O presidente Jair Bolsonaro e o ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), conversaram na noite de segunda (13), em meio à escalada da crise com os militares.
No fim de semana, o magistrado criticou a atuação do governo no combate ao novo coronavírus e afirmou que o Exército estava se associando a um "genocídio". O Ministério da Saúde é ocupado por um general, Eduardo Pazuello.
A afirmação causou forte reação nas Forças Armadas. Os comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica divulgaram uma nota dizendo que a acusação era "infundada, irreponsável e sobretudo leviana". O Ministério da Defesa representou contra o magistrado na PGR (Procuradoria-Geral da República) e o vice-presidente, general Hamilton Mourão, exigiu retratação.
No auge da confusão, uma pessoa que é amiga de Bolsonaro e de Gilmar Mendes falou com os dois e sugeriu uma conversa. Ela procurou o ministro e repassou a ele um número dizendo que o presidente estaria esperando a chamada.
O magistrado telefonou, e os dois conversaram. Bolsonaro então sugeriu que Gilmar Mendes falasse também com Pazuello e disse que orientaria o ministro da Saúde a procurá-lo.
No dia seguinte, Pazuello e o ministro do STF conversaram e ficaram de se encontrar quando Gilmar Mendes voltar de Lisboa, onde está passando o período de recesso do STF.
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