A minoria na Câmara dos Deputados acionou o Ministério Público Federal para que este tome providências contra a mudança do sistema do Ministério da Saúde para contabilizar o total de casos de Covid-19 no Brasil --o que fez o número de mortos pela doença despencar artificialmente.
"Não é razoável que o Ministério da Saúde modifique o sistema de registro de óbitos decorrentes da Covid19 apenas com o fito de esconder o real número de mortes, para assim preservar a gestão à frente do governo federal que se encontra em crise perante a opinião pública", afirma o ofício assinado pelo deputado José Guimarães (PT-CE), líder da minoria na Casa.
"O governo federal vem se isentando de suas responsabilidades acerca da proliferação do vírus. O Brasil não teve uma campanha massiva de testagem como ocorreu em outros países do mundo", segue o texto. "O presidente da República ridicularizou a pandemia em diversos momentos, chamando-a de 'gripezinha', quebrou protocolos inúmeras vezes, não usando máscara ou criticando o isolamento social. Além do exposto, o governo federal também incentiva o tratamento precoce com a utilização de medicamentos que não possuem eficácia
O Ministério da Saúde passou a exigir informações como CPF, número do cartão nacional do SUS (CNS) e a nacionalidade de pacientes com o novo coronavírus.
O governo de São Paulo foi o primeiro a detectar o problema. A coluna apurou, no entanto, que o problema alcança todo o país.
Um técnico do Ministério da Saúde confirmou as informações à coluna. E disse que haveria um problema de instabilidade já reportado ao Datasus, que cuida do sistema de informações da pasta.
A inserção do CPF não estaria puxando os dados do paciente automaticamente, como deveria passar a fazer com a atualização. A pasta estaria realizando novos testes para melhorar o acesso ao sistema.
De acordo com o mesmo técnico, o Datasus estaria retirando a obrigatoriedade de inserção dos dados, por causa da instabilidade.
Na terça,o número de mortes registradas em São Paulo chegou a 1.021. Nas últimas 24 horas, ele despencou para 281.
A Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo enviou ofício nesta quarta (24) ao ministério questionando a decisão de mudança nos critérios de registro de mortes por Síndrome Respiratória Aguda Grave no sistema Sivep Gripe (Sistema de Informação de Vigilância da Gripe), onde estão incluídos os doentes com Covid-19.
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