A entrevista em que o ex-secretário de Comunicação do governo federal Fabio Wajngarten responsabiliza o Ministério da Saúde pela falta de vacinas no Brasil está sendo vista por senadores da CPI da Covid como prenúncio de que o barco bolsonarista pode rachar —e afundar no processo de investigação.
PIRÂMIDE
De acordo com um parlamentar, de oposição, a tragédia de um governo sempre começa com figuras subalternas batendo cabeça e entregando seus superiores. Que, mais tarde, entregam também seus chefes —numa evolução que acaba chegando ao topo da pirâmide.
BOM SENTIMENTO
O que teria movido Wajngarten, portanto, é um sentimento “bom, e que deve ser estimulado”, diz o mesmo senador.
MEMÓRIA
O ex-secretário de Comunicação disse à revista Veja que a equipe do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello é a responsável por não termos ainda no Brasil vacinas da Pfizer em grande quantidade, o que poderia ter já acelerado o processo de imunização da população.
ALVO
Segundo Wajngarten, houve incompetência e ineficiência da equipe da Saúde na negociação com a Pfizer. O contrato com a empresa, diz ele, poderia ter sido assinado em “setembro, outubro”. E as primeiras doses da vacina “teriam chegado no fim do ano passado”.
ELE, NÃO
Ao mesmo tempo, o ex-secretário tentou isentar Jair Bolsonaro de qualquer culpa. “O presidente Bolsonaro está totalmente excluído de qualquer responsabilidade nesse sentido. Se as coisas não aconteceram, não foi por culpa do Planalto”, afirmou ele à revista.
NA ÁGUA
A tentativa de blindagem não funcionou. A entrevista foi definida como canalhice no Palácio do Planalto. E o ato de inauguração de uma obra virou desagravo público a Pazuello, que posou para foto ao lado de Bolsonaro.
QUARENTENA
com BRUNO B. SORAGGI, BIANKA VIEIRA e VICTORIA AZEVEDO
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