O Instituto Marielle Franco e a Coalizão Negra por Direitos, formada por 150 coletivos e organizações do movimento negro, entraram com um pedido de suspensão do julgamento do STJ ( Superior Tribunal de Justiça) de federalização das investigações da morte da ex-vereadora Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes, em março de 2018.
O STJ vai julgar no dia 27 deste mês o pedido. A família de Marielle, representada pela Defensoria Pública do Rio de Janeiro, é contra.
No documento, as entidades pedem que o processo "não seja julgado enquanto tramita as investigações no Supremo Tribunal Federal sobre as interferências do presidente Jair Bolsonaro e seus filhos à Polícia Federal".
Ao mesmo tempo, o instituto e a coalizão estão lançando uma campanha para barrar a eventual federalização das investigações. Eles lançam nesta terça (19) o site federalizacaonao.org para coletar assinaturas.
Desde o dia do crime, em março de 2018, a ex-PGR Raquel Dodge já demonstrava interesse em federalizar as investigações, mas voltou atrás diante da pressão do Ministério Público estadual e do contexto de intervenção federal no Rio de Janeiro.
Oito meses depois, em novembro de 2018, ela pediu à Polícia Federal que abrisse uma “investigação da investigação”, para apurar denúncias de que um grupo teria dado depoimentos falsos para impedir a elucidação do caso.
Em setembro de 2019 , chegou à conclusão de que isso realmente aconteceu. No dia em que deixou o cargo, ela denunciou cinco pessoas por obstrução de Justiça, além de pedir a federalização do inquérito que busca os mandantes do assassinato, suscitando mais troca de farpas com o Ministério Público estadual.
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