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Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.

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Indústrias de São Paulo querem entrar na Justiça contra reajuste de preço do gás

Setor estimava que o reajuste seria entre 15% e 18%, mas foi de 33%

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Setores da indústria de São Paulo foram surpreendidos pelo reajuste da tarifa do gás na área da concessão da

Comgás —alta de 33%— e podem iniciar ações legais.

A Arsesp, agência que regulamenta o saneamento e a energia no estado, publicou a revisão na sexta-feira (1).

Estação de compressão de gás natural de São Carlos (SP). - Edson Silva - 26.jul.13/Folhapress

“Estudamos o assunto e vamos incluir todas as possibilidades de questionamento da agência em várias esferas”, diz Carlos Cavalcanti, diretor de infraestrutura da Fiesp.

A última notícia sobre os preços do gás havia sido divulgada pela Arsesp em outubro, o que fez com que os consumidores não soubessem qual seria a intensidade do reajuste, afirma Cavalcanti.

A falta de dados não é responsabilidade da Arsesp, mas do fornecedor de gás, segundo Paulo Góes, diretor de relações institucionais da agência.

“Para termos as informações, é fundamental que disponhamos dos faturamentos da Petrobras para o distribuidor do gás, que não tem recebido as faturas.”

As indústrias estimavam que o reajuste seria entre 15% e 18%, e não de 33%, segundo Lucien Belmonte, superintendente da Abividro.

“O barril de petróleo está mais baixo do que o do último cálculo, em maio de 2018, e o dólar está próximo. Estamos com ódio no coração. Analisamos medidas administrativas e jurídicas.”

O mecanismo de reajuste prevê correção da flutuação de preços e câmbio de um exercício passado no ano seguinte. Esse valor foi superestimado, afirma Belmonte.

“Não é só esse ajuste, há ainda a atualização do custo do próprio gás”, diz Góes.,

 

Valores de acordo dos Correios com o Cade serão questionados

A íntegra do acordo firmado pelos Correios com o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) na última quarta (30) não foi publicada ainda, mas já suscita questionamentos.

A ação foi movida em 2013 pelo Setcesp (sindicato das transportadoras), sob a alegação de que a estatal amplia o monopólio da entrega de cartas para outros produtos por meio judicial, além de cobrar tarifas maiores de concorrentes.

Pelo termo de compromisso, a empresa postal se comprometeu a cessar imediatamente as práticas e a pagar R$ 21,9 milhões de contribuição pecuniária ao Cade.

O montante a ser cobrado em caso de descumprimento é inferior a R$ 1,1 milhão, menos de 5% da contribuição, segundo o voto de Paula Azevedo, conselheira do Cade. Ela criticou o valor.

“Não tivemos acesso ao documento, mas a contribuição a ser paga nos parece simbólica para a empresa, que fatura quase R$ 20 bilhões anuais”, diz Eduardo Molan Gaban, que representa a entidade.

O sindicato pedirá ajustes no termo ao órgão antitruste, segundo Tayguara Helou, presidente do Setcesp. Procurados, os Correios não responderam.

 

Casa e galpão

A incorporadora MBigucci, sediada em São Bernardo do Campo, vai investir cerca de R$ 370 milhões neste ano, de acordo com o presidente da empresa, Milton Bigucci.

A maior parte do montante (R$ 220 milhões) será destinada às obras de um complexo logístico em Santo André.

“Já temos o terreno e estamos no fim do processo de licenciamento. Nossa previsão é terminar ainda em 2019”, diz.

Serão 45 galpões para locação em uma área de 110 mil metros quadrados.

A companhia vai lançar cinco empreendimentos residenciais neste ano, em São Paulo e em São Bernardo do Campo. Dois deles serão oferecidos no âmbito do Minha Casa, Minha Vida.

“Vamos aportar R$ 176 milhões ao todo na construção, em dois anos de obras. Só em 2019, serão cerca de R$ 100 milhões”, afirma Milton Bigucci Júnior, diretor técnico.

A marca ainda planeja comprar até R$ 50 milhões em terrenos na capital e em cidades da região metropolitana. “Compramos R$ 40 milhões anuais desde 2016 para futuros projetos. Aumentamos o investimento porque estamos otimistas com o mercado.”

 

Remediado está

O número de concessões de registro para lançar medicamentos subiu 9% no ano passado, na comparação com 2017, de acordo com dados da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

Apesar da alta, o volume ficou aquém do recorde, verificado em 2016. 

Na soma, foram 827 autorizações dadas pelo órgão em 2018. Dessas, 70% são de novos genéricos e similares.

Essas categorias, no entanto, tiveram queda de 2% no volume de concessões,

Os responsáveis pela melhora do ano passado foram os remédios inovadores, os insumos farmacêuticos ativos e os novos.

 

Indústria química sacode a poeira

A demanda por produtos químicos no Brasil caiu 1,1% em 2018, segundo a Abiquim (associação da indústria).

O setor teve piora em todos os indicadores, inclusive na capacidade instalada ociosa das plantas, que foi de 21% para 23%.

As fabricantes tiveram um último trimestre particularmente ruim, com redução de 7,6% e 8,1% nos níveis de produção e vendas internas, respectivamente, afirma Fátima Ferreira, diretora da entidade.

“Nossa expectativa para 2019 é positiva, porque consideramos que o PIB vai crescer, com previsão de alguns economistas de alta de 3%. Se isso se confirmar, a demanda por produtos químicos deverá subir 4%.”

“Por outro lado, estamos bastante preocupados com alguns fatores que afetam o dia a dia do setor industrial, como o reajuste de quase 40% para quem usa gás natural em São Paulo.”

 

Hora do café

com Felipe Gutierrez (interino), Igor Utsumi e Ivan Martínez-Vargas

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