O governo de Jair Bolsonaro acredita que a popularidade do presidente vai cair ainda mais até meados do ano.
A razão: o fim do auxílio emergencial, o provável aprofundamento das crises sanitária e econômica com a aceleração de casos de Covid-19 no país e as derrapadas em relação à vacina que pode combater a doença.
A opinião é de ministros e auxiliares próximos do presidente. Eles afirmaram à coluna que a queda, no curto prazo, já é considerada irrefreável.
No domingo (17), a Anvisa aprovou dois imunizantes, o de Oxford/Astrazeneca e a Coronavac, feita pelo Instituto Butantan em parceria com a chinesa Sinovac.
A única disponível até agora em território nacional é a Coronavac —e coube ao governador de São Paulo, João Doria (PSDB-SP), aplicar a primeira dose, faturando politicamente o fato de ter apostado desde sempre na parceria com os chineses para desenvolver a vacina no Brasil.
A sequência de fatos fez Bolsonaro perder popularidade na internet, enquanto Doria ganhou pontos, de acordo com o Índice de Popularidade Digital (IPD), elaborado pela consultoria Quaest.
Uma pesquisa divulgada na segunda (19) pela XP/Ipespe também mostrou que a avaliação de Bolsonaro caiu, de 38% de ótimo e bom para 32%, enquanto o ruim e péssimo subiu de 35% para 40%.
Um ministro diz ser "óbvio" que a repercussão da aprovação das vacinas foi boa para Doria e ruim para Bolsonaro, que chegou a ironizar a Coronavac e nunca demonstrou grande entusiasmo em relação às vacinas em geral.
Na opinião dos auxiliares, Bolsonaro pode começar a recuperar popularidade no meio do ano, se a economia deslanchar com o controle da crise sanitária.
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