Mônica Bergamo

Mônica Bergamo é jornalista e colunista.

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Descrição de chapéu Coronavírus

Hospital das Clínicas de SP vacina funcionários jovens da área de relações institucionais com a Coronavac

Ministério Público de SP pediu a lista para saber se pessoas que não são do grupo prioritário estão sendo imunizadas

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O Hospital das Clínicas de São Paulo convocou até mesmo profissionais jovens da área de relações institucionais (RI) de seu complexo para tomarem vacina contra a Covid-19 em São Paulo.

Uma delas é Tamires Pereira. Ela não é médica nem enfermeira, mas sim funcionária do setor de RI do Icesp (Instituto do Câncer do Estado de SP).

Na quinta (21), ela postou uma foto no Instagram festejando o fato de tomar a primeira dose da Coronavac, a vacina chinesa que será fabricada, no Brasil, pelo Instituto Butantan.

Tamires Pereira, funcionária do setor de Relações Institucionais do HC que foi vacinada
Tamires Pereira, funcionária do setor de Relações Institucionais do HC que foi vacinada - Tamires Pereira no Instagram

"Esperança é o que essa vacina significa pra mim. Sei que ainda temos um longo camnho pela frente, mas saber que existe saída alivia muito o peso de tudo que já passamos", afirma ela.

Na quinta (21), o secretário municipal de Saúde de São Paulo, Edson Aparecido, acusou o HC de estar sendo privilegiado na distribuição de vacinas na cidade.

Ele afirmou que profissionais que não são da linha de frente da Covid-19 e que não tratam de pacientes estavam já sendo vacinados, enquanto faltavam imunizantes para médicos e enfermeiras que trabalham em UTIs exclusivas para pacientes da doença.

Depois das afirmações do secretário, o Ministério Público de SP pediu a lista dos vacinados para verificar se há nela pessoas que não são do grupo prioritário (médicos, enfermeiros e demais profissionais que tratam de Covid-19) sendo imunizados.​

Tamires não tem qualquer responsabilidade por ter entrado na lista de vacinados do HC: ela, como vários outros funcionários, foi convocada por email e apenas apareceu na data e na hora determinada pela instituição para receber o imunizante.

Com a repercussão das declarações do secretário Edson Aparecido e a iniciativa do MP de investigar quem o hospital está vacinando, o que era motivo de celebração virou razão de tensão e apreensão entre os imunizados.

Procurada pela Folha, a jovem diz que trabalha no térreo do Icesp e que tem contato com pacientes que tratam de câncer e têm Covid-19. A sala dela fica ao lado do Pronto-Socorro do Icesp.

O HC diz, em nota, que vai verificar se houve "inadequações nos procedimentos de vacinação". E afirma que ainda não foi notificado pelo Ministério Público.

Leia a íntegra da nota:

"O Hospital das Clínicas da FMUSP é o maior complexo hospitalar da América Latina e conta com cerca de 40 mil colaboradores, entre servidores, celetistas e terceirizados. O complexo é composto por oito institutos que atendem casos de alta complexidade em diversas especialidades, incluindo urgência e emergência no seu PS.

O HC é também referência no atendimento a casos de COVID-19 em São Paulo durante a pandemia e, para o mutirão de vacinação que aconteceu esta semana no Hospital, foram priorizados os profissionais com cadastro de trabalho ativo e com maior potencial de exposição à doença, conforme preconizam as diretrizes do Programa Nacional de Imunização.

Foram recebidas 28 mil doses ,vacinando cerca de 24 mil pessoas, ou seja, 60% de todo o corpo de colaboradores do complexo. O Hospital irá verificar se houve inadequações nos procedimentos de vacinação.

O HCFMUSP informa também que não foi notificado pelo Ministério Público até o momento, mas está à disposição para qualquer esclarecimento."

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