Mônica Bergamo

Mônica Bergamo é jornalista e colunista.

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Descrição de chapéu Coronavírus

Mulher morre em SP depois de tomar cloroquina, antibiótico e antiviral

Dona de casa de 53 anos que tomava remédio para pressão alta sentiu dores na perna antes do óbito

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Uma mulher paulistana de 53 anos que foi medicada com cloroquina morreu na madrugada de quinta-feira (10), quatro dias depois de se tratar com o remédio.

Ela fez exame quando apresentou sintomas de que estava com o novo coronavírus, mas os resultados não ficaram prontos até hoje. Também foi receitado a ela azitromicina e tamiflu.

Na certidão de óbito da dona de casa Eliane Aparecida Gardin de Andrade, 53, segundo uma amiga da família, a jornalista Ieda Passos, foi registrado que a causa foi Covid-19 —ainda que o Serviço de Verificação de Óbito não tenha realizado autópsia após a morte.

As informações foram relatadas à coluna por Ieda, autorizada pelos familiares de Eliane a falar sobre o ocorrido.

Segundo ela, há cerca de 15 dias, Eliane procurou o pronto atendimento do hospital Sancta Maggiore, ligado à rede Prevent Senior, em Santana, na zona norte de São Paulo, por apresentar vômitos incessantes. Receitaram-lhe remédio para o estômago.

Porém, os vômitos continuaram, e ela retornou ao mesmo local. Dessa vez, os médicos receitaram que ela tomasse cloroquina por sete dias, azitromicina e tamiflu. Passado este período, uma médica daquele hospital telefonou para Eliane e a atendeu por uma consulta remota, de telemedicina. A paciente disse que estava melhor, e a profissional lhe deu alta.

Na tarde de quarta-feira (8), Eliane começou a sentir dores muito fortes na perna direita. Por volta da 1h de quinta (9), seu marido e filha decidiram levá-la outra vez ao pronto-socorro. Porém, no banheiro de casa, ela desmaiou e ficou inconsciente. A filha tentou fazer reanimação no coração dela, mas não funcionou. Foi então que os familiares chamaram o Samu, que atestou a morte.

Procurada, a Prevent Senior afirma que "categoricamente, não é possível afirmar ou associar o tratamento à ocorrência da causa mortis". "A paciente estava há seis dias sem a medicação. Qualquer ilação é temerária e má-fé", afirma o advogado Nelson Wilians, que representa a operadora de plano de saúde.

O enterro foi em um cemitério da Vila Nova Cachoeirinha, na zona norte da capital paulista, com caixão lacrado, como tem sido feito em casos de mortes por Covid-19.

Segundo Ieda, a morte da dona de casa não tem uma explicação para os parentes dela, já que ela passou os últimos dias bem. Uma das possibilidades aventadas por eles é um possível efeito colateral causado pela coloroquina. Também de acordo com ela, Eliane tomava o medicamento losartana, por ter a pressão arterial alta.

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