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Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.

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Ex-executivos da Gafisa criticam CVM por inação durante comando de gestora

Período da gestora GWI à frente da incorporadora acabou na última quinta (15)

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A atuação da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) é um dos pontos mais criticados por executivos que trabalhavam na Gafisa antes de serem demitidos pela gestora GWI, que assumiu o comando da companhia em setembro de 2018.

O período à frente da incorporadora acabou na última quinta (15), menos de seis meses após promover mudanças radicais no comando.

Painel mostra desempenho de ações na B3 - Mauricio Lima - 28.nov.11/AFP

Presidida pelo sul-coreano Mu Hak You, a empresa de investimentos vendeu cerca de 33% de suas ações e voltou a ser minoritária. Os compradores ainda não foram anunciados.

Além de desaprovar o comportamento e as decisões do acionista, ex-executivos dizem que o órgão regulador deveria ter agido mais intensamente.

Um exemplo citado é o programa de recompra de ações promovido pela companhia logo após a entrada da GWI, quando pagamentos para fornecedores foram atrasados e a Gafisa estava alavancada.

Um ex-diretor critica a inação durante a votação que destituiu a administração antiga, quando o presidente do conselho foi impedido de comandar a assembleia por uma liminar.

O mais usual, porém, é que o órgão exerça uma função punitiva, segundo Viviane Prado, professora da FGV Direito SP.

“Meu entendimento é que não cabe ao regulador entrar no mérito de decisões da gestão. É difícil imaginar que se acompanhe todas as empresas para verificar se a diligência foi cumprida. E seria um juízo muito preliminar e breve.”

A CVM diz, em nota, que há ao menos dois processos em andamento sobre a Gafisa, um deles especificamente sobre o programa de recompra de ações. Procuradas, Gafisa e GWI não comentaram.

 

Expansão associativista

A Farmarcas, grupo que unifica a administração de drogarias, prevê 230 novas lojas associadas à rede neste ano, segundo o presidente Edison Tamascia.

Cerca de 70% delas são novas construções e 30% são unidades adaptadas, que passam por uma onversão de bandeira após reformas, diz ele.

“No ano passado, inauguramos 215 operações. A maioria é de empresários que já possuem outras farmácias na associação”, afirma o executivo.

“O investimento em cada loja é de aproximadamente R$ 1 milhão e varia de acordo com a cidade e outros fatores. Neste momento temos 115 lojas em processo de abertura.”

R$ 2,2 bilhões
foi o faturamento total da Farmarcas em 2018

857
são as lojas ativas associadas

80
são os grupos econômicos que atuam na associação

 

De trem a ônibus

A fabricante de material ferroviário fluminense T’Trans investirá cerca de R$ 50 milhões em máquinas e software para poder construir vagões, segundo o sócio Sidnei Piva.

“A companhia tinha atuado nesse segmento, mas o abandonou. Recriaremos a linha e já recebemos alguns dos equipamentos. Iniciaremos a operação em abril, na nossa planta em Três Rios (RJ)”, diz.

A empresa está em recuperação judicial desde 2017, mas pediu à Justiça a suspensão do processo, afirma Piva, que comprou a T’trans em 2018.

“Liquidamos as dívidas, que estavam em R$ 20 milhões, e estamos otimistas com 2019.”

A marca vai lançar neste ano um ônibus elétrico com autonomia de até 700 quilômetros e projeta crescimento na área da produção de VLTs (Veículos Leves sobre Trilhos).

300
são os funcionários

 

Vendavais constantes

As chuvas de verão fizeram com que empresas acionassem mais seus planos de seguro, de acordo com companhias do segmento.

O grupo RTS, um regulador de sinistros, trabalhou com dez casos na temporada de 2017/2018. Neste ano, que ainda tem semanas de verão pela frente, a quantidade se igualou.

Na seguradora JLT, as ocorrências em 2019 foram 89, contra 40 no ano passado. 

“O aumento acontece porque há mais apólices no mercado, mas os clientes também estão mais cientes sobre quando podem acionar seu plano”, diz Luciana Olivo, vice-presidente de sinistros da empresa.

Casos como o temporal no Rio no começo do mês fazem a demanda por contratos subir, diz José Varanda, da Escola Nacional de Seguros.

 

Esquece o risco

A intenção de endividamento do paulistano recuou pelo segundo mês consecutivo em fevereiro, segundo a FecomercioSP (federação do comércio). 

O indicador teve queda de 12% no mês: passou de 51,3 pontos para 45,2 em uma escala de 0 a 200. 

Na comparação com o mesmo período de 2018, porém, há alta de 3%.

Cerca de 22% dos entrevistados afirmam planejar alguma compra parcelada ou financiada pelos próximos três meses.

“É uma ressaca de crédito esperada depois de Black Friday e Natal. A tendência é de melhora assim que houver uma retomada mais vigorosa do emprego”, diz Guilherme Dietze, economista da entidade.

Quanto às reservas financeiras, aproximadamente 35% dos ouvidos pela federação disseram ter algum dinheiro guardado. Desses, a maioria (59%) aplicam seus recursos em caderneta de poupança.

Em seguida, vêm investimentos de renda fixa (18,3%), previdência privada (8,3%) e ações (5,3%).

 

Hora do café

com Felipe Gutierrez (interino), Igor Utsumi e Ivan Martínez-Vargas

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