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Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.

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Quedas de provisões para devedores duvidosos sinalizam expansão de crédito

Bancos registraram redução das reservas para eventuais calotes

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São Paulo

Os resultados do quarto trimestre dos maiores bancos privados, divulgados recentemente, apontam que houve uma queda na provisão para devedores duvidosos.

Esse é um item que os bancos precisam lançar no balanço como despesa, mas se trata de uma reserva para a eventualidade de um calote.

“A diminuição é reflexo do ciclo econômico: houve leve volta do emprego formal, a massa salarial subiu, e o consumo voltou, e daí as pessoas voltam a tomar crédito”, afirma Victor Candido, economista da Guide Investimentos.

Fachada do banco Bradesco
Bradesco foi o banco que teve a maior queda nas provisões no último trimestre de 2018 - Rubens Cavallari - 30.ago.16/Folhapress

O Bradesco diminuiu de R$ 20,6 bilhões, no fim de 2017, para R$ 14,5 bilhões.

Esse número representa o custo do risco de crédito, segundo Carlos Firetti, diretor de relações com investidores.

“Com a queda, abre-se caminho para spreads menores, principalmente em linhas não direcionadas, e o banco tem mais confiança para dar crédito. Em 2018, tivemos uma expansão de 10%, e a previsão para 2019 é de novo crescimento nessa mesma proporção.”

O Itaú Unibanco publicou nesta segunda (4) os resultados. Houve redução de 10% no saldo das provisões no Brasil. 

O saldo do Santander subiu por causa de um devedor que deixou de pagar o vencimento de uma debênture, segundo uma pessoa do banco.

O banco, no entanto, fez provisões adicionais de R$ 7 bilhões em 2018, contra R$ 8,2 bilhões no ano retrasado.

A instituição expandiu o volume emprestado —foi um aumento de cerca de 12% no ano passado—, e a tendência é que isso deva continuar.

 

Custos do setor florestal ficam acima da inflação e sobem 7,2%

Os custos do setor florestal no Brasil cresceram 7,2% no ano passado, quase o dobro da inflação registrada no período (3,7% pelo IPCA), segundo a multinacional finlandesa Pöyry.

Gastos internos do setor, como mão de obra, têm se mantido estáveis desde 2015, mas fatores externos ainda pressionam as despesas, de acordo com Dominique Duly, da consultoria.

“O aumento ocorreu mais devido a fatores exógenos, como a apreciação do dólar durante o primeiro semestre”, afirma ele.

A previsão é que as despesas se mantenham próximas ao IPCA neste ano, segundo Duly.

O maior custo do setor é logístico, algo que levará anos para ser resolvido, mas, mesmo assim, as perspectivas são positivas, de acordo com Marcelo Schmid, sócio-diretor da consultoria Forest2Market do Brasil.

“Existem fundos estruturados prontos para investir no segmento. Nossa estimativa é que R$ 800 milhões sejam aportados por estrangeiros na aquisição de florestas no país em 2019”, afirma.

 

Prioridades antigas, novos planos

Expandir a aceitação em rodovias tem sido cada vez menos a prioridade de empresas de solução de pagamento para automóveis.

O mercado já está saturado, e quase metade dos motoristas já não para nas cancelas, segundo Fernando Yunes, presidente do Sem Parar.

Um dos focos da empresa tem sido chegar a estacionamentos: ela passou a atender 570 novos no ano passado e investiu cerca de R$ 20 milhões em sua operação, de acordo com o executivo.

“Chegar a 1.500 estacionamentos e continuar a crescer nas outras áreas, como postos de combustível e ‘drive-thrus’ de restaurantes [é o objetivo para 2019]”, diz ele.

A Veloe, criada por Bradesco e Banco do Brasil em 2018, já praticamente terminou sua expansão em rodovias.

A previsão é aportar R$ 100 milhões neste ano, afirma Marcelo Costa, responsável pela companhia. A meta é estar presente em 285 estacionamentos e 10 aeroportos.

 

Estratégia nas vendas

A contratação de executivos de alta gerência cresceu em 2018 e iniciou este ano em aceleração, segundo consultorias ouvidas pela coluna.

Entre as vagas com maior demanda, estão as relacionadas às áreas comerciais, de operações e de marketing.

O recrutamento de executivos de vendas subiu 75% em 2018 na Page Executive.

“Com o crescimento de aquisições por parte de fundos de private equity, que priorizam boa governança, mais empresas buscam executivos para profissionalizar a gestão”, diz Fernando Andraus, diretor-geral da marca.

“As empresas enxugaram seus quadros de direção nos últimos anos. Agora, o olhar tem sido o de se preparar para crescimento”, afirma André Freire, sócio da Exec.

“Na crise, os diretores acumularam responsabilidades. Com os planos de expansão, áreas como a comercial voltam com força. Os salários de entrada devem ter sutil elevação, de 5%”, diz Mario Custódio, da Robert Half.


Setores demanda por profissionais de alta gerência

  • Bens de consumo
  • Saúde
  • Varejo
  • Energia 
  • Infraestrutura

Fontes: Exec, Page Executive e Robert Half

 

com Felipe Gutierrez (interino), Igor Utsumi e Ivan Martínez-Vargas

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