O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, se reuniu nesta quarta (20) com o embaixador da China no Brasil, Yang Wanming.
O encontro foi divulgado pela própria embaixada, que afirmou que ele ocorreu por videoconferência.
"[Os dois] conversaram sobre a cooperação antiepidêmica e de vacinas entre os 2 países", diz mensagem no Twitter, afirmando que a China "continuará unida" ao Brasil no combate à pandemia "para superar em conjunto os desafios colocados pela pandemia".
O encontro é uma guinada na forma como o embaixador tem sido tratado pelo governo federal. O presidente Jair Bolsonaro chegou a proibir ministros de recebê-lo _mas agora tenta se reconciliar com a diplomacia da China, país de onde virão os insumos para a produção de vacinas, no Brasil, contra o novo coronavírus.
Sem a boa vontade da China, o Brasil corre o risco de não ter vacinas para imunizar a sua população.
E o país asiático tem retardado o envio dosIFAs ( Ingrediente Farmacêutico Ativo), impedindo o começo da produção da vacina inglesa de Oxford/Astrazeneca pela Fiocruz e da Coronavac pelo Instituto Butantan.
Elas são as duas únicas que estarão disponíveis até agora para os brasileiros. A Coronavac até já começou a ser aplicada, já que o governo de São Paulo tinha garantido a chegada, em dezembro, de 6 milhões de doses para o Instituto Butantan. Mas a quantidade é insuficiente até mesmo para vacinar os profissionais de saúde do país.
A demora preocupa cientistas, médicos, governadores e autoridades de saúde pública e há um temor generalizado de que as relações tensas entre Bolsonaro e os chineses esteja contribuindo para que a China desacelere seus procedimentos.
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-SP) também pediu uma conversa com o embaixador para fazer apelos pela liberação dos insumos.
A China já foi atacada dezenas de vezes por auxiliares do presidente, pelo filho dele, o deputado Eduardo Bolsonaro, pelo chanceler Ernesto Araújo e pelo próprio presidente, que agora, sem alternativa, busca uma reaproximação.
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