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Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.

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Mesmo com crise de livrarias, faturamento do setor de livros fica no azul

Crescimento foi tímido, segundo empresas ligadas ao mercado

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São Paulo

A recuperação judicial das grandes livrarias não impediu que o mercado editorial fechasse 2018 com leve alta.

Os números ainda não podem ser divulgados, mas houve um pequeno aumento, segundo Ismael Borges, líder do setor da Nielsen que mede as vendas.

“Houve crescimento, mas foi tímido em termos de faturamento, depois do desconto da inflação.”

A Livraria Cultura pediu recuperação judicial em outubro do ano passado, e parte da sua dívida de R$ 285 milhões é com as editoras.

A Saraiva, com R$ 675 milhões a pagar aos credores, também entrou em recuperação, em novembro de 2018.

“Não fosse o problema das duas redes, teríamos tido um ano excepcional, com 10% de crescimento”, diz Tomas Pereira, sócio da Sextante. 

O faturamento da editora foi estável no ano passado, de acordo com ele.

“O momento crucial desse mercado é o último bimestre. Àquela altura do ano, no entanto, não podíamos fornecer para as redes, que, somadas, representam 40% da vendas.”​

As vendas de obras sobre gerenciamento e negócios tiveram alta de 200%. É um segmento que tem fatia grande de suas vendas em lojas digitais, segundo Borges, da Nielsen.

“A alta desse nicho compensou desempenhos negativos de outros ramos, como livros de concursos públicos, que caíram agressivamente.”

“A categoria de negócios sempre foi bem, mas nos últimos dois anos a base de leitores cresceu muito”, diz Pereira.

 

Ganhar mais carne

A cooperativa agroindustrial paranaense Lar vai praticamente dobrar o investimento em sua operação neste ano, segundo o presidente Irineo da Costa Rodrigues.

A empresa planeja aportar R$ 288 milhões em 2019, 92% a mais que os R$ 150 milhões de 2018, de acordo com Irineo.

“Serão mais de R$ 220 milhões apenas com a aquisição de um frigorífico em Cascavel (PR)”, diz ele.

“Além da compra, teremos que construir pelo menos mais um secador de grãos e substituir máquinas.”

A cooperativa cresceu 26% em 2018, mas o resultado poderia ter sido melhor, diz ele. “Perdemos R$ 105 milhões só com a paralisação dos caminhoneiros e os impactos da [operação] Carne Fraca.”

R$ 6,5 bilhões
foi a receita da Lar em 2019

13.000
são os funcionários após a aquisição do frigorífico

 

Sem brigas

O número de ações na Justiça de São Paulo que envolvem locação de imóveis caiu 10% no ano passado, de acordo com o Secovi-SP (sindicato da habitação).

A maioria (90%) desses processos é de despejo de inquilinos que não estavam em dia com seus aluguéis.

“As partes têm evitado ações judiciais e migrado para conciliação, especialmente depois da mudança do código civil, em 2016”, diz Jaques Bushatsky, diretor do Secovi-SP.

 

Menos crianças, mais mamães

O laboratório farmacêutico Exeltis, da espanhola Insud Pharma, negocia a venda de seus três produtos pediátricos no país, segundo o presidente Gilberto Ugalde.

“Temos priorizado lançamentos no ramo de saúde feminina. Vamos manter a comercialização para o público infantil, mas a ideia é vender as marcas”, diz ele.

A empresa, que tem sete produtos no portfólio local, vai lançar no mercado brasileiro dois medicamentos voltados a gestantes e mães neste ano, e planeja investir R$ 20 milhões no país.

“Não temos fabricação própria no Brasil ainda e postergamos a decisão de ter uma planta local porque não encontramos uma opção com bom preço.  Importamos e terceirizamos parte da produção”, diz Ugalde.

A operação cresceu 42% em 2018 devido à compra da licença do remédio ginecológico Gynotran, que trata candidíase, e a empresa estuda adquirir outras marcas ou concorrentes.

 

Comércio nacional

A atividade do comércio subiu 2,8% em 2018, segundo o SPC Brasil, que faz os cálculos a partir das consultas de comerciantes à base da entidade para vendas à prazo.

É a maior alta do indicador na comparação em 12 meses desde dezembro de 2014.

“As vendas de fim de ano foram melhores que em 2017 e há um aumento da confiança do empresário e do consumidor com relação à economia em geral”, diz Marcela Kawauti, economista-chefe do birô.

 

Beleza... Sem levar em conta alimentos, que sempre têm alta volatilidade de preços, o item artigos de maquiagem foi o que teve a maior deflação de 2018 pela pesquisa do IPCA do IBGE —o preço caiu 13,3%.


...e cuidado Perfumes também tiveram queda, de 8,56%, assim como desodorantes (4,92%) e produtos para a pele (4,49%).

Chão e ar Aluguel de carros tiveram alta de 36,81%, e gás veicular, 22,18%. Foram os itens não-alimentícios com maior inflação.

 

com Felipe Gutierrez (interino), Igor Utsumi e Ivan Martínez-Vargas

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