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Bolsonaro muda café da manhã com TCU para videoconferência para evitar fiasco

Ministros do tribunal já tinham avisado que não iriam a encontro presencial para evitar aglomeração e clima de festa

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O governo federal vai mudar o formato do convite para um encontro com ministros do TCU (Tribunal de Contas da União) marcado para a terça (27).

A ideia é substituir a proposta de café da manhã dos nove integrantes do órgão de fiscalização com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) por uma videoconferência. Ministros que preferirem não ir ao Palácio do Planalto poderão participar da conversa por meio virtual. Se algum deles quiser comparecer presencialmente, será recebido no gabinete.

O governo tenta evitar, assim, o fiasco que já se desenhava: até a manhã desta segunda (26), apenas quatro ministros tinham confirmado presença.

O presidente Jair Bolsonaro durante cerimônia no Palácio do Planalto, em Brasília - Evaristo Sa - 25.mar.2021/AFP

Um estava indeciso e quatro já tinham declinado do convite —a presidente do TCU, Ana Arraes, o vice, Bruno Dantas, e os dois ministros que relatam justamente assuntos da área da saúde, Vital do Rêgo e Benjamin Zymler.

Bolsonaro tinha marcado o café da manhã na terça (27) porque ele coincide com o dia da instalação da CPI da Covid no Senado. O presidente quer prestar contas das ações de combate à epidemia do novo coronavírus ao TCU. O tribunal já está abastecendo senadores com os relatórios de suas investigações sobre a gestão do governo na área, apontando problemas em vários dos programas adotados.

A possibilidade de um encontro presencial, no entanto, contrariou parte dos integrantes do órgão de fiscalização e ameaçava esvaziar o encontro.

Os ministros acreditavam que a imagem de todos eles aglomerados no Palácio do Planalto para conversar com o presidente e sua equipe seria ruim pelo mau exemplo que daria para a população: no pior momento da epidemia de Covid-19, os brasileiros estão sendo chamados a evitar encontros presenciais para tentar conter a disseminação do coronavírus.

A reunião, de fato, estaria lotada. O Palácio do Planalto anunciou ao TCU que Bolsonaro levaria sete ministros de seu governo, e mais o presidente do BNDES, Gustavo Montezano, para a conversa.

Além do risco de um encontro presencial, um café da manhã criaria um ambiente de congraçamento no momento em que o TCU faz rigorosa fiscalização sobre os atos do governo na epidemia.

Já uma videoconferência pode dar caráter mais sóbrio ao encontro. De acordo com um dos ministros do tribunal, ou a reunião é técnica, e dela podem participar também os auditores do TCU, o que se torna possível em uma videoconferência, ou ela é festiva —e não deve acontecer.

Com a possibilidade de reunião virtual, aumentam as chances de todos os integrantes do TCU participarem da conversa com Bolsonaro.

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