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Mônica Bergamo é jornalista e colunista.

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Janot batucou e falou de futebol em lançamento esvaziado de seu livro

Ex-procurador-geral da República deixou 15 livros autografados antes de sair, mas só 4 foram vendidos

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Calado em frente a uma multidão de jornalistas, o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot dá leves batucadas na mesa, coça a cabeça e olha para o relógio. 

 


São 20h de segunda-feira (7), e a fila em busca de autógrafos na noite de lançamento de seu livro “Nada Menos Que Tudo” —que deveria terminar às 21h30— mal chegou a se formar. E não existia mais.

O ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot
O ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot - Mathilde Missioneiro/Folhapress

Além de repórteres e funcionários da editora Planeta, alguns garçons circulam pelo salão —a cozinha fica no mesmo andar. Eles passam reto, em direção a um outro lançamento, que lotou o piso de cima.

“E aí? Tudo certo?”, ele indaga a uma assessora da editora que se aproxima. “Tudo certo!”, responde ela. Há 15 minutos, Janot não autografava livro algum.

Os dois olham para a frente e veem um senhor e uma senhora se aproximando. O casal, que se aposentou após 33 anos de trabalho no Tribunal de Justiça de SP, pede uma dedicatória, para a filha.

O advogado de Janot, Bruno Salles, que passou a defendê-lo depois que o ex-procurador revelou que planejou a morte do ministro Gilmar Mendes, do STF, prefere não entrar na livraria. “Vim para prestigiar. Já tenho o e-book. Mas sou que nem a Cármen Lúcia [ministra do STF]: gosto de processo, não de festa”.

“Enfim, sós”, diz Janot aos assessores e quatro seguranças que o cercavam, diante do salão de novo vazio. “Pois é”, responde uma delas.

 

Nova bisbilhotada no relógio. Às 20h15, Janot lembra da época em que estudou direito na UFMG: “Me formei em 1979 lá”. “Na UFMG, certo?”, indaga uma delas. “Isso, na UFMG”, responde.

A conversa dá voltas até chegar ao futebol: “Gostava mesmo era da seleção de 82. Foi a vez em que eu mais chorei quando perdeu”, diz uma assessora. Janot concorda: “É…”, pensa. “Tenho que voltar a assistir a mais [jogos]. Está faltando tempo”.

“Gente, acho que vamos encerrar”, interrompe um funcionário da livraria. Janot olha para o relógio pela terceira vez: são 20h30. Levanta-se, calado. 

Dezenas de jornalistas o cercam —mas o paredão humano dos seguranças se impõe. Um carro preto vai embora levando Janot após 43 exemplares, dos 550 disponibilizados, serem vendidos. Antes de sair, autografou 15 livros que deixou na Livraria da Vila para quem chegasse após sua saída. Quatro foram vendidos até a noite de terça (8). Onze estão nas prateleiras, à espera de um comprador.

Leia a coluna completa aqui.

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