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Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.

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Rendimento de dividendo no Brasil tem alta após dois anos de queda

Pagamentos são influenciada pelo desempenho financeiro das companhias

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Um dos indicadores de desempenho de ações, o rendimento de dividendo teve uma alta em 2018 após dois anos de quedas, segundo a consultoria Economatica.

O número, conhecido no mercado pelo nome em inglês, “dividend yield”, mede o ganho que os acionistas têm com dividendos e juros sobre capital próprio.

A média em 2018 foi de 1,3%, contra 0,66% em 2017.

Gráfico de flutuações dos índices de mercado em pregão da Bolsa - Diego Padgurschi - 9.mai.15/Folhapress

A distribuição de pagamentos é influenciada pelo desempenho das empresas e pela política que elas adotam, segundo Einar Rivero, gerente de relacionamento institucional da Economatica.

“Os investidores se interessam por dividendos de companhias latino-americanas, mais que em outros países, como nos EUA, onde esperam a valorização dos papéis.”

O aumento do rendimento de dividendos deve se intensificar em 2019, de acordo com Eduardo Velho, sócio-executivo da GO Associados.

“As empresas fizeram bons ajustes, têm capacidade ociosa e baixo endividamento. O desempenho de companhias será melhor que o do PIB.”

A perspectiva é de crescimento lento do rendimento, segundo ele. A velocidade de implementação das reformas econômicas, como a da Previdência, deverá influenciar o resultado do indicador.

Outro fator é o custo do capital, segundo Michael Viriato, professor do Insper.

“As quedas dos anos de crise estavam ligadas à alavancagem das empresas. Os juros baixos ajudaram a alta da distribuição de dividendos, e, se permanecerem assim, o indicador deve subir mais.”

 

Sair e não voltar

A porcentagem de devedores que quitaram suas obrigações, mas voltaram a se tornar inadimplentes, teve uma primeira melhora desde 2015, segundo o birô de crédito Serasa Experian.

Do total de pessoas que limparam o nome em 2017 e tomaram crédito novamente, 42,5% atrasaram suas dívidas em seguida.

Esse é um dado que compõe a nota de crédito das pessoas físicas e influencia a decisão dos bancos de conceder ou não empréstimos, segundo Luiz Rabi, economista da empresa.

É uma redução de 1,2 ponto percentual em relação à parcela de devedores que saíram do vermelho em 2016 e ficaram inadimplentes de novo na sequência.

“A queda da taxa de juros é um dos fatores que ajudaram, assim como a inflação em baixa e uma leve variação do desemprego”, afirma Rabi.

A inadimplência e a reincidência vão contribuir para que os bancos aumentem o volume de empréstimos em cerca de 10% no ano de 2019, na estimativa do economista. 

 

Com o olhar fora de casa

A rede mineira de hospitais Mater Dei vai aportar ao menos R$ 30 milhões em equipamentos para diagnóstico por imagem neste ano.

“Compramos aparelhos de ressonância, tomografia, ultrassonografia e hemodinâmica para um centro que deverá atender empresas da região de Belo Horizonte”, afirma Henrique Salvador, presidente da empresa.

A clínica, que está em obras, deverá entrar em operação ainda no primeiro trimestre, segundo o executivo.
O grupo pretende, ainda, expandir operações fora de Minas Gerais neste ano.

“Priorizamos aquisições e temos conversas em andamento, mas não descartamos construir. Temos olhado Brasília, interior de São Paulo e grandes cidades no Nordeste”, diz ele.

A empresa inaugura sua terceira unidade, em Betim (MG) em 19 de janeiro.

R$ 680 milhões
foi o faturamento da rede no ano passado

3.400
são os funcionários

850
são os leitos operacionais

 

Dança das cadeiras

O Brasil foi um dos países que tiveram a maior alta no indicador que mede intenção de mudar de emprego ou cargo, segundo a Randstad, que analisa 34 mercados.

A variação de oito pontos no índice só foi menor que a da Áustria (nove) no último trimestre de 2018 e praticamente repôs a perda registrada entre julho e setembro, diz Toni Camargo, diretor da consultoria.

“Houve uma retração no terceiro trimestre devido à incerteza quanto ao cenário político, mas a retomada ocorreu assim que a eleição foi definida. Retornamos ao mesmo nível do início de 2016.”

 

Fica para... A derrubada, pelo Congresso, de vetos na lei de fundos patrimoniais sancionada por Jair Bolsonaro é considerada inviável segundo pessoas ligadas ao tema.

...depois Mudanças no texto que regulamenta as estruturas que podem financiar organizações sem fins lucrativos só serão possíveis no decreto ou em outros projetos.

Fora e... Uma das principais alterações foi a retirada de benefícios fiscais das áreas além da cultural, o que torna o texto inócuo para outros setores, diz Laís de Figueirêdo Lopes, sócia do SBSA Advogados.

...dentro Apesar da vantagem ser exclusividade da área cultural, a lei mantém a segurança a longo prazo de aportes nos fundos, diz Ricardo Levisky, presidente do Fórum Internacional de Endowments.

 

Hora do café

com Felipe Gutierrez (interino), Igor Utsumi e Ivan Martínez-Vargas

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