Mirian Goldenberg

Antropóloga e professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro, é autora de "A Invenção de uma Bela Velhice"

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Mirian Goldenberg

Será que os casamentos irão sobreviver?

Muito mais preocupante do que a falta de sexo é a falta de amor

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Recebi muitas mensagens sobre a coluna "Como será o sexo dos mais velhos depois da pandemia?".

Para uma professora de 44 anos, a falta de tesão é resultado da falta de reconhecimento e de reciprocidade dentro de casa: “As mulheres sempre cuidaram da casa, dos filhos, do marido, dos pais. Tudo isso se multiplicou agora, estamos muito mais sobrecarregadas, doentes e infelizes. É só ver o aumento do consumo de antidepressivos, ansiolíticos e bebidas alcoólicas. E o aumento da violência física e psicológica dentro de casa. Nós cuidamos de todo mundo e não temos tempo para cuidar de nós. Além de todas as obrigações diárias, ainda somos obrigadas a ter tesão?”.

Cena do filme "Quatro Casamentos e Um Funeral"
Cena do filme "Quatro Casamentos e Um Funeral" - Divulgação

Um jornalista de 37 anos não transa há mais de dois meses: “Aqui em casa está um inferno. É briga o tempo todo. Minha mulher reclama de tudo: se assisto televisão, reclama que não ajudo na limpeza; se faço ovo frito, reclama do cheiro de gordura; se converso com amigos, reclama que falo muito alto. Quer que eu faça tudo do jeito dela. É impossível sentir tesão em uma situação tão desgastante e estressante. Não é à toa que tem tanta gente fazendo sexo virtual. É uma questão de sobrevivência física e mental. Todo mundo merece um pouco de carinho, compreensão e prazer”.

Um músico de 53 anos disse que o problema não é falta de tesão, mas a falta de amor: “Sexo é o menor dos meus problemas agora. Você viu a explosão de divórcios na China com o fim do isolamento? E a quantidade de casais famosos que se separaram? Imagina aqui no Brasil, um país cheio de sociopatas, assassinos, insanos e perversos. É o pior lugar do mundo para viver. Parece um filme de terror, um pesadelo macabro. Minha maior angústia é saber como o meu casamento irá suportar a pandemia, o pandemônio e o pânico”.

Você acha que o amor irá conseguir sobreviver e até mesmo se fortalecer neste momento tão assustador?

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