Um grupo de 150 entidades representativas do movimento negro e de periferias do Brasil enviou uma carta ao ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, e às secretarias de saúde dos 26 estados do país pedindo que essas pastas informem dados sobre etnia, raça, gênero e território (cidade e bairro) de pessoas infectadas pelo novo coronavírus e mortas em decorrência da Covid-19.
"Dentre os dados divulgados pelas instâncias governamentais, nos preocupa as ausências de dados com recorte racial e de gênero elaborados pelas autoridades nacionais. Em outros países, dados apontam que a Covid-19 tem sido mais letal para as comunidades negras e pobres", afirma o texto assinado pela Coalizão Negra por Direitos.
"Por estarmos em um cenário de alta subnotificação com relação aos casos de Covid-19 no Brasil, também solicitamos informações sobre casos que estão sendo considerados suspeitos", segue o documento.
"O pedido se baseia na possibilidade dessa realidade também se concretizar no Brasil, sendo as pessoas negras e periféricas as que menos tem acesso à um sistema digno de saúde", afirma Douglas Belchior, da Uneafro Brasil.
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