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Secretaria de Bolsonaro diz que Globo deveria falar de 'supostos pagamentos' de propina na Copa

Governo afirma considerar 'lamentável' que emissora comemore reportagem em que presidente era citado em investigações do caso Marielle

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A Secretária de Comunicação Social da Presidência (Secom), comandada por Fabio Wajngarten, enviou uma nota à Folha dizendo ser "lamentável" que a TV Globo "considere motivo de comemoração a veiculação de matéria que, sob o verniz de jornalismo imparcial, somente leva desinformação aos brasileiros". 

Em uma carta enviada aos jornalistas da emissora nesta segunda (4), o diretor geral da TV Globo, Ali Kamel, dá "os parabéns mais efusivos" aos repórteres da emissora no Rio de Janeiro que revelaram que Jair Bolsonaro havia sido citado nas investigações sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco

A reportagem, levada ao ar pela TV Globo na terça (29), relatava que um porteiro do condomínio onde vive o presidente declarou às autoridades que, horas antes do crime, um dos suspeitos do assassinato de Marielle visitou o local e disse na entrada que iria à casa de Bolsonaro.

O presidente Jair Bolsonaro ao sair do Palácio da Alvorada
O presidente Jair Bolsonaro ao sair do Palácio da Alvorada - Pedro Ladeira/Folhapress

Um dia depois, o Ministério Público do Rio de Janeiro afirmou que o porteiro mentiu. Fez isso com base em perícia finalizada em pouco mais de duas horas e que vem sendo criticada por especialistas da área.

Para Fabio Wajngarten, a TV Globo, se fizesse "bom jornalismo, como defende, investigaria e publicaria, por exemplo, sua própria participação em supostos pagamentos de propina a dirigentes da Fifa para compra de direitos de transmissão da Copa do Mundo".

O Grupo Globo já afirmou que não é parte os processos que correm na Justiça americana sobre a existência de suborno no futebol. A empresa afirma que já conduziu amplas investigações internas desde que o escândalo da Fifa foi revelado, em 2015. E que foi apurado que o grupo "jamais" realizou pagamentos que não os previstos nos contratos.

Leia a íntegra da nota da Secom:  

"A Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) repudia a perseguição da TV Globo ao presidente Jair Bolsonaro, na tentativa de envolvê-lo no caso Marielle. 

É lamentável que a TV Globo considere motivo de comemoração a veiculação de matéria que, sob o verniz de jornalismo imparcial, somente leva desinformação aos brasileiros. 

Caso a emissora tivesse realmente pautado seu trabalho pela imparcialidade, rigor na apuração e profundidade de investigação, não teria levado ao ar matéria tão frágil do ponto de vista jornalístico. A reportagem seguiu adiante mesmo sabendo que o depoimento que relacionava o presidente da República não passou de fraude e se apresenta como outro crime que merece apuração. Jornalismo não pode ser feito com suposições.

É evidente o foco da emissora em promover discórdias e enfraquecer o governo, enquanto outros fatos notórios positivos do país são silenciados, pois não interessam aos cofres da empresa. Se a TV Globo fizesse bom jornalismo, como defende, investigaria e publicaria, por exemplo, sua própria participação em supostos pagamentos de propina a dirigentes da Fifa para compra de direitos de transmissão da Copa do Mundo.

Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República" 

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