Mônica Bergamo

Mônica Bergamo é jornalista e colunista.

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Entrevista de Wajngarten contra Pazuello é vista como canalhice pelo Planalto

Ao atirar em general, ex-secretário de Comunicação colocou Bolsonaro na fogueira, avalia equipe do presidente

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A entrevista em que o ex-secretário de Comunicação do governo federal Fabio Wajngarten responsabiliza o Ministério da Saúde pela falta de vacinas no Brasil foi recebida como um gesto de canalhice e covardia por integrantes da equipe de Jair Bolsonaro.

As palavras foram usadas por um dos ministros do governo, que afirma que, ao atirar no ex-ministro Eduardo Pazuello, Wajngarten fatalmente atinge Bolsonaro, ainda que pareça poupá-lo. Afinal, a CPI da Covid foi criada justamente para investigar a responsabilidade da área de saúde do governo federal na gestão da epidemia. Mais de 380 mil brasileiros já morreram vítimas da doença no Brasil.

O então secretário especial de Comunicação da Presidência, Fabio Wajngarten, participa de audiência pública no Senado - Marcelo Camargo - 28.mai.2019/Agência Brasil

O ex-secretário de Comunicação tentou isentar o presidente na entrevista que concedeu à revista Veja e que foi publicada na quinta (22). "O presidente Bolsonaro está totalmente excluído de qualquer responsabilidade nesse sentido. Se as coisas não aconteceram, não foi por culpa do Planalto", disse Wajngarten. Segundo ele, o presidente "era abastecido com informações erradas, não sei se por dolo, incompetência ou as duas coisas".

A culpa, portanto, seria de assessores de Bolsonaro que passavam informações erradas. No raciocínio de Wajngarten, houve incompetência e ineficiência da equipe de Pazuello na negociação de vacinas com a Pfizer. O contrato com a empresa, diz ele, poderia ter sido assinado em "setembro, outubro". E as primeiras doses da vacina "teriam chegado no fim do ano passado".

O ex-secretário relata as iniciativas que tomou para que o governo fechasse negócio com a empresa norte-americana, que teria feito de tudo para vender o imunizante ao Brasil —inclusive se comprometendo a antecipar entregas, aumentar volumes e até mesmo a baixar o preço das doses.

A empresa teria enviado carta ao Ministério da Saúde —que sequer respondeu.

Wajngarten então teria entrado no circuito e tentado convencer o governo a fechar a compra. Em vão. "Havia excesso de burocracia e pessoas despreparadas cuidando dessa questão", afirmou.

Na visão de integrantes do atual ministério de Bolsonaro, Wajngarten, já sabendo que será convocado para depor na CPI, estaria tentando se blindar, antecipando a sua versão dos fatos –mas, por outro lado, jogado o presidente Bolsonaro na fogueira.

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