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Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.

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Redução de IPOs no Brasil segue tendência global, diz consultoria

Houve queda no número de aberturas de capital, mas quantidade de megaoperações aumentou

Maria Cristina Frias

O Brasil seguiu a tendência mundial nos IPOs (ofertas públicas de ações) deste ano, segundo a EY.

Houve uma queda no número de empresas que colocaram suas ações na Bolsa, mas a quantidade de megaoperações aumentou.

Em momentos de tensão, o risco reduzido das ofertas de grande porte chama mais a atenção dos investidores, segundo Guilherme Sampaio, sócio da consultoria.

Pessoas observam monitores de índices de mercado na Bolsa - Rahel Patrasso - 29.out.18/Xinhua

Um bom exemplo foi a abertura de capital do grupo japonês Softbank, que captou 2,65 trilhões de ienes (R$ 93 bilhões, de acordo com a cotação do câmbio atual).

As causas de incerteza que explicam essa tendência, porém, são distintas, conforme afirma o executivo da empresa de auditoria.

“No cenário global, há uma tensão geopolítica crescente entre a China e os Estados Unidos, além das dificuldades ocasionadas pelas negociações para a saída do Reino Unido da União Europeia”, diz ele.

“Enquanto isso, no Brasil, a seca das ofertas no segundo semestre esteve ligada ao cenário político e econômico interno.”

A expectativa é que as listagens na B3 em 2019 se concentrem entre o fim do primeiro trimestre e o segundo, afirma Sampaio.

“Há uma fila, tivemos 6 ou 7 companhias que postergaram os IPOs neste ano e algumas outras que já tinham se preparado. A prova de fogo será como se dará a discussão econômica nos primeiros cem dias do governo.”

 

Corretoras de criptomoedas se readequam a regras e valores

A queda das cotações de bitcoins e uma provável mudança de regulamentação brasileira sobre criptomoedas têm levado as empresas do segmento a se rearranjar e discutir qual a melhor forma de responder às mudanças.

A Receita Federal ouviu sugestões sobre propostas para aperfeiçoar a cobrança de impostos e a coleta de informações sobre os correntistas.

O volume de dados que o órgão quer obrigar as corretoras a entregar as forçaria a contratar mais gente, o que elas não conseguem fazer, diz Fernando Furlan, da Associação Brasileira de Criptoativos.

“Esse é um setor novo, a exigência representa gastos e despesas que podem implicar a inviabilização de negócios.

A queda de valor da principal moeda, bitcoin, fez empresas se readequarem, diz Natália Garcia, diretora jurídica e sócia da Foxbit.

“É um amadurecimento. Tem muita corretora à venda ou em busca de fusões.”

 

Para baixo do guarda-chuva

A Praxio, empresa de softwares para transportes de carga e passageiros, fez três aquisições de concorrentes nos últimos 12 meses, por uma soma de R$ 40 milhões.

Há planos para continuar com as compras, de acordo com o diretor-executivo Valmir Colodrão.

“Já conversamos com cerca de 30 empresários, fizemos visitas e selecionamos aqueles que são mais alinhados aos nossos valores. Nós costumamos manter os executivos das companhias que adquirimos”, afirma ele.

Ao analisar uma compra, a Praxio também procura soluções tecnológicas que ela mesma não oferece, afirma.

Interessada nos mercados de México e Chile, a empresa  planeja entrar em um deles por meio de compra ou de sociedade.

Um grupo sueco fez um aporte na empresa em 2016.

Os softwares da Praxio gerenciam as tarefas de motoristas, como as entregas e coletas que precisam fazer, além de monitorarem o próprio veículo, como o momento para trocar pneus etc.

480
é o número de funcionários da Praxio

20 anos
é a idade da empresa

 

Luz no subsídio

O subsídio que consumidores do mercado livre de energia têm na distribuição equivaleria ao que 300 mil residências obteriam com painel solar em casa, segundo levantamento da Allez.

“Não há clareza a respeito de custos nas tarifas da maioria das famílias”, diz Alexandra Januário, sócia da consultoria.

A empresa atua com energia distribuída, e fez o estudo para argumentar que os subsídios implícitos, como o do uso de fiação que permite inserir e tirar energia do sistema, são menores que os de outros tipos.

A Aneel (agência do setor) tem discutido a cobrança de estrutura das distribuidoras pelos donos de painéis solares. O número de casas com o equipamento chegou a 50 mil em 2018, segundo o órgão.

 

Mãos dadas A italiana Sebigas, que atua no setor de biogás, firmou uma joint venture com a brasileira Cótica, de engenharia, para fechar contratos de novas usinas. O investimento envolvido na operação é de R$ 10 milhões.

 

Hora do café

com Felipe Gutierrez (interino), Igor Utsumi e Ivan Martínez-Vargas

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