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Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.

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Reforma da Previdência fará capital estrangeiro bater recorde, diz Bradesco

Estimativa é que US$ 85 bilhões tenham sido aportados no país em 2018, segundo o banco

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São Paulo
Se a reforma da Previdência for aprovada nos próximos meses, o investimento externo no Brasil atingirá a marca de 2011, quando entraram no país US$ 101 bilhões.
 
A estimativa é de executivos e empresários que participaram do Fórum Econômico Mundial na semana passada, em Davos (Suíça).
 
O investimento estrangeiro direto vinha no patamar de US$ 75 bilhões nos últimos anos, mas a projeção é que tenha subido em 2018. O Bradesco avalia que US$ 85 bilhões tenham sido aportados no país no ano passado.

Outro pico foi em 2014, com o ingresso de US$ 97 bilhões.
 
Cédulas de dinheiro
Pico de investimento direto no país ocorreu em 2011, quanto entraram US$ 101 bilhões - João Wainer/Folhapress

Presidentes de bancos brasileiros tiveram a agenda mais concorrida neste ano e notaram interesse pelo Brasil.

“As perspectivas foram de investir logo no Brasil, mais que no ano passado”, disse Octavio de Lazari Júnior, presidente do Bradesco.

Em comparação aos países que podem competir por recursos do exterior, o Brasil está muito bem posicionado pelo momento que vive, em comparação a México, Índia, Argentina e Chile, afirmou.

“Com a aprovação das reformas, ao menos a da Previdência, esses investimentos virão quase que naturalmente.”
 
 

Para Lazari, os recursos de fora irão principalmente para infraestrutura.

Questionado se Bolsonaro saiu de Davos convicto de que é essencial aprovar a reforma, Lazari respondeu: “Ele tem certeza disso já faz tempo porque essa pauta não é dele, é do Brasil, é do povo”.

Para Maurício Minas, membro do conselho de administração do banco, há uma demanda reprimida por investimentos em infraestrutura, depois que o país saiu da crise.

“Os preços dos ativos brasileiros estão baixos. Com a aprovação da nova Previdência, primeiro virão recursos voláteis, para ativos em Bolsa e renda fixa. Depois, investidores mais institucionais”, disse.

“A agenda econômica é perfeita, mas a dúvida é quanto à capacidade de execução. Hoje, há um otimismo no exterior maior do que antes de Davos, pelo que se ouviu aqui.”

 

Consultorias têm alta na demanda por estudos de viabilidade

A contratação de estudos de viabilidade para desenvolver projetos imobiliários tem crescido neste início de ano, de acordo com consultorias imobiliárias.

O indicador, que consiste em levantar potenciais valores de venda, clientes e parceiros, é utilizado para medir a intenção de novos lançamentos e investimentos pelo setor, segundo Rodrigo Silva, da Cushman & Wakefield.

“Tivemos um aumento de 35% nos pedidos em 2019”, afirma Mony Lacerda, gerente-executivo da Colliers.

“Temos visto muito interesse no segmento logístico, em projetos multiuso [misto de residencial e comercial] e até infraestrutura, como, por exemplo, aeroportos.”

“Só nos últimos três meses tivemos mais demanda que nos últimos quatro anos”, diz Nilton Molina Neto, diretor-executivo da Binswanger. 

“No setor de galpões, nas regiões mais próximas de São Paulo, a taxa de vacância caiu bastante”, afirma Patrick Samuel, da Newmark Grubb.

“Como a tendência é de mais quedas, as empresas tiram projetos da gaveta e começam a construir.”

 

Produção acelerada

O consumo de energia no mercado livre (em que grandes consumidores escolhem de quem comprar) cresceu nos principais setores industriais do país em 2018, segundo comercializadoras.

Segmentos como automotivo, alimentação, celulose e papel e embalagens estiveram entre os de maior aumento.

“O dólar alto e o preço internacional da celulose beneficiaram as exportações, e os resultados das empresas de embalagem, que antecipam o desempenho econômico, também foram fortes”, diz Marcelo Avila, da Comerc. 

Na Ecom, o ramo de embalagens liderou a subida no consumo, com 22%, seguido pelo de papel (11,7%). 

“Para 2019, projetamos maior demanda nas áreas de máquinas e de construção, que sofreram mais com a crise”, diz Cláudio Jacob, da Capitale.

 

com Felipe Gutierrez (interino), Igor Utsumi e Ivan Martínez-Vargas

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