Mônica Bergamo

Mônica Bergamo é jornalista e colunista.

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'É incrível e chocante', diz Preta Gil sobre negros e brancos na Sapucaí

'Hoje em dia eu reparo bastante nisso. Há uns dois anos nem me tocava', completa a cantora

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A atriz Juliana Paes
A atriz Juliana Paes - Marlene Bergamo/Folhapress

Não foi fácil chegar à Sapucaí no primeiro dia de desfiles do Grupo Especial. Eduardo Moscovis que o diga. “Foi uma guerra. Esse temporal foi inacreditável”, contou o ator, que estava num grupo de 17 pessoas —todos acabaram perdendo a oportunidade de desfilar pela Império Serrano porque chegaram atrasados. 

 

“Era a primeira escola, eu estava desde as 17h tentando sair de São Conrado. Usamos metrô, mototaxi, carro, tudo. A cidade ficou um caos. Que estresse!” Moscovis estava com a filha mais velha, Gabriela, de 19 anos. Ao falar sobre feminismo, contou que sempre foi atento à questão e que não se enquadra no grupo de homens que já tiveram algum traço de machismo do qual poderia sentir uma ponta de vergonha hoje. 

 

Gabriela intervém. “Você melhorou, sim, pai. Evoluiu em várias coisas.” E ele: “É?”. Gabriela continua. “Sim. Você nunca foi machista, sempre deixou meus namorados dormirem lá em casa, mas fazia umas piadas... Hoje você não faz mais essas coisas.”

 

Feminismo era um assunto recorrente nos camarotes, e a cantora americana Ciara (você não gosta dela, mas sua filha gosta: casada com o jogador de futebol americano Russel Wilson, Ciara tem mais de 40 milhões de seguidores nas redes sociais e acaba de gravar com a cantora Ludmilla) também fez coro. 

 

“É sempre importante ousar nas decisões, o seu gênero não pode te limitar”, dizia ela, dois dias depois de passar por um intenso media training no Copacabana Palace. 

 

“Diz I love Rio pra mim”, pediu um cinegrafista, sendo prontamente atendido, com direito a beijinho no ar em direção à sua lente, no corredor do camarote Nº 1. 

 

A presença maciça de negros trabalhando nos camarotes, num contraste com a grande maioria de brancos curtindo as mordomias destes espaços, chamava a atenção da cantora Preta Gil. “Hoje em dia eu reparo bastante nisso. Há uns dois anos nem me tocava, mas de lá pra cá eu passei a perceber. É incrível e chocante.” 

 

Romário chegou à Sapucaí acompanhado de um moça loura, mas em sua turma de “parças” estava a ex-mulher, Monica Santoro, mãe de Moniquinha e Romarinho. “Somos amigos”, disse ela, que antes desta fase amistosa chegou a processá-lo pelo não pagamento de pensão.

 

Na terça passada, Romário recebeu a presidente nacional do Podemos, Renata Abreu, e o ex-candidato à presidência Cabo Daciolo em seu gabinete. “O Daciolo me perguntou se eu o apoiaria caso desistisse de me candidatar à Prefeitura do Rio”. Romário disse que sim. “É um bom nome. Pode ser meio ‘piada’, mas só de ser honesto já sai na frente, né?”

 

O ex-jogador estava na mesma fila de camarote de Ary Fontoura, ator que interpretou Lula no filme “Polícia Federal - A Lei É para Todos”, e perguntado sobre a saída do ex-presidente da prisão para ir ao enterro do neto, esquivou-se. “Não vou falar de política, menor chance. Desculpa.”

 

Mas a política desfilou na Sapucaí: João Doria apareceu no Sambódromo, de calça cáqui e com ânimo de candidato.

 

“Você vê o nível dos desfiles daqui [Rio]. E de São Paulo. Nos EUA, o máximo que eles fazem é a Macy’s Parade, em Nova York”, dizia ele, celebrando a superioridade do Carnaval brasileiro frente à tradicional parada de Ação de Graças americana. “Parece piada, coisa de criança.”

 

Doria assistiu à passagem da Grande Rio do Camarote Nº 1. Para chegar ao espaço, ele e sua equipe optaram por atravessar a avenida —onde Doria acenou e posou para fotos. 

 

“O prefeito é como um zelador. Ele tem que cuidar de tudo: encanamento, vazamento, buraco. Tem que cuidar de tudo e a cada minuto tem problema. O governador é como síndico. Acaba tendo mais tempo de organizar melhor a vida do condomínio”, dizia.

 

A primeira-dama, Bia Doria, não estava com ele. “Ela acordou hoje com uma leve indisposição. Acho que foi algo que comeu”, contava o governador. Sobre candidatar-se à Presidência em 2022, ele sorria e desconversava: “Foco na nossa gestão”.

 

Perto dali, Sabrina Sato posava para fotos num body de látex azul bem decotado. “Meu peito tá duro já. Quase estourando de leite, tá enchendo de novo. E olha que eu tirei antes de vir.” Perguntam a ela então se não doía tirar leite com “uma bombinha” para estocar. “Que nada! Agora tem uma maquininha. Em oito minutos eu esvazio os dois peitos.”


 

O juiz Marcelo Bretas fez sua estreia na Sapucaí, no Rio de Janeiro
O juiz Marcelo Bretas fez sua estreia na Sapucaí, no Rio de Janeiro - @mcbretas no Instagram

‘Nunca achei que chegaria tão longe’

Responsável pela operação Lava Jato no Rio de Janeiro, o juiz Marcelo Bretas fez a sua estreia na Sapucaí. “Carnaval não é a minha praia”, disse ele à coluna no camarote Quem - O Globo. 

Nascido em Nilópolis, no estado fluminense, ele garante que não será candidato a um cargo político —o que passou a ser ventilado depois que o ex-juiz Sergio Moro virou ministro do governo de Jair Bolsonaro.

Gosta do Carnaval? Pessoalmente não é o meu gosto musical. Eu gosto de rock, de [músicas dos] anos 1990 e instrumental. Mas a festa é muito organizada. Estou encantado com as fantasias e os carros alegóricos.

Como está a segurança no Rio neste ano? Estamos no domingo de Carnaval e não há relatos de grandes problemas. Agora [no governo de Wilson Witzel (PSC)] há uma preocupação com as questões de segurança. O governo está investindo na contratação de pessoal e na aquisição de equipamentos. A gente tem visto uma polícia mais motivada.

Acredito nas mudanças que estão sendo feitas a nível federal e estadual. A bandidagem, percebendo a força do Estado, acaba se recolhendo.

A ida de Sergio Moro para o Ministério da Justiça causa impacto na Lava Jato? Na administração anterior eu não via tanto problema. A Polícia Federal já era nossa parceira. Mas eu confesso que a presença do ministro Moro nos dá uma tranquilidade maior. É alguém que conhece muito bem o trabalho, sabe das necessidades e é acessível. Goza de nossa confiança irrestrita. O simples fato de ele estar lá já é uma garantia de trabalho melhor.

Almeja ocupar um cargo político no futuro? Zero. Não almejo cargo nenhum. Sou juiz federal, sou feliz. Para ser sincero, nunca achei que chegaria tão longe. Estou muito satisfeito com o meu posicionamento profissional.

com BRUNA NARCIZOBRUNO B. SORAGGI, CLEO GUIMARÃES (Rio de Janeiro) VICTORIA AZEVEDO

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