Mônica Bergamo

Mônica Bergamo é jornalista e colunista.

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Em pelada com Chico, Lula faz primeiro gol

Cantor pediu a adversários da partida que deixassem 'o Lula livre'

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Na porta da Escola Nacional Florestan Fernandes, em Guararema, no interior de São Paulo, os torcedores que chegam para assistir à partida de futebol deste domingo (22) entre o ex-presidente Lula e o cantor Chico Buarque devem mostrar um QR Code, que é escaneado por membros do MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra). A princípio, a Folha é impedida de entrar —a organização do evento afirma que ali apenas “agências e imprensa progressista” têm trânsito livre.

Quem não está a caráter da militância tem à sua disposição camisetas com as estampas “Metalúrgica: And Justice 13 for All”, em referência a um álbum da banda norte-americana Metallica, “jamais poderão deter a primavera”, onde os pelos da barba do ex-presidente dão lugar a flores, e “vou te mostrar o tríplex”, na qual Lula aparece com a mão direita enfiada dentro da própria calça, todas por R$ 30. A cerveja “Lula Livre” e a cachaça “A Socialista” também são vendidas no recinto.

“Em 2018 esse jogo não aconteceu, mas neste ano, que foi muito difícil, a gente merece celebrar com muita alegria. Eu só queria pedir ao João Pedro Stédile [coordenador do MST] e aos demais zagueiros fortes do MST que deixem o Lula livre”, diz Chico Buarque na abertura da partida, levando os torcedores mais às gargalhadas que aos aplausos.

“Eu preciso ficar livre, inclusive do goleiro, porque preciso marcar gol”, responde Lula. “Eu preciso causar inveja aos nossos adversários do MST, aos da política, aos da democracia. Enquanto eles transmitem ódio tanto santo dia, nós vamos aqui transmitir alegria, futebol e amor.”

Entram em campo os times Amigos do MST e Amigos do Lula e Chico, que tem escalados artistas como os cantores Chico César e Otto e nomes do PT como o deputado Paulo Teixeira, o ex-prefeito Fernando Haddad e o vereador Eduardo Suplicy. Há mulheres na partida, mas elas não são identificadas pelos narradores. “Olha a trivela que a jogadora fez”, comenta o apresentador José Trajano através dos alto-falantes. 

Lula quase não toca na bola, mas abre o placar com um gol que os presentes não sabem dizer se foi falta ou cobrança de pênalti (era falta). Em seguida, por volta dos 16 minutos de jogo, o ex-presidente cai no gramado e sai dali mancando. Recupera a firmeza nas pernas minutos depois, quando se aproxima das arquibancadas para distribuir beijos e abraços. “Esse aí parece o Neymar”, comenta um torcedor.

A partida acaba em 2 a 1 para o time de Lula e Chico Buarque. O gol da virada é marcado pelo cantor que, apesar da temperatura elevada em Guararema, foi um dos poucos a não pedir para ser substituído por outro jogador. Na saída do vestiário, fãs o aguardam com exemplares de seu livro recém-lançado para pedir um autógrafo. Alguns confessam ter ido ao evento só pela chance do contato com o artista. Mas Chico, acompanhado da namorada Carol Proner, dribla os admiradores, corta caminho pelo matagal que cerceia o espaço e entra num carro que o aguarda. “Esse homem ainda me faz morrer do coração”, desabafa uma fã.

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