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Senador quer que governo aceite ser responsabilizado por eventuais efeitos adversos de vacinas

Randolfe Rodrigues vai se reunir com executivos de empresas para discutir medidas que facilitem a distribuição de imunizantes contra a Covid-19

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O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) apresentou uma emenda à MP (medida provisória) das vacinas para viabilizar condições que facilitem a distribuição de imunizantes contra a Covid-19 no Brasil.

Uma delas prevê que o governo federal aceite se responsabilizar por eventuais efeitos adversos decorrentes das vacinas contra o coronavírus, desde que a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) tenha concedido o registro ou autorizado o uso emergencial e temporário.

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) atacava essa cláusula, inserida em contrato das vacinas Pfizer e Johnson & Johnson. Em dezembro, ele defendeu que ele não deveria ser cobrado por eventuais efeitos colaterais de uma vacina contra a Covid-19.

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) - Pedro Ladeira/Folhapress

Sem se referir a contrato assinado pela Fiocruz para o desenvolvimento da vacina da Universidade de Oxford (Inglaterra), Bolsonaro questionou simpatizantes: "Vamos supor que [num contrato sobre fornecimento de vacina] está escrito o seguinte: '[as empresas] nos desobrigamos de qualquer ressarcimento ou responsabilidade com possíveis efeitos colaterais imediatos ou futuros'. E daí, vocês vão tomar essa vacina?", disse à época.

"Eu vou mostrar todo o contrato para vocês. Quem tomar vai saber o que está tomando e as consequências. Se tiver um efeito colateral ou problema qualquer já sabem que não vão cobrar de mim. Vou ser bem claro, a vacina é essa", complementou.

O senador Randolfe Rodrigues afirma que esses dispositivos constitucionais são frequentemente utilizados nesses tipos de contrato. "Vários países, como por exemplo Israel, aceitam essa regra", diz o parlamentar.

"É difícil acreditar que, mesmo após a morte de mais de 226 mil brasileiros e brasileiras, o Presidente da República ainda busca obstaculizar a imunização da nossa população", justifica Randolfe no documento.

No próximo dia 22, o senador participa de reunião com a presidente da Pfizer no Brasil, Marta Díez, o presidente da Pfizer​ na América Latina, Carlos Murillo, executivos da Johnson & Johnson e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, para discutir medidas que facilitem a distribuição de imunizantes contra a Covid-19 .

Representantes da Sindusfarma (Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos) e da Interfama, que representa empresas e pesquisadores nacionais ou estrangeiros responsáveis pela inovação em saúde no Brasil, também participarão do encontro.

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tem levantado dúvidas sobre a eficácia das vacinas e se queixado que laboratórios estarão isentos de responsabilidades futuras.

Em janeiro, o governo federal divulgou nota, por meio do Ministério da Saúde, em que reconheceu ter recusado tentativas iniciais da Pfizer de avançar nas negociações sobre a oferta de vacinas contra a Covid-19 e disse que um acordo com a empresa "causaria frustração em todos os brasileiros".

O posicionamento ocorreu após a "CNN Brasil" divulgar uma carta encaminhada pelo CEO mundial da Pfizer, Albert Bourla, ao presidente Jair Bolsonaro e alguns ministros em 12 d e setembro. O documento mostrava que a empresa fez um apelo para que o governo fosse célere em fechar um acordo com a empresa devido à alta demanda mundial pela vacina.​​
O governo confirmou ter recebido a carta e ter feito reuniões com a empresa, mas disse que "cláusulas leoninas e abusivas que foram estabelecidas pelo laboratório criam uma barreira de negociação e compra".
Entre as cláusulas, estavam que o Brasil fizesse um fundo garantidor em conta no exterior e que fosse assinado um termo que isentasse a empresa de responsabilidade por eventuais efeitos da vacina.
A MP das vacinas (1026/21) dispõe sobre as medidas excepcionais relativas à aquisição de vacinas, insumos, bens e serviços de logística, tecnologia da informação e comunicação, comunicação social e publicitária e treinamentos destinados à vacinação contra a Covid-19 e sobre o Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19.

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