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Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.

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Batalha pelo controle da Eldorado em arbitragem deve começar neste mês

A Paper Excellence considera que a J&F dificultou o pagamento das dívidas da adquirida

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O caso da venda da Eldorado, empresa de celulose da J&F, para a Paper Excellence, judicializada pelos compradores, deve começar a tramitar na Câmara de Comércio Internacional, de arbitragem, neste mês.

O contrato de aquisição foi assinado em setembro de 2017. Uma das condições para a venda era que a adquirente precisaria resolver parte das dívidas da Eldorado.

Estocagem de eucaliptos na Eldorado, em Três Lagoas (MS) - Danilo Verpa - 13.set.12/Folhapress

A companhia de papel tem linhas de crédito cujas garantias são ativos do grupo J&F.

Havia um prazo para que a alavancagem fosse resolvida: 3 de setembro de 2018. Se, até lá, a questão não estivesse solucionada, a Paper Excellece ficaria como minoritária.

Nesse intervalo, mudanças do câmbio e do preço da celulose melhoraram o valor patrimonial da Eldorado. 

A Paper Excellence considera que a J&F passou a dificultar o pagamento das dívidas e não colaborar, e judicializou o caso.

“As soluções apresentadas para as garantias, como um aporte na Eldorado para pagar as dívidas antecipadamente, não estavam previstas no contrato”, diz Eduardo Munhoz, advogado que defende a J&F dos irmãos Joesley e Wesley Batista no processo.

A Justiça decidiu, no fim de novembro, em votação em segunda instância, não dar mais prazo, que era um dos pedidos da compradora, e também que a câmara de arbitragem terá a palavra final.

A abertura do processo arbitral abre espaço para pedidos de indenização dos dois lados.

A multinacional, por exemplo, alugou um escritório para mais de cem pessoas, que está vazio até hoje.

A J&F alega que também teve prejuízos em decorrência do litígio, segundo Munhoz.

 

Aquisições batem recorde, com alta das transações domésticas

O número total de aquisições de empresas em 2018 bateu recorde: foram 967, de acordo com a KPMG. Em relação a 2017, houve alta de 16,5%.

O volume foi impulsionado pela quantidade de transações domésticas, que aumentaram mais de 44%.

Brasileiros percebem mais rapidamente uma inversão de expectativas econômicas que os estrangeiros, segundo Luis Motta, sócio de fusões e aquisições da KPMG no país.

“O processo de aquisição   nacional também passa por menos trâmites. Não é necessário aprovar a medida em um conselho no exterior nem explicar a economia brasileira aos acionistas das compradoras.”

O número de transações deve seguir a tendência de alta em 2019, e com uma presença maior de estrangeiros, segundo Motta.

“Nos primeiros dias deste ano já houve consultas de fundos de outros países”, afirma Marcelo Freitas, sócio do escritório Costa Tavares Paes.

Além da economia, as perguntas que têm sido feitas são referentes à possibilidade de mudanças de leis e regras atuais, segundo ele.

 

Comércio mais confiante

O índice de confiança do empresário do comércio paulista subiu 6,5% em dezembro de 2018, em relação a novembro, e 3,3% na comparação com o mesmo mês do ano anterior, segundo a FecomercioSP (federação do comércio).

O indicador chegou a 112,7 pontos em uma escala de 0 a 200 (maior confiança). É o maior número registrado desde maio de 2018, mês da paralisação dos caminhoneiros. O quesito “condição atual” foi o que mais avançou (7,4%).

“As vendas de fim de ano, especialmente a partir da Black Friday, foram boas e há uma lua de mel com o governo novo, que deve continuar pelos próximos meses”, diz Fábio Pina, economista  da entidade.

 

Propaganda volta às compras

O conglomerado de mídia japonês DAN (Dentsu Aegis Network) prevê fazer quatro aquisições no Brasil neste ano, segundo o presidente no país, Abel Reis.

Dono de agências publicitárias como Isobar e mcgarrybowen, o grupo planeja comprar empresas ligadas a análise de dados, produção de conteúdo e concorrentes independentes de grande porte.

“Vamos incorporar agências que tenham portfólio significativo de clientes, não só com marcas importantes, mas também com com investimento bruto em mídia de pelo menos R$ 500 milhões por ano”, afirma.

A expectativa é que a DAN aporte R$ 700 milhões nessas aquisições nos próximos cinco anos, segundo Abel.

“Temos conversas em níveis diferentes de maturidade. Embora tenhamos alguns processos avançados, a comunicação [das transações] deverá ser feita apenas no segundo semestre.”

¥ 725,2 milhões
(R$ 24,8 bilhões) foi a receita global de jan.18 a set.18

32%
foi o crescimento no Brasil em 2018

 

Seguros A corretora Segplus fechou uma parceria com a locadora de automóveis Unidas para segurar uma frota de 43 mil veículos da companhia. O valor do contrato assinado é de R$ 10 milhões.

 

Hora do café

com Felipe Gutierrez (interino), Igor Utsumi e Ivan Martínez-Vargas

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