Mônica Bergamo

Mônica Bergamo é jornalista e colunista.

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Descrição de chapéu Coronavírus

'Associam a UTI e morte; me ligaram apavorados', diz Dinho Ouro Preto, que está com coronavírus

Segundo ele, diagnóstico é um susto e dá 'medo de contagiar outros, se já não contagiou'

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O cantor Dinho Ouro Preto, 55, estava cético de que teria sido infectado com o novo coronavírus, como descobriu na manhã de quarta-feira (25). "Fui [ao hospital Sírio-Libanês, onde fez o exame] achando que não era [Covid-19]", diz o vocalista da banda Capital Inicial, que sentiu náuseas, dores de cabeça e no corpo três dias antes.

"Perguntavam se eu tinha tosse, dor de garganta ou dificuldade para respirar, e eu não tinha", conta o músico, citando os sintomas mais comuns da doença. "Testaram de tudo: Sars, dengue e, por último, o coronavírus. [Na quarta] de manhã, me ligaram confirmando."

"[Os sintomas de agora] me lembram o que senti quando tive dengue. Leseira. Náusea. Muita dor de cabeça e muita dor no corpo. Não [os sintomas] o que eu tinha lido a respeito do [corona]vírus."

"Muita gente já deva estar infectada sem também apresentar os sintomas mais conhecidos. O que na verdade torna talvez o vírus mais perigoso. Muitos podem estar transmitindo sem ter se dado se conta.[Alguém] que teve uma febrezinha e passou batido", diz.

Ele não sabe de onde pegou o vírus, embora considere duas hipóteses: o cruzeiro no qual se apresentou com o Capital Inicial, nos dias 14 e 15 deste mês, ou de sua filha recém-chegada de Nova York, de onde voltou para ficar com a família em meio à pandemia mundial.

"Ela trabalha em um escritório desses em que ficam várias pessoas. Mas ela disse que ninguém do trabalho dela se manifestou. E, do navio, eu também não ouvi falar de ninguém. Ninguém da equipe adoeceu. Eu sou o único."

Dinho vai se resguardar em sua casa em São Paulo pelos próximos 15 dias, como foi orientado por médicos. "Estou inteiramente agasalhado. Sou o único em casa morrendo de frio o tempo todo."

Isolado de sua mulher e dos filhos em um cômodo do imóvel, ele diz estar bem, apesar da febre "ainda baixa" que ocorre "todo dia na mesma hora, no fim do dia" —a qual ele vem tratando com novalgina, alimentação adequada e hidratação, -como também foi recomendado por profissionais da saúde. "Se continuar só isso, eu consigo segurar."

"Estou lendo sem parar. É o que tenho feito nos últimos dias", conta o cantor, já na metade de "4321", de Paul Auster. "Tem quase 900 páginas, é bom pra caralho!"

"Meu WhatsApp está lotado [de mensagens de solidariedade e preocupação]. Eu não sei o que fazer. Não consigo responder pra todo mundo. Minha família ligou. Estão todos bastante aflitos", afirma. "Na cabeça de todo mundo vem hospitalização, UTI, morte. As pessoas associam a isso. Então todo mundo me ligou apavorado."

"Por enquanto eu estou tranquilo. Nada de mais. É uma exceção. Não quero diminuir a percepção da gravidade [da Covid-19]. Reitero que acho grave, a maior crise da nossa geração possivelmente. Mas eu não tive nada que levasse a precisar de ajuda. Fui abençoado. Vou ficar isolado, me alimentar, me hidratar e esperar", diz.

"É um susto sim [receber a confirmação da doença]. Você fica com medo de contagiar outras pessoas, se é que já não contagiou", afirma Dinho.

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