A história da já célebre fotografia de Zeca Pagodinho com João Doria no camarote do Bar Brahma não é o que parece: o cantor, ao contrário do propalado, concordou em tirar foto com o prefeito e resistiu aos apelos de amigos que estavam com ele para que evitasse a imagem.
"Ele não presta, Zeca!, dizia um deles. Pode não prestar para você, pode prestar para outra pessoa, reagia o artista, dando de ombros.
"Eu estou na casa dele [referindo-se ao Sambódromo de SP]. Vou na casa da pessoa e me nego a tirar foto com ela?", afirmava ele à coluna, que estava ao lado do cantor quando começou a confusão.
"Ele que vá dar ração ao filho dele", dizia outro amigo, referindo-se à farinata que Doria quis distribuir às crianças das escolas públicas no ano passado. "Quem quer foto com essa nhaca de prefeito?", questionava um integrante do grupo de Zeca.
"Eu tiro foto com um monte de gente que não conheço. Eu não peço documento pra ninguém", seguia Zeca à coluna. "Eu nem conheço ele [Doria]. Foto é foto. Apoio é outra coisa. Eu não voto em ninguém. Fazer o que? Eu não confio em ninguém!"
A resistência do grupo de Zeca gerou certo impasse, mas depois de uma sinalização positiva o prefeito se aproximou. Só não conseguiu ficar ao lado do artista: amigos empurraram o ex-jogador Amaral para ficar entre o tucano e o cantor. "Salvamos o Zeca", festejavam.
O filósofo Leandro Karnal, também no Bar Brahma, dizia que veio fazer um "experimento antropológico" _ é a primeira vez dele em um sambódromo. "Quanto mais triste for o ano, quanto mais dramática a política, mais o Carnaval é agitado", comentava.
Falava também sobre os ataques que sofreu quando postou uma foto jantando com Sergio Moro: "Fiquei assustado com a falta de vida sexual das pessoas. Porque se você estiver bem, feliz e tendo relações, você não passa 24 horas por dia postando e odiando a humanidade".
Alcione chega à concentração para a homenagem que a Mocidade Alegre fará a ela. "Haja coração! Ainda bem que o dr. [Roberto] Kalil [Filho] tá no carro comigo!"
E Sabrina Sato, que no ano passado ficou presa no trânsito e chegou atrasada ao desfile da Gaviões da Fiel, decide vir a pé do hotel para evitar o congestionamento. Ela chega adiantada, a tempo de posar para selfies, sempre fazendo o mesmo biquinho.
DOIS MINUTOS COM PARIS HILTON
Paris Hilton está elétrica. Anda de um lado para o outro dentro de um camarim de quatro metros por quatro. Num canto, em pé, dá os últimos retoques na maquiagem. Ao se ver fotografada, reage: Por favor, apague.
A cada clique, quer checar o resultado nas câmaras. Mais para trás, está muito perto, diz, fazendo o fotógrafo se espremer contra uma mesa com frutas e garrafas de leite desnatado. Paris sobe no sofá, enrola-se numa capa colorida e faz pose.
Ela desembarcou em Salvador para discotecar no Carnaval no sábado (10), para um público que pagou até
R$ 2.250 pelo ingresso.
Paris conversou com a coluna antes de entrar no palco, por exatos dois minutos, cronometrados. Se negou a responder a perguntas sobre assédio e Donald Trump.
Quais as lembranças de outras viagens ao Brasil?
Foi minha primeira vez como DJ, em toda minha vida [em São Paulo, em 2012]. Estava muito ansiosa, animada. É muito bom estar de volta para o carnaval, o line-up hoje está incrível. Estou muito animada de estar aqui em Salvador celebrando o Carnaval com todo o povo brasileiro que tanto amo. E eu vou celebrar meu aniversário amanhã em Florianópolis, na Posh [Club, na praia Jurerê]. Vai ser muito divertido, eu comemorei meu aniversário lá há alguns anos. É uma vibe incrível, eu amo a multidão. Florianópolis é a Ibiza do Brasil.
Eu amo o Brasil, eu amo as mulheres. Elas são muito lindas, sexys e seguras de si. Sou muito voltada para esta questão de empoderamento feminino, mulheres seguindo seus sonhos. Amo o Brasil.
O que você sabe sobre o Carnaval de Salvador?
Que é uma grande festa. É a minha primeira vez aqui mas soube que, de todos os lugares do Brasil com Carnaval, aqui é onde as boas e grandes festas estão acontecendo durante o carnaval. E que o evento que vou tocar é o maior de todos, onde tocam os melhores DJs do mundo. Estou muito orgulhosa de estar em um lugar de tanto prestígio, fazendo parte deste line-up de DJs incríveis.
E seu novo disco?
Estou muito animada para o lançamento do álbum, no Valentines Day vou lançar um single novo chamado I need you. É uma love song, que eu escrevi. É bem anos 1950. O vídeo da música é bem Marilyn Monroe. Estou muito orgulhosa.
A CIGANA QUE VAI TE ROUBAR
A atriz Isis Valverde demora 20 minutos para percorrer bailando o caminho entre o saguão do hotel e o corredor de entrada do baile do Copacabana Palace, no Rio. Preciso me enxugar, dizia, já com o rosto e o colo suados.
De cigana o tema da festa era Gipsy , ela não acompanhou a polêmica sobre apropriação cultural que critica quem usa fantasia de cigano ou índio, por exemplo.
Acho bobagem, avaliava Andrea Natal, diretora do Copa. Tem gente que se fantasia de palhaço, de cigana, de baiana É uma fantasia, não tem problema nenhum. Sua roupa para aquele baile, contava, foi inspirada em uma cigana que eu tinha medo quando era criança. Minha mãe falava: Cuidado que a cigana vai te roubar.
A socialite Narcisa Tamborindeguy se dizia uma cigana do amor. A arte é livre, a inspiração é livre. Cada um faz o que quer da vida. Só não pode roubar e matar.
O espírito carioca sempre se sobrepõe à tristeza. Mas ninguém está feliz, dizia o ator Diogo Vilella. Ninguém mais sabe o que é o Brasil.
Com BRUNA NARCISO, JOÃO CARNEIRO, BRUNO B.SORAGGI (RIO) E JOÃO PEDRO PITOMBO (SALVADOR)
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