundo Eduardo Velho, economista-chefe da GO Associados.

“Fundos estrangeiros que saíram da Bolsa e foram para o mercado americano venderam preferenciais. Acionistas com muito papel ordinário não negociam tanto, eles querem poder de conselho, é uma estratégia de médio prazo.”

É natural, portanto, que haja mais saída de preferenciais que de outros tipos de títulos quando o real se desvaloriza ou os juros básicos nos Estados Unidos sobem, segundo o analista.

A migração para o Novo Mercado também explica a diminuição relativa das preferenciais, segundo Alvaro Frasson, analista da Spinelli.

As empresas listadas nesse segmento da B3 têm um grau de governança maior e não têm ações preferenciais. 

“A Vale e a Suzano passaram para o Novo Mercado [no fim do ano passado]. As duas tinham um volume grande de ações em flutuação”, afirma Frasson.

 

Hospital na praia

O grupo Trasmontano ampliou sua previsão de investimentos na construção de um novo hospital Igesp em Praia Grande (SP) de R$ 100 milhões para R$ 150 milhões. As obras começam em 2019.

“A ideia inicial não incluía maternidade. Vimos, porém, que existe demanda na região e resolvemos aumentar o projeto”, diz Júlio Cesar Lobato, diretor-executivo do grupo.

“Também compramos um terreno para instalar ali um centro médico.”

A estimativa é que cerca de R$ 40 milhões sejam desembolsados no próximo ano. A unidade deverá ser inaugurada até 2021. O edifício, que terá 14 andares e capacidade para 200 leitos, será construído em uma área de 40 mil m².

A companhia, que também possui uma faculdade de enfermagem no bairro da Consolação, em São Paulo, pretende ainda inaugurar um novo campus na região.

“Queremos abrir outros cursos, como nutrição, fisioterapia, odontologia e medicina. Vamos comprar um prédio nas redondezas e instalar ali os laboratórios necessários. O aporte mínimo será de R$ 30 milhões”, diz ele.

A marca, que possui um plano de saúde, prevê crescer 12% em receita em 2018.

R$ 720 milhões
é o faturamento previsto para este ano

1.600
são os funcionários

 

Graças ao hambúrguer

As cadeias de fast-food evitaram que o segmento de alimentação fora do lar passasse mais um ano estagnado, segundo a ANR, que representa de redes mais baratas a restaurantes de alto padrão.

O faturamento do setor terminará o ano com resultado de 3,5% positivos, abaixo dos 5% inicialmente previstos, de acordo com Cristiano Melles, presidente da entidade.

“A alta existiu por causa do crescimento do número de lojas. O mercado de fast-food é mais competitivo e tem mais aberturas porque os grupos têm necessidade de cavar um espaço cada vez maior”, afirma o executivo.

As companhias têm olhado cada vez mais para cidades menores, com menos de 100 mil habitantes, o que acelera a expansão, afirma.

A paralisação dos caminhoneiros e o desempenho medíocre das vendas em lojas maduras foram os principais entraves neste ano, segundo Melles.

“A perspectiva para o ano que vem é que, após três anos atípicos, tenhamos um período sem sobressaltos.”

 

Juventude segurada

A participação de jovens na carteira de seguros de vida tem aumentado neste ano, segundo empresas do setor.

Pessoas até 35 anos representavam 8,2% da carteira da Zurich Santander em 2016 e, hoje, são 15%, principalmente devido a uma maior demanda em canais digitais, segundo o diretor Cesar Vital.

Na Caixa Seguradora, a contratação para pessoas de 16 a 25 anos subiu 34% neste ano até novembro —foi a única faixa etária a registrar alta.

“Bancos são um dos principais canais para a distribuição do seguro, e como a população bancarizada tem crescido, o produto chega a novos públicos e faixas de renda”, diz Castelano Santos, do banco.

“Há também uma questão de risco. Quanto mais jovem, maior tende a ser a chance de ser aceito”, afirma Aura Rebelo, da Prudential.

 

Saúde A Santa Casa de Porto Alegre e a firma de investimentos Techtools assinaram uma parceria para acelerar cem startups até 2021. A previsão é captar R$ 100 milhões em um fundo que será lançado em abril.

Mês eleitoral O consumo de energia das indústrias subiu em outubro, segundo a Comerc. As maiores altas foram dos setores de veículos e autopeças (8,3%) e eletromecânica (6,6%).

 

Hora do café

com Felipe Gutierrez (interino), Igor Utsumi e Ivan Martínez-Vargas

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