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Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.

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Transportadoras buscam mudar votos do Cade sobre acordo com os Correios

Embargos que o sindicato apresentou serão apreciados pelo órgão nesta quarta (27)

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O Setcesp (sindicato das transportadoras) tem se reunido com conselheiros do Cade (órgão antitruste) para convencê-los a rever o voto sobre o acordo com Correios, aprovado por unanimidade em 30 de janeiro.

Os embargos que o sindicato apresentou contra o termo deverão ser apreciados pelo conselho nesta quarta (27).

Agência dos Correios no bairro Vila Leopoldina, em São Paulo - Robson Ventura - 12.mar.18/Folhapress

O documento paralisou um processo movido originalmente pelo Setcesp em 2013, sob a alegação de que a estatal amplia o monopólio postal por ações judiciais infundadas, além de cobrar tarifas maiores de seus concorrentes.

Os Correios se comprometeram com o Cade a cessar as práticas e a pagar R$ 21,9 milhões ao órgão. Se não cumprirem o acordo, deverão desembolsar R$ 500 mil, valor tido como baixo pelo Setcesp.

A entidade considera difícil reverter o voto da relatora, Polyanna Vilanova, mas vê como factível convencer ao menos um conselheiro.

Uma única mudança de posição já daria base para questionar o termo na Justiça comum, segundo alguém familiarizado com o caso.

“Preferimos resolver o tema no Cade, mas não descartamos judicializar”, diz Tayguara Helou, presidente do Setcesp.

O sindicato foi recebido nesta segunda (25) por Vilanova e mais dois conselheiros: Maurício Maia e Paula Farani, que criticou em seu voto original o valor da pena por descumprimento e o não reconhecimento de culpa por parte dos Correios.

 

Não compensa A Febraban, parte ao lado do Setcesp na ação contra os Correios, não questionou o acordo no Cade porque avaliou que a autarquia dificilmente mudaria seu entendimento, apurou a coluna.

 

Menos mãos no chocolate

A contratação de trabalhadores temporários para a Páscoa caiu 22% neste ano, segundo a Abicab (associação da indústria).

Ao todo, serão 18 mil empregos criados para a data, tanto para reforçar fábricas como para atuar em lojas, de acordo com Ubiracy Fonseca, presidente da entidade.

“Cerca de 30% das vagas são para a produção em si, mas a maioria é para os pontos de venda”, diz ele.

“Há uma forte adaptação às condições do mercado. As empresas fizeram uma reavaliação porque muitas vezes havia uma quantidade excessiva de promotores de venda, que até assediavam demais o consumidor.”

A previsão do setor é de um novo crescimento na produção de ovos de chocolate neste ano —em 2018, foram 11 mil toneladas, um aumento de 26% em relação a 2017.

Entre as grandes fabricantes, a Nestlé afirma que venderá 12 milhões de ovos e que o número de temporários é o mesmo do ano passado, de 3.000 pessoas.

A Hershey prevê alta de 7% a 8% na data e não alterou o quadro de funcionários.

 

Um terço do ano em um feriado

A Kopenhagen contratou 395 funcionários temporários para a Páscoa de 2019, o mesmo número do ano passado, segundo Renata Moraes Vichi, vice-presidente do Grupo CRM, que detém a marca.

Apesar da estagnação, a projeção é de uma alta próxima a 10% nas vendas do feriado, em linha com o movimento observado desde o segundo semestre de 2018, diz ela.

O faturamento que acontece na data representa 30% da receita da empresa, que deverá investir cerca de R$ 40 milhões em publicidade neste ano, segundo a executiva.

A companhia também planeja abrir 100 lojas até dezembro, todas franquias: 40 da Kopenhagen e 60 da outra bandeira, de preços mais baixos, Brasil Cacau.

“É quase o dobro de 2018, e já estamos com 30% em implantação ou inauguradas.”

R$ 1,5 bilhão
foi a receita aproximada do Grupo CRM em 2018

736
são as lojas do grupo, sendo 356 da Kopenhagen

 

Sinistro pós-transação

Planos de seguro que cobrem riscos de fusões e aquisições são acionados com mais frequência no Brasil por questões tributárias descobertas após a transação, segundo João Bosco Fontes, especialista em linhas financeiras da AIG.

Não é o motivo mais comum no resto do mundo —no topo do ranking, estão os erros em demonstrações financeiras.

Os pedidos de cotação de apólices aumentaram 30% no ano passado, na comparação com 2017, de acordo com Fontes.

A alta se deve a um maior interesse pela proteção e também a um aumento no número de operações —em 2018, foram 658 transações, 2% a mais que no ano retrasado, de acordo com a PwC.

“As grandes preocupações no Brasil são relacionadas aos passivos tributário e trabalhista, a questões financeiras ligadas ao balanço e a problemas ambientais”, afirma Fontes.

As seguradoras somente cobrem passivos que foram identificados após a compra e que não foram identificados nos processos de averiguação, conhecido pela expressão em inglês “due diligence.”

 

Casa sem papel

A Softplan comprou o controle acionário da empresa 1Doc, que faz sistemas de informática para órgãos públicos, por cerca de R$ 20 milhões.

A transação não foi o primeiro aporte: no ano passado, já havia sido feito um investimento de R$ 5 milhões.

A 1Doc, de Florianópólis (SC), atende 62 prefeituras no país, e o serviço deles substitui as trocas de papéis como memorandos e informes.

“O dinheiro vai ser usado principalmente no desenvolvimento de produtos —nossa plataforma é para comunicação horizontal, mas existem processos verticais, como uma consulta de viabilidade”, diz Jéferson Castilhos, fundador da empresa.

Além disso, o aporte também será usado em um projeto de expansão comercial, segundo o executivo.

 

Luz A incorporadora Espaço Y Engenharia, de Brasília, e a Shizen Energy, do Japão, investiram R$ 5 milhões em um parque solar no DF. A unidade gerará energia distribuída para clientes de médio porte.

Fotovoltaica As fabricantes de equipamentos para energia solar QCells, da Coreia do Sul, e SolarEdge, de Israel, firmaram uma parceria com o ecommerce Portal Solar para começar a atuar no Brasil.

 

Hora do café

com Felipe Gutierrez (interino), Igor Utsumi e Ivan Martínez-Vargas

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