A proposta de Jair Bolsonaro de apresentar uma PEC (proposta de emenda constitucional) prevendo isenção tributária para as igrejas assustou líderes da cúpula da Câmara dos Deputados contrários ao benefício. Eles temem que a proposta vingue —e que, além disso, a bancada evangélica derrube o veto do presidente a um perdão bilionário de dívidas tributárias das organizações religiosas.
A BOIADA E O BOI
Ou seja: em vez de trocar uma coisa pela outra (manter o veto do presidente e aprovar a PEC), há o risco, concreto, de a bancada aprovar as duas medidas.
PARA SEMPRE
Pior, do ponto de vista desses líderes: isenções de tributos que hoje podem ser objeto de discussão e de regulação em lei, passariam a ser constitucionalizadas, bloqueando qualquer debate sobre elas e garantindo privilégios eternos.
MOTIVO
O deputado e pastor Marco Feliciano divulgou um vídeo afirmando que Bolsonaro só vetou o perdão para evitar um impeachment. E disse ter “certeza de que os líderes do governo” vão apoiar a derrubada da medida.
NADA DISSO
“Não há perdão de dívidas. Tentamos diminuir o estrago provocado pelas gestões petistas, que instrumentalizaram a Receita Federal com fins políticos”, diz ele.
QUARENTENA
com BRUNO B. SORAGGI, BIANKA VIEIRA e VICTORIA AZEVEDO
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.