As imagens de ruas lotadas em regiões de comércio popular da cidade de São Paulo, como o Brás e a rua 25 de março, deixaram autoridades de saúde perplexas e tensas com a possibilidade de ocorrer uma retomada desordenada das pessoas às atividades. A consequência pode ser uma nova explosão de contaminação pelo novo coronavírus.
REBULIÇO
Ainda que o governo e a prefeitura de SP tenham imposto regras para o retorno parcial de alguns setores, houve filas, aglomeração e uso equivocado de máscaras.
REBULIÇO 2
“As imagens que vi hoje [na quarta, 10] me deixaram muito preocupado”, diz Geraldo Reple, secretário de Saúde de São Bernardo do Campo e integrante do comitê de contingência formado por João Doria para o combate ao coronavírus.
SERÁ?
“O plano de abertura de São Paulo é bom. Mas as pessoas vão acatar [as regras]?”, questiona. “Calculava-se uma abertura, mas não era para ser assim”, diz.
NEM VI
“Não adianta os prefeitos baixarem regras estritas se a população não segue”, continua ele. “A responsabilidade da palavra é de quem fala e de quem ouve. Será que todos estão entendendo?”
OLHAR
O médico afirma também que a fiscalização, crucial para que o plano de reabertura dê certo, ainda é um desafio a ser superado.
RELÓGIO
“O que dizer a um ambulante que não trabalha há três meses? Que só pode ficar quatro horas nas ruas? Quem vai fiscalizar isso?”, diz.
ZORRA TOTAL
Em regiões como o Brás, por exemplo, mesmo em tempos normais o esquema de segurança não consegue impedir o comércio ilegal de rua, tomado por milhares de vendedores irregulares.
RETROVISOR
Reple lembra que o período de alívio relativo que vivemos hoje, com a taxa de ocupação de UTIs caindo em SP, é um reflexo do feriadão decretado por Doria e por Covas no fim de maio.
EM BREVE
“Colhemos hoje o fruto do que foi feito há cerca de 15 dias. E, nos próximos 15, colheremos os frutos do que acontecerá a partir de agora”, diz Reple. “O plano é bom e pode dar certo. Mas precisamos estar atentos reavaliá-lo a cada momento.”
QUARENTENA
com BRUNO B. SORAGGI, BIANKA VIEIRA e VICTORIA AZEVEDO
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.