Mônica Bergamo

Mônica Bergamo é jornalista e colunista.

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Descrição de chapéu São Paulo - Estado

Inquérito sobre caixa dois de Alckmin continuará com promotor original

A decisão foi anunciada nesta terça (15) pelo procurador-geral de Justiça, Gianpaolo Smanio

O ex-governador Geraldo Alckmin em encontro com prefeitos
O ex-governador Geraldo Alckmin em encontro com prefeitos - AFP

O inquérito civil que investiga doações recebidas pelo ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) nas campanhas de 2010 e 2014 permanecerá na Promotoria do Patrimônio Público da Capital, onde foi instaurado. Ele teria recebido os recursos, de R$ 10,3 milhões, via caixa dois, de acordo com delatores da empreiteira Odebrecht.


A decisão foi anunciada nesta terça (15) pelo procurador-geral de Justiça, Gianpaolo Smanio, numa sessão do Conselho Superior do Ministério Público.


Alckmin pedia que o caso saísse das mãos da promotoria e fosse investigado exclusivamente por Smanio já que só a PGJ (Procuradoria-Geral de Justiça) teria atribuição para cuidar de casos de ex-governadores. O tucano gostaria também que o caso se circunscrevesse à esfera eleitoral, e não criminal.

O procurador-geral diz que, depois de analisar as informações do inquérito a partir da provocação da defesa do tucano, concluiu que "eventual ato de improbidade cometido por Alckmin naquelas ocasiões" deveriam ser investigados pela promotoria.

Um pedido de informações sobre o inquérito feito por Smanio há alguns dias gerou polêmica. Havia o temor de que a investigação fosse retirada da Promotoria do Patrimônio, no que poderia ser entendido como uma tentativa de proteger Alckmin de eventuais responsabilizações civis caso fiquem comprovadas as irregularidades.

O MPSP (Ministério Público do Estado de SP) observa que a definição tomada agora por Smanio, "amparada em recente decisão do Superior Tribunal de Justiça", altera visão consolidada no MPSP de que a atribuição para investigar ex-governadores é da PGJ (Procuradoria-Geral de Justiça).

O órgão diz que "todos os procuradores-gerais antecessores de Smanio" tiveram esse entendimento, agora alterado.

O MPSP diz ainda que o inquérito contra Alckmin que corre no âmbito da promotoria eleitoral e que trata das mesmas contribuições também terá prosseguimento.

A assessoria do tucano enviou nota afirmando que "Geraldo Alckmin reitera a sua disposição de prestar todos os esclarecimentos às autoridades e reafirma a plena confiança na Justiça e nas investigações. O ex-governador reitera que a matéria já é tratada na Justiça Eleitoral".

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