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Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.

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Estimativa de retorno baixa esfria venda de escritórios

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A baixa taxa de retorno estimada nas aquisições de escritórios tem reduzido o volume de transações, segundo consultorias imobiliárias.

A estimativa, conhecida como “cap rate”, é calculada pela divisão da receita líquida esperada com o empreendimento pelo seu valor de mercado. Ou seja, quanto mais caro o ativo, menor o índice.

Escritório em São Paulo - Marcelo Justo - 8.ago.18/Folhapress

“A maioria das especulações de prédios comerciais inteiros ficam entre 7,5% e 9%, mas, na prática, para as transações ocorrerem, o patamar tem de ser menor”, afirma José Silvério, da Colliers.

Ao se considerar todas as negociações de escritórios de alto padrão em São Paulo em 2018, a média ficou em 8,85%, segundo Giancarlo Nicastro, diretor-executivo da plataforma de informações Siila.

Como a taxa de vacância nos espaços comerciais tem caído e o mercado começou a melhorar, a expectativa é que o cenário continue parecido em 2019, segundo Carlos Pacheco, diretor da Binswanger.

“Não faz muito sentido neste momento o indicador se descolar da taxa básica de juros porque há menos risco [no investimento imobiliário] e não há expectativa de alta da taxa básica de juros [Selic].”

“A maioria dos donos de lajes não está pressionada por dívidas, então colocam um ‘cap rate’ menor ou esperam por uma valorização”, diz Carolina Gregório, professora do MBA da Poli-USP e diretora da consultoria Unitas.

“Há exceções, como quando os proprietários das lajes são donos de outras empresas quebradas, por exemplo.”

 

Tamanho dobrado

A farmacêutica japonesa Takeda, dona de marcas como Neosaldina e Dramin, deverá dobrar seu faturamento no Brasil com a incorporação da americana Shire, que também mantém operação no país.

“Agregaremos um negócio com a mesma receita que temos localmente, mas que atua em terapias novas para a Takeda. Não há sobreposições. A diretoria da Shire tem sido mantida”, diz Renata Campos, presidente da japonesa.

A executiva não descarta eventuais cortes, mas não fala em prazos. Campos, que chefiava as operações brasileira e latino-americana, passa a dedicar-se só ao Brasil.

A marca estuda vender US$ 10 bilhões (R$ 37,36 bilhões) em ativos no mundo para reduzir sua alavancagem.

“Avaliamos [o tema] globalmente, mas o portfólio brasileiro é dos que geram mais caixa e é prioritário para nós”, diz o presidente para mercados emergentes, Ricardo Marek.

 

Sem vista para o mar

O valor dos aluguéis na cidade de São Paulo diminuiu 0,1% durante o ano de 2018, de acordo com dados do Secovi-SP (sindicato da habitação).

O IGP-M, índice de inflação mais comum no mercado imobiliário, teve alta de 7,54%.

Os proprietários, no entanto, não têm conseguido aplicar esse percentual de correção por receio de perder o inquilino, segundo Rolando Mifano, vice-presidente de locação da entidade.

“Os locatários ameaçam sair da casa, e os locadores cedem porque sabem que há muitos apartamentos vagos.”

As residências de três dormitórios foram as que mais perderam valor —uma queda de 0,5% no ano.

“Se houver alta de investimentos por parte das empresas em 2019, vai melhorar o nível de emprego e logo depois, os preços imobiliários vão subir, ao menos para acompanhar a inflação”, diz Mifano.

 

Sozinho contra o mundo

Menos da metade (43,7%) das empresas brasileiras exportadoras não utiliza adiantamentos ou linhas de crédito para financiar as vendas para outros países, segundo a CNI (confederação da indústria). 

O percentual de companhias que não usa garantias é ainda maior, de 84%.

Companhias de grande porte são as que têm mais acesso a instrumentos financeiros específicos para exportação, de acordo com Carlos Abijaodi, diretor da entidade.

“Existe desconhecimento e uma dificuldade de acesso às informações para entender como se chega a essas ferramentas, se elas são aplicáveis ou não, especialmente entre as exportadoras menores.”

 

É agora O índice de confiança global dos consumidores da consultoria Ipsos fechou 2018 com queda de 0,9 ponto em relação a setembro, quando houve um recorde. O Brasil foi um dos três países com alta acima de 1,5 ponto percentual. 

Clube As cinco maiores empresas da B3 concentraram 35,20% do mercado em dezembro de 2018. No fim de 2017, a porcentagem desse clube era equivalente a 27,71%.

Cliente... O mercado global de bens de consumo foi de €1.01 trilhão (R$ 4,3 trilhões), de acordo com a GfK. É uma alta de 4% em relação a 2017.

....global Entre os segmentos, destacam-se telecomunicações e eletrônicos.

 

Hora do café

com Felipe Gutierrez (interino), Igor Utsumi e Ivan Martínez-Vargas

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