Mônica Bergamo

Mônica Bergamo é jornalista e colunista.

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Atriz da TV Record diz que polícia parou seu carro porque ela é de profissão suspeita

Kika Kalache afirma que policiais de uma blitze disseram que paravam artistas porque eles usam drogas e que seguiam ordens do governador do Rio

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A atriz Kika Kalache, que está no ar com a novela "Jesus", da TV Record, afirma ter sido parada em uma blitze na quinta (11), no Rio, e ter ouvido dos policiais que isso ocorreu porque ela era atriz e, por isso, poderia estar com drogas.


Num áudio enviado a amigos, Kika diz que os policiais diziam cumprir ordens do governador do Rio, Wilson Witzel.

A atriz Kika Kalache como a personagem Sula da novela "Jesus"
A atriz Kika Kalache como a personagem Sula da novela "Jesus" - Reprodução

"Revistaram cada milímetro da minha bolsa, do meu carro. E o cara [policial] falou na minha cara que me parou porque me reconheceu e que a minha profissão era suspeita. Que ator sempre tem drogas e que ele pegou três atores com drogas. E que, enfim, ele iria me revistar porque eram ordens do governador", afirmou.


Ela confirmou as informações à coluna. E deu detalhes.


“Vi a blitze, acendi a luz interna, abaixei os vidros e apaguei os faróis. O primeiro policial me deixou passar. Mas o segundo fez um sinal para o terceiro, que me parou. Ele disse que estava procurando armas e drogas e eu perguntei: ‘Tenho cara de suspeita?’. Ele então respondeu: ‘Você é artista e a sua profissão é suspeita’”. 


Segundo Kika, o policial disse que já havia encontrado drogas no carro de outro ator e que “todos os artistas fumam maconha”. 


“Um dos policiais revistou meu marido inteiro, nas pernas e bolsos da calça. O outro abriu a minha bolsa e revirou cada bolsinho dela”. Ela diz que o carro também foi revistado.


A atriz afirma que o policial teria dito que estava “cumprindo ordens do governador”. 


“A gente tá vivendo o que muitas pessoas já vivem. Negros, cabeludos e, agora, artistas são parados na blitze”, afirma Kika. 


“Artista virou sinônimo de esquedista, que virou de comunista e de petista. E isso virou uma coisa criminosa. Conversei com algumas pessoas que já passaram por isso. Não explicitamente, mas que sentiram que foram paradas em operações policiais por serem atores”.


Questionada, a Secretaria da Polícia Militar do RJ diz que o comandante do 23º BPM não compactua com qualquer desvio de conduta de seus policiais. "Vale ressaltar que o coronel França, comandante do 23 BPM (Leblon) realizou diversas blitzens no dia de ontem (11/4). Ele vai identificar o policial, ouví-lo e, a partir daí, tomar as providencias cabíveis. O comandante do batalhão convida a vítima para ir à Unidade, no sentido de expor sua queixa e para ajudá-lo na identificação dos policiais ou do policial."
 

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